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O futuro do Rio Grande está em jogo

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Por José Ivo Sartori

Apesar das dificuldades que ainda persistem, o Rio Grande do Sul começa a sair da crise. A economia volta a apresentar indicadores positivos, o governo está fazendo o dever de casa e a sociedade compreende a necessidade das mudanças. Não há semana sem que investidores confirmem negócios no Estado. Com a agilização dos licenciamentos ambientais, preservando a dinâmica da sustentabilidade, criamos um novo ambiente para o empreendedorismo. Modernizamos a Junta Comercial, ampliamos o atendimento da Sala do Investidor, criamos marcos para as parcerias público-privadas, recuperamos financiamentos internacionais perdidos. Mesmo com a grande cultura burocrática que ainda emperra a máquina pública brasileira, procuramos dar fluxo ao crescimento econômico local. O caminho melhorou muito para que o vigor produtivo gaúcho possa gerar mais desenvolvimento com emprego e renda.

Internamente, reduzimos a projeção do déficit para menos de um terço - de R$ 25 bilhões para R$ 8 bilhões até o fim de 2018. Diminuir gastos é um trabalho silencioso, pouco midiático e que gera muitos desgastes e enfrentamentos. Mas sempre disse, desde a campanha eleitoral, que faria o que precisava ser feito. E estou procurando cumprir esse papel de diminuir o que é secundário para preservar o que é principal: saúde, educação, segurança, infraestrutura e políticas sociais. É preciso mudar a lógica do serviço público, excessivamente voltado para si mesmo. Chegou a hora de construir um novo Estado, voltado para as pessoas, especialmente para quem mais precisa.

Agora, a Assembleia Legislativa votará o projeto de adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), um acordo com o governo federal para solidificar o equilíbrio financeiro e retomar o crescimento. Se aprovado, o Estado terá um alívio financeiro ao ter o pagamento da dívida com a União suspenso por três anos (prorrogáveis por mais três). Até 2020, são R$ 11,3 bilhões que ficarão no Rio Grande do Sul. Quem for contra – digo muito claramente – estará escolhendo que esse valor saia daqui e vá para os cofres da União. Sem sofismas ideológicos ou políticos, essa é a questão central da decisão que será tomada nos próximos dias.

Reafirmo que essa não é a solução para todos os nossos problemas, mas é o melhor caminho que temos à nossa frente – e que precisará ter continuidade com a mesma responsabilidade no trato dos recursos públicos. Perguntam-me: isso é um paliativo, mas o que está sendo feito estruturalmente? Ora, medidas como a Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual e a Previdência Complementar projetam, sem dúvida, no médio e longo prazo, uma nova realidade para o Estado – sustentável e equilibrado. A soma dessas mudanças com o crescimento da economia nos permite traçar um cenário otimista para o Rio Grande do Sul. Claro, desde que a demagogia e o oportunismo eleitoral não sejam maiores do que a necessidade de união e de solidariedade pelo bem do nosso Estado.

Sabemos que há muito a ser feito e que esta não é uma caminhada solitária, mas de todos os gaúchos. Agora é a vez de a Assembleia Legislativa confirmar, mais uma vez, que está ao lado da mudança. Vamos juntos construir um novo futuro para o nosso Rio Grande do Sul.

*Governador do Estado

**Publicado originalmente no Jornal do Comércio em 29/1/18

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