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Mercado interno segue essencial para economia do Estado, aponta Boletim de Conjuntura

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Boletim Conjuntura DEE card
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A expectativa de crescimento mais elevado da economia brasileira e da manutenção do quadro de inflação e juros baixos devem favorecer a economia do Rio Grande do Sul em 2020. Esta combinação aponta para um cenário positivo ao mercado interno, de acordo com o Boletim de Conjuntura divulgado nesta quarta-feira (18/12) pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag).

Este contexto de recuperação no mercado nacional contrasta com a previsão de um quadro externo com poucas mudanças em relação ao ano de 2019, marcado pela desaceleração da economia mundial, o que afetou diretamente a pauta de exportações gaúcha, especialmente soja, máquinas agrícolas, equipamentos e veículos de passageiros.

O documento elaborado pelos técnicos do DEE analisa as questões mais importantes da conjuntura internacional, nacional e regional observadas até mês de dezembro, com foco no Rio Grande do Sul, e aponta ainda as perspectivas para o próximo ano.

Entre as perspectivas positivas, o documento não descarta a possibilidade de novos recordes na safra de grãos, visto a previsão de condições climáticas favoráveis.

Mercado externo desfavorável

O Boletim de Conjuntura mostra que mesmo com o primeiro acordo entre Estados Unidos e China, as tensões geopolíticas que permearam 2019 devem permanecer e a desaceleração econômica registrada em grande parte dos países desenvolvidos e em desenvolvimento tendem a continuar afetando a demanda por produtos do Rio Grande do Sul.

O ano caminha para encerrar com o pior desempenho do comércio mundial desde a crise financeira de 2009 e a perspectiva é de que este cenário permaneça no primeiro semestre do próximo ano.

Com isso, o mercado interno continuará essencial para a atividade econômica do Estado. Apesar de lento e gradual, o crescimento esperado de 2,2% para a economia brasileira em 2020, contra alta em torno de 1% deste ano, deve representar um fôlego nos números gaúchos.

“A continuidade da expansão dos investimentos no país tende a contribuir para a indústria do nosso Estado, o que afeta positivamente a produção de bens de capital, um segmento importante na nossa economia”, destaca a chefe da Divisão de Indicadores Estruturais do DEE, Vanessa Sulzbach.

Terceiro trimestre

De modo geral, o terceiro trimestre de 2019 no Rio Grande do Sul foi um período caracterizado por uma acomodação das altas taxas de crescimento registradas entre janeiro e junho, o que guiou o Estado a se aproximar mais da trajetória de crescimento da economia nacional.

Pela característica sazonal da agropecuária e com o fim do ciclo de vendas mais acentuado de alguns segmentos, como caminhões, veículos leves e máquinas e equipamentos, era um cenário esperado, de acordo com os pesquisadores.

Com o peso menor do setor primário neste período, o segmento de serviços foi o único a permanecer em alta, ainda que com crescimento moderado. Apesar desse viés positivo, o cenário de aumento do desemprego indica a cautela dos consumidores em comprometer em demasia o orçamento familiar.

Na indústria, o destaque positivo foi a retomada da construção civil após um período de 21 trimestres de queda.

Todos estes fatores influenciaram ainda no mercado de trabalho, que no acumulado em 12 meses até outubro, aponta a criação de 14.312 vagas formais, número inferior ao registrado no mesmo período do ano anterior (16.847) e levou a uma alta da taxa de desocupação, que passou 8,2% para 8,8% no período.

Ainda assim, o Boletim reforça um diagnóstico já apresentado na divulgação dos números do Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do terceiro trimestre, que apontou para uma alta da economia do Estado acima da nacional em 2019 (2,7% ante 1% do país).

"Este ano tivemos um cenário externo que influenciou bastante a nossa economia. Como no médio prazo a tendência não é de mudanças, os nossos olhos estarão muito voltados para o mercado interno e por isso a recuperação, ainda que lenta, da economia brasileira é tão importante para o Rio Grande do Sul", acrescentou Vanessa.

Edições trimestrais

A produção do Boletim de Conjuntura do RS, iniciada em outubro deste ano, busca uma análise contextualizada da economia gaúcha no âmbito internacional, nacional, além de trazer informações atualizadas do Rio Grande do Sul.

O Boletim terá periodicidade trimestral. A próxima edição está prevista para março de 2020, após a divulgação dos números do PIB.

Clique aqui e acesse resumo apresentado durante entrevista coletiva

Clique aqui e acesse a íntegra o Boletim de Conjuntura de dezembro de 2019 

Texto: Vagner Benites/Ascom Seplag
Edição: Marcelo Flach/Secom

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