RS produz 5,5 milhões de toneladas de soja
Publicação:
O Rio Grande do Sul colheu 5,5 milhões de toneladas de soja na safra de verão 2001/2002. O número é de levantamento realizado pela Secretaria da Agricultura e Abastecimento (SAA), através da Emater/RS. O Estado plantou 3,23 milhões de hectares com a oleaginosa, alcançando um rendimento de 1.701 quilos por hectare, produção semelhante à média histórica (três anos), de 5,4 milhões de toneladas. No geral, o grão colhido está apresentando uma qualidade boa e dentro dos padrões comerciais. No entanto, a insuficiência de chuvas nesta safra provocou uma perda de 925 mil toneladas (14,4%) em relação à estimativa inicial de produção (6,42 milhões de toneladas). Os preços ao produtor vêm aumentando semanalmente, situando-se em R$ 25,76, a saca, com aumento de 7,7% sobre os R$ 23,91 da semana passada. A semeadura do trigo evolui de forma rápida no Estado. Nesta safra, espera-se um aumento de 17,2% na área plantada, chegando a 720,6 mil hectares. Entre as causas para esse aumento, estão o bom preço que está sendo praticado, as dificuldades de compra do cereal argentino e os investimentos feitos pelo Estado. Depois de 10 anos sem receber recursos, a partir de 1999 o Governo do Estado retomou o financiamento do plantio e da comercialização do trigo através do Banrisul. De 1999 a março de 2002, os recursos para a cultura através do Banrisul, em custeio e comercialização, somam R$ 71,2 milhões ? o que dá uma média anual R$ 21,9 milhões.No governo anterior, em 1998 foram apenas 600 mil para a cultura. De 1999 a 2001, a produção de trigo teve um crescimento acumulado de 99,3%. Os triticultores gaúchos estão optando pela semeadura precoce, visando antecipar o período de frutificação e não coincidir com as chuvas previstas para o segundo semestre, especialmente outubro, mês de concentração da colheita. Estima-se que tenham sido semeados 53% da área, trabalho que se encontra cerca de 2% adiantado comparativamente à média histórica (cinco anos) para esta época. Já a colheita do milho safrinha supera os 80%. De modo geral, o milho semeado de janeiro em diante apresentou bom desenvolvimento, sendo beneficiado pela ausência de geadas e pela regularidade nas precipitações. Os preços ao produtor são bons, no momento, mostrando aumentos semanais desde o início do ano. Eles hoje situam-se em R$ 13,90 a saca, impulsionando os plantadores deste cereal a vendê-lo para pagar seus compromissos, retendo a soja para comercialização futura, na expectativa de melhores preços. Hortigranjeiros No geral, as condições de calor e umidade foram prejudiciais aos hortigranjeiros, com o aparecimento de doenças fúngicas, especialmente para as olerícolas folhosas. Também as frutas de inverno, que estão necessitando de frio para o seu bom desenvolvimento, tiveram dificuldades na semana. O município de Barra do Ribeiro, um dos maiores produtores de batata doce no Estado, está com 21% da área de 400 hectares colhidos. A produtividade média é de 12 toneladas por hectare. Na Zona Sul, maior produtora de cebola do Estado, praticamente 100% dos canteiros foram semeados, com um pequeno atraso em função das chuvas freqüentes. Forrageiras O plantio das pastagens de inverno está concluído. A germinação e o desenvolvimento vegetativo foram beneficiados pelo clima úmido e quente que predominou no outono. Mas o início de utilização das mesmas está sendo prejudicado pelo alto teor de umidade no solo e pela pouca luminosidade. As chuvas freqüentes têm provocado uma perda na qualidade da forragem disponível no campo nativo, fazendo com que os bovinos de corte paralisem o ganho de peso ou até mesmo comecem a perdê-lo. A partir do final de junho, deve começar a comercialização de animais terminados em pastagens cultivadas semeadas na resteva das lavouras de batata, nos Campos de Cima da Serra.