Abertura de Seminário de Vitivinicultura destaca qualidade da produção de vinhos da Metade Sul
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Mais de 430 viticultores, técnicos, pesquisadores e lideranças do setor vitivinícola do Rio Grande do Sul participam do primeiro dia do V Seminário de Vitivinicultura da Metade Sul, que se realiza no Clube Comercial de Bagé. O evento reúne painéis e palestras sobre o desenvolvimento do setor, além de uma mostra de vinhos de cinco vinícolas nacionais e curso de degustação. Na cerimônia de abertura do evento, estiveram presentes o presidente da Emater/RS e secretário substituto de Agricultura e Abastecimento, Caio Rocha; o diretor administrativo da Emater/RS e presidente do Comitê de Fruticultura da Metade Sul, Afonso Hamm; o presidente executivo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Carlos Paviani; o chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Uva e Vinho, Lucas Garrido; o deputado estadual, Estilac Xavier; o vice-prefeito de Bagé, Bayard Pereira, e o prefeito de Pinheiro Machado, José da Feira. Durante a abertura, o diretor administrativo da Emater/RS destacou a importância do debate sobre as estratégias para o desenvolvimento do setor. Teremos três dias para discutir a ampliação da base de consumo de vinhos e sucos e das políticas que beneficiam o setor, com o objetivo de gerar renda, fixar os agricultores no meio rural e propor uma nova alternativa de desenvolvimento para a Metade Sul, incrementando os investimentos já existentes, ressaltou Hamm. Para ele, o Seminário se firma como um espaço de crescimento para o setor, pois além das discussões propostas também serão lançados novos produtos pelas vinícolas que compõem a mostra. A tributação excessiva foi o destaque do pronunciamento do presidente da Emater/RS. Caio Rocha salientou a importância social que a instalação das 26 vinícolas representam para a Metade Sul. Esses empresários apostaram no desafio e hoje já são mais de 1,8 mil hectares e 4 mil empregos gerados. Mas o grande desafio, daqui para frente, é lutar por uma reforma tributária que coloque o vinho na condição de gênero alimentício e não de bebida alcoólica, com tributação hoje variando de 39% a 53%, enfatizou. O presidente executivo do Ibravin avaliou o desenvolvimento do setor na região. Segundo Paviani, a vitiviniculura da Metade Sul cresce não só em produção, mas também em qualidade. Isso é resultado de um trabalho insistente de acompanhamento do mercado, revela. Para o chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Uva e Vinho, a geração de novas tecnologias também tem contribuído para o crescimento da qualidade dos vinhos da região. A geração de tecnologias garante a sustentabilidade e a qualidade do produto final. A Embrapa sabe das dificuldades aqui nesta área para a implantação de algumas tecnologias, mas pretende com a parceria dos viticultores realizar novos projetos para solucionar os atuais entraves, salienta Garrido. No final da solenidade, a organização do evento prestou uma homenagem ao agrônomo Onofre Pimentel, entregando-o uma placa de reconhecimento ao trabalho desenvolvido. O profissional foi, por mais de 40 anos, enólogo da vinícola Granja União, sendo designado pela companhia para a implantação de um empreendimento no município de Pinheiro Machado. No local, Pimentel implantou e monitorou 30 variedades de uvas viníferas, servindo de referência para o desenvolvimento da viticultura na Metade Sul. Após a abertura, os participantes acompanharam o lançamento da mostra de vinhos, onde estão presentes os melhores produtos das vinícolas Salton, Miolo, Velho Amâncio, Terrasul e Almadén. O V Seminário de Vitivinicultura da Metade Sul prossegue nesta sexta-feira (19), com debates no Clube Comercial de Bagé, sobre o panorama das regiões produtivas brasileiras, a proposta de vitivinicultura para a Metade Sul, as pesquisas no setor, as tecnologias da produção para melhoria na qualidade dos vinhos, os aspectos nutracêuticos dos vinhos e um painel de promoção do vinho brasileiro. No sábado, o evento encerra com um dia de campo, nos parreirais da vinícola Terrasul, em Pinheiro Machado.