"Não posso imaginar que alguém não queira ouvir a população sobre o futuro do estado", diz Sartori
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O governo do Estado envia, nesta quarta-feira (25), para a Assembleia Legislativa, projeto de lei que estabelece que a autorização legislativa para a realização de plebiscito possa ser feita até 90 dias antes do pleito. A proposta modifica norma estadual de 1991 que prevê que a autorização seja dada até cinco meses antes das eleições. A mudança adequa a legislação estadual a uma resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que determina o prazo em até 90 dias. O anúncio foi feito pelo governador José Ivo Sartori no final da manhã desta quarta-feira, no Palácio Piratini.
“Estamos reafirmando nossa determinação de consultar a população sobre o futuro de três empresas estatais gaúchas – a CEEE, a CRM e a Sulgás. Queremos ouvir a população para que ela decida, democraticamente, sobre o destino das três empresas. Não posso imaginar que alguém não queira ouvir a população”, afirmou o governador.
Sartori disse que o projeto vai acompanhado de um pedido de urgência “para que ele seja votado o mais rapidamente possível. E, assim, tenhamos mais tempo para apreciar a matéria que define a realização do plebiscito”.
O governador lembrou que, desde o início da sua gestão, o assunto foi colocado em discussão. “Mas todas as nossas tentativas têm sido obstaculizadas. Estamos agora perto do final do prazo e a matéria sequer chegou ao plenário para ser discutida”, explicou.
"O que está em jogo é o equilíbrio financeiro do Estado. O que está em jogo é um Estado voltado para suas atribuições mais relevantes, que é prestar serviços de qualidade ao cidadão. O que está em jogo é um novo Estado, moderno, eficiente e incentivador do desenvolvimento econômico”, enfatizou Sartori.
O questionamento da função e do tamanho do Estado, trazido por esta gestão, foi o centro do pronunciamento. “Não cabe ao Estado explorar carvão. A Sulgás precisa de investimentos que o Estado não tem condições de fazer. E a CEEE pode perder a concessão se não receber um aporte financeiro que é impossível para o Estado”, esclareceu.
“Queremos que um investidor privado ou o governo federal assuma a exploração de energia e o Estado continue priorizando saúde, segurança, educação, estradas e a área social. Desde o começo do nosso governo, estamos adotando medidas, muitas delas difíceis, para colocar a casa em ordem. Mais do que isso: para preparar um novo futuro para os gaúchos”, disse Sartori.
O governo também enviará à Assembleia Legislativa, nesta quarta-feira, pedido formal para a realização de plebiscito no pleito de outubro. Em ofício, o governador encaminhará pedido para realização de consulta pública sobre a CEEE, a CRM e a Sulgás. A convocação de plebiscito é prerrogativa do Legislativo.
Tramitação
O líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Gabriel Souza, explicou que o pedido de urgência do projeto de lei faz com que o Legislativo tenha 30 dias para apreciar a matéria. Depois desse prazo, a matéria passa a trancar a pauta de votação.
Sobre o ofício, Gabriel Souza disse que caberá a Mesa Diretora da Assembleia aceitar a solicitação do Executivo e criar um projeto de decreto legislativo (PDL). Como o PDL será originado pela Mesa, dispensará a análise das comissões, indo direto para a deliberação em plenário.
“Estamos propondo a alteração de uma legislação para que tenha tempo hábil, simétrica às regras da Justiça Eleitoral, para que a população possa escolher o futuro do Rio Grande. Então, caberá ao Legislativo tomar uma decisão. Acho difícil o Parlamento, que representa a sociedade, não querer que a sociedade escolha o futuro do seu próprio estado”, afirmou Souza.
Visão de governo
O chefe da Casa Civil, Cleber Benvegnú, reforçou que o governo está pedindo uma adequação à legislação em vigor, que data de 1991, “feita em um tempo analógico, quando o voto era em cédula de papel”. Na prática, "isso viabiliza que o plebiscito seja feito durante o processo eleitoral deste ano”, explicou Benvegnú.
“Mesmo com todas as tentativas de colocar esse assunto em discussão no Parlamento desde o início desta gestão, estamos chegando ao final do prazo sem que o pedido para a consulta pública tenha chegado ao plenário”, destacou Benvegnú. “O governo quer ouvir a população sobre esse assunto para que ela decida democraticamente e, independente do resultado, o governo sempre respeitou e respeitará a autonomia do Legislativo nesse processo”, ressaltou.
Governo encaminha projeto que modifica período para convocação de plebiscito antes das eleições
Governo encaminha projeto que modifica período para convocação de plebiscito antes das eleições Crédito: Governo do Rio Grande do Sul
Texto: Mirella Poyastro/Secom
Edição: Sílvia Lago/Secom