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Vera Cruz traz secador sem fumaça para a Expointer

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A secagem de grãos sem fumaça está trazendo bons resultados para 30 famílias que investiram no projeto em Vera Cruz, no Vale do Rio Pardo. A experiência está a mostra na espaço Caminhos da Integração, na quadra 37 da Expointer. O secador foi desenvolvido pelos agricultores Armando e Hugo Martim, com a orientação da Emater. O cultivo de milho nos Vales Taquari e Rio Pardo acontece a partir do mês dezembro, com uma produção bastante expressiva, voltada para a alimentação na criação de suínos e bovinos de leite. Neste processo, a colheita é realizada durante o inverno, quando os grãos apresentam um percentual muito alto de umidade. Para secar este milho, os produtores do município de Vera Cruz desenvolveram um novo equipamento: o secador colonial sem fumaça. A idéia é o trocar a fornalha, que ficava em contato direto com os grãos, por um sistema canalizado que conduz somente o calor em baixo do milho, sem contato com a fumaça, que é expelida na outra saída do cano, explica o técnico Velton Weber, da Emater de Vera Cruz. O primeiro secador sem fumaça foi construído em julho do ano passado e hoje o município já conta com 30 novas unidades. De acordo com Weber, o equipamento é perfeitamente adequado à pequena propriedade, com baixo custo de construção e fácil operacionalização. Neste sistema, um secador para 30 sacos tem um custo de R$ 1,8 mil aproximadamente. A construção não requer a contratação de pedreiros, bastando apenas a orientação técnica da extensão para o agricultor mesmo realizar a obra, diz Weber. O baixo consumo de energia é outra vantagem do secador sem fumaça, com a redução no consumo de lenha e na pouca demanda de potência elétrica para acionar o ventilador. A qualidade do grãos é muito superior. O milho não trinca e não perde o valor nutricional, já que a secagem nunca acontece em temperaturas excessivas, complementa o técnico, lembrando que o milho livre do cheiro de fumaça é destinado aos moinhos coloniais, enquanto que no sistema tradicional o uso fica restrito à alimentação animal. A única limitação no secador sem fumaça está no tamanho da construção. O limite para garantir uma boa secagem são 60 sacos de grãos, depositados por um período de 6 a 10 horas. O milho pode ser armazenado com 13% de umidade, orienta Weber, lembrando que o secador também é utilizado para feijão, arroz, amendoim e mandioca. Outra idéia apresentada pela Emater na Expointer são os sistemas de armazenagem. Tradicionalmente, o produtor guarda o milho em tonéis. Seis tonéis fechados tem capacidade para armazenar apenas 15 sacos. Quando estes tonéis são abertos para construção de um silo, a capacidade passa para 49 sacos de milho. O acabamento do silo é feito com madeira e rebite. Aproveitando somente os materiais disponíveis na propriedade o agricultor pode construir seu silo quase sem custo, conclui Weber. No estande os visitantes também recebem orientações para a construção de silos em alvenaria e utilização de produtos orgânicos para controle de pragas na armazenagem.
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