O Museu de Arte do Rio Grande do Sul e a Secretaria da Cultura apresentam, a partir do dia 21, às 19h, a mostra Uma Certa Intemporalidade, de Marta Loguercio. A exposição fica em cartaz até 5 de agosto nas Salas Negras. Visitação de terça a domingo, das 10h às 19h, com entrada franca. A mostra apresenta um conjunto de trabalhos bidimensionais que podem ser divididos em dois grupos: uma parte das obras é feita em resina e tinta acrílica sobre telas estruturadas em chassis e o restante do conjunto é constituído por obras que a artista denomina como intermediações. Marta usa essa palavra para designar imagens produzidas a partir de uma matriz que se interpõe entre sua mão e a obra, como as litografias, obras digitais, bordados executados eletronicamente (depois trabalhados com tinta acrílica) e as imagens criadas a partir de matrizes pré-existentes (como vegetais in natura). São recorrentes em suas obras figuras geométricas, formas vegetais, moradas, capelas e símbolos de culturas distintas. Entre as intermediações, encontram-se os trabalhos realizados com vegetais. As plantas são pressionadas entre duas folhas de papel, deixando impressas suas formas e cores através dos pigmentos de sua seiva. Assim como os bordados, que surgem em uma releitura: o desenho que serve de matriz é digitalizado e o trabalho em si é realizado por uma máquina. No mesmo grupo, encontram-se as litografias e as obras digitalizadas. Esse conjunto de técnicas distintas, unidas por uma característica em comum – todas apresentam um intermediário entre obra e artista –, une-se às telas em resina e tinta acrílica para compor a mostra. Segundo a artista, essas técnicas foram inventadas ou descobertas pelo homem em momentos distintos da história. Por isso, ao uni-las, Marta pretende apresentar a idéia da intemporalidade: “criar imagens tentando ‘manipular’ o tempo e atribuir perenidade ao que é efêmero.” Artista Marta Loguercio, natural de Bagé, freqüentou o Atelier Livre da prefeitura de Porto Alegre de 1972 a 1980. Em 2005, lecionou litografia no mesmo local. Foi aluna de Vasco Prado, Danúbio Gonçalves e Mônica Zielinsky. Dedicou-se também ao ensino de litografia no Atelier Livre da Universidade de Caxias do Sul e no MAM Atelier de Litografia de Porto Alegre - espaço que criou juntamente com Maria Tomaselli e Anico Herskovits. Já participou de diversos projetos visuais no Brasil e no exterior, como Argentina, Espanha, Irlanda, Itália e Holanda.