A taxa de desemprego na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), em 2014, foi de 5,9% da População Economicamente Ativa (PEA), a menor média anual em mais de 20 anos. Contudo, segundo Iracema Castelo Branco, pesquisadora e economista da Fundação de Economia e Estatística (FEE), o índice de desocupação pode voltar a crescer a partir de 2015.

Ela destaca que em 2014 interrompeu-se o desempenho positivo dos indicadores do mercado de trabalho observados desde 2005, já que o nível de ocupação no ano passado teve queda de 2,1% — a maior em duas décadas. Para a pesquisadora, “há indicativos de que a fase de crescimento contínuo do emprego, que foi o principal determinante para a redução da taxa de desemprego no período de 2004 a 2013, ficou para trás”.

A redução do desemprego em 2014 resulta do comparativo entre a saída de 51 mil trabalhadores do mercado de trabalho e a retração da ocupação (menos 38 mil empregados), que possibilitou a diminuição de 13 mil pessoas entre os desempregados e a consequente queda na taxa de desemprego, de 6,4% para 5,9%. “Se não houvesse esse declínio da PEA e fosse mantida a queda da ocupação, o resultado seria uma elevação na taxa de desemprego para 8,4% em 2014”, explica a pesquisadora, que questiona até quando o aumento do desemprego pode ser contido pela saída de pessoas do mercado de trabalho.

Os jovens de 16 a 24 anos representam o segmento que registra a maior saída do mercado profissional (menos 30 mil, ou -8,6%). Para a pesquisadora, entre outros fatores, colaboram para a permanência do jovem como apenas estudante os programas de incentivo à formação superior, como o financiamento estudantil (Fies), o Prouni e o Ciência sem Fronteiras.

Texto: Anelise Rublescki/Ascom-FEE

Edição: Redação Palácio Piratini/Coordenação de Comunicação