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Reunião técnica analisa importância da ensilagem na alimentação do gado

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A Emater/RS-Ascar promoveu, em parceria com Associação dos Produtores de Milho do RS (Apromilho), Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), Cotrijuí, Unijuí e Associação dos Engenheiros Agrônomos de Ijuí (Apaju) uma Tarde de Campo, na quarta-feira (13), em Ijuí. O evento inseriu-se na programação da 56ª Reunião Técnica do Milho e 39ª Reunião Técnica Anual do Sorgo.

De acordo com o zootecnista e professor da Universidade Federal de Santa Maria - campus Santo Ângelo, João Pedro Velho, o alto teor de açúcares faz do milho e do sorgo as melhores culturas para ensilagem (processo de cortar a forragem, colocá-la no silo, compactá-la e protegê-la com vedação). Contudo, se esta for mal feita pode prejudicar a saúde dos animais e as finanças dos produtores, inclusive daqueles que exportam carne.

A combinação de calor e umidade dentro do silo pode criar um microclima ideal para a proliferação de microorganismos. Quando ingeridos pelo gado, junto com a silagem, os microorganismos produzem hormônios capazes, segundo Velho, de serem identificados em testes de rastreabilidade na carne bovina, comprometendo as vendas para o exterior. A silagem de má qualidade também seria capaz de afetar negativamente a imunidade, fragilizando os animais. Quando a mastite aparece, o produtor não pode vender o leite e ainda gasta com antibióticos, o que significa prejuízo no bolso, exemplificou o zootecnista.

Como alternativas, Velho sugeriu atenção no ponto de corte (colheita). No caso do milho, o recomendado é colher quando a lavoura estiver com teor de matéria seca entre 33 e 37%. Nesse estágio os grãos estarão farináceos ou farináceos-duros. Antes do início da colheita, porém, o produtor deve revisar as máquinas e os equipamentos para evitar contratempos.

As facas (navalhas) da ensiladeira ou picadeira devem estar bem afiadas e reguladas para proporcionar corte uniforme. O tamanho das partículas deve ficar entre 0,5 e 0,7 mm, para facilitar a compactação e a retirada de ar do silo. Quando bem feita, a silagem tem o valor nutricional semelhante ao da forragem verde. É um alimento que pode substituir o pasto em épocas de estiagem, ou ser misturado a grãos e farelos na engorda do gado. A ensilagem não melhora a qualidade das forrageiras, apenas conserva sua qualidade original.

Texto: Cleuza Brutti
Edição: Redação Secom (51) 3210-4305

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