Projeto é elaborado para contenção da raiva na fronteira com o Uruguai
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Gaúchos e uruguaios atuarão novamente em conjunto no combate à raiva bovina na região de fronteira. Após cerca de 10 dias de levantamentos e reuniões no departamento uruguaio de Rivera e também no município gaúcho de Santana do Livramento, o chefe do setor de combate e profilaxia da raiva bovina da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Pesca e Agronegócio, Nilton Rossato, encaminhou um projeto ao Ministério da Agricultura (Mapa), que prevê ações de controle da doença nos municípios de Livramento e Herval e nos departamentos de Rivera e Cerro Largo. O governo uruguaio participaria com a disponibilização de técnicos e veterinários locais.
De acordo com Rossato, o projeto prevê a utilização dos servidores e veículos da Seappa e de diárias e combustíveis subsidiados pelo governo federal. Estamos somente aguardando a liberação das verbas para iniciar o trabalho, afirma o veterinário.
Depois de três ações no lado uruguaio da fronteira, uma delas com a participação de veterinários uruguaios, a situação atual aponta a necessidade de um trabalho criterioso de verificação de mordeduras em animais, localização e combate de furnas, além da eliminação de morcegos. O que podemos dizer com certeza é que o vírus da raiva está circulando pela região de Livramento e Rivera, num raio de 15 km para cada lado, afirma Rossato. Os morcegos hematófagos teriam invadido o lado brasileiro seguindo o Rio Caneleira, um dos afluentes do Rio Ibirapuitã. Temos que impedir a progressão desses animais pelo Ibirapuitã, o que significaria a entrada do vírus no interior do Estado, avalia.
Apesar das suspeitas, ainda não existe nenhum novo foco confirmado de raiva dentro de Santana do Livramento. Temos suspeitas de algumas mortes onde não houve coleta de material, mas não podemos afirmar que já existam focos do nosso lado, explica Rossato. Já na região de Herval a preocupação maior está em evitar o aparecimento de focos.
Focos
Atualmente, 34 focos de raiva estão abertos no Rio Grande do Sul, localizados especialmente nas regiões de Candelária, Paraíso do Sul e Vale do Sol, onde as agressões ainda não foram controladas. A principal dificuldade no controle está na geografia acidentada no local e na indisponibilidade do produtor local, já que esta é a época da colheita do fumo, principal cultura da região.
Nosso principal problema é que não conseguimos encontrar uma furna localizada bem no meio do foco, entre Candelária e Vale do Sol, diz Rossato. No entanto, os trabalhos prosseguem e na última semana foram localizadas duas novas furnas que juntas somam quase 800 morcegos.
Os dois primeiros focos da região foram registrados em junho, em Candelária, e foram considerados uma progressão de um foco anterior, aberto no final de 2007, em Vale do Sol.