A imprensa também promove segurança pública. A afirmação foi dada neste sábado (14) pelo comandante da Brigada Militar do município gaúcho de Candelária, na região central do Estado, capitão Valmir Reis. O militar foi um dos palestrantes do seminário Polícia, Escola e Comunidade, que ocorreu hoje no Campus II da Feevale, em Novo Hamburgo. Promovido pela Secretaria da Justiça e da Segurança (SJS), o seminário reuniu educadores, agentes de segurança pública e a comunidade. Reis disse que os meios de comunicação têm que saber aproveitar as informações que a polícia fornece, como prisões e operações de combate à criminalidade. Desta forma a população passará a ter maior sensação de segurança, frisou. O capitão destacou também que os comandantes das polícias necessitam realizar planos de segurança pública de acordo com as características de cada região. Reis citou como exemplo Candelária, cidade que apresentava índice de 40 homicídios por 100 mil habitantes. O comandante disse que a Brigada Militar reuniu-se com a comunidade, com os poderes legislativo, executivo, judiciário e com os próprios policiais para que fossem estabelecidas rotinas de trabalho. A taxa de mortes baixou para 13 por 100 mil habitantes. O professor argentino Enrique Andrés Font, da Universidade de Rosário, na Argentina, apresentou as diretrizes do projeto Comunidades Justas e Seguras, criado pela Organização não-governamental (ONG) Ideas Work (www.ideaswork.org). O objetivo da iniciativa, segundo Font, é estabelecer um modelo sustentável entre comunidades desfavorecidas, principalmente moradores de favelas, para construir um bom nível de convivência, resolvendo conflitos e trabalhando na prevenção de pequenos delitos entre as pessoas. O projeto, que funciona desde 1994 na África do Sul, iniciou oficialmente em 2000. Hoje no Canadá existem 40 fóruns de convivência distribuídas em 5 cidades. Em Rosário, na Argentina, o programa está consolidado há três anos e recebe financiamento do governo do Canadá. A Ideas Work pretende adaptar um modelo para cada país e tentar resolver os conflitos chegando na causa. Pensamos na segurança como políticas sociais e públicas, sem o uso da força, explicou. A diretora da escola estadual Willybaldo Bernardo Samrsla, localizada na periferia de Taquara, no interior gaúcho, Ana Lúcia Rodrigues da Silva, relatou as mudanças que ocorreram após terem havido reuniões com a comunidade escolar. Segundo ela, a escola enfrentava o problema da violência e está revertendo o quadro graças a uma série de atividades culturais e de reinserção social. Estruturamos peças de teatro, criamos uma rádio comunitária e estabelecemos um contato muito mais próximo com as pessoas que dependem da escola, salientou. Após o seminário, houve a apresentação da peça teatral Brasil, um sonho intenso, sob a direção de Paulo Conte. O espetáculo faz parte do projeto Uma trilogia da violência, e encenado por integrantes de uma associação de moradoras do Bairro Empresa II, em Taquara.