Abordagem do suicídio pela mídia será tema de seminário em Porto Alegre
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Um seminário destinado a jornalistas, assessores de imprensa, publicitários, relações públicas e estudantes de comunicação pretende orientar e sensibilizar profissionais e acadêmicos em formação sobre o correto tratamento da complexa questão do suicídio e sua divulgação.
Promovido pelo Comitê Estadual de Promoção da Vida e de Prevenção ao Suicídio, a Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul (APRS) e o Centro de Valorização da Vida (CVV), com apoio da Secretaria da Saúde e da Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs), 'Calar ou noticiar? Como abordar o suicídio na mídia e redes digitais' será no dia 28 de setembro, às 14h30, no auditório da Amrigs, e faz parte da programação do Setembro Amarelo no estado.
A médica sanitarista e voluntária do CVV, Alethea Sperb, explica que a ideia é sair do formato tradicional de um curso, mesclando participações presenciais e gravadas, com jornalistas envolvidos com a temática. Também haverá uma oficina prática de redação sobre o assunto em pauta, onde profissionais da saúde e membros do CVV presentes à atividade se dividirão como fontes de informação durante o exercício.
RS tem maior taxa de suicídio no Brasil
Dados do Comitê Estadual de Prevenção ao Suicídio da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, o mal leva uma pessoa à morte, no Brasil, a cada 45 minutos. Em média, são registrados seis suicídios a cada 100 mil habitantes.
O Rio Grande do Sul aparece com a maior taxa, atingindo 10,4 mortes a cada 100 mil habitantes. Há cidades gaúchas que superam o coeficiente de 50 óbitos a cada 100 mil habitantes, acima da maior taxa mundial, da Guiana, de 44,2 a cada 100 mil habitantes. A cada dia, três pessoas morrem da doença no Rio Grande do Sul. O Interior do estado concentra a maior taxa de suicídio.
"O estigma de que não se pode falar sobre morte auto-infligida é o que mais atrapalha a tomada de medidas que impeçam a tragédia. Discutir o tema, quebrando com o tabu que ronda o assunto, é o caminho para combater esse problema de saúde pública. Os comunicadores têm papel fundamental na quebra desse paradigma", afirma a coordenadora do Comitê Estadual, Andréia Volkmer.
O seminário
O seminário 'Calar ou noticiar? Como abordar o suicídio na mídia e redes digitais' será na quinta-feira, 28 de setembro, das 14h30 às 17h45, no auditório da Amrigs, na Avenida Ipiranga, nº 5311.
As inscrições podem ser feitas pelo endereço: https://goo.gl/forms/QW1OAFjTWGKN1w2y2.
Mais informações, pelos emails comitesuicidio@saude.rs.gov.br, aprs@aprs.org.br, comunica.anahi@gmail.com ou pelos telefones (51) 3901-1070, (51) 3024-4846 e (51) 99849-6380.
As participações presenciais são:
Marilise Fraga de Souza – especialista em saúde mental da Secretaria da Saúde e membro do Comitê Intersetorial de Promoção da Vida e Prevenção do Suicídio, do Centro Estadual de Vigilância em Saúde.
Rafael Moreno Ferro Araújo – coordenador do Comitê de Prevenção do Suicídio da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, graduado em Medicina e pós-graduado em Psiquiatria pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, especialista em Psiquiatria, pela Associação Brasileira de Psiquiatria e mestre e doutorando em Medicina/Neurociências pela PUC-RS. Formado em Terapias Cognitivo-Comportamentais na Infância e Adolescência no Instituto da Família de Porto Alegre. Tem pesquisa acadêmica nas regiões do Vale do Taquari, Vale do Rio Pardo e Vale do Jacuí, que concentram as maiores taxas de suicídio do Rio Grande do Sul, com cidades que superam 50 óbitos a cada 100 mil habitantes.
Berenice Rheinheimer – médica psiquiatra e membro do Comitê de Prevenção do Suicídio da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul. Psiquiatra da Infância e Adolescência e mestre em Psiquiatria pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Preceptora do Programa de Residência Médica do HMIPV- UFCSPA. Seu mestrado foi sobre o aumento dos índices de suicídio entre crianças e adolescentes - Violência auto-infligida na adolescência: por que os jovens se matam e qual o papel da mídia nesse contexto?
Claudia Weyne Cruz – professora da Escola de Saúde Pública, tem como tese de doutorado a pesquisa 'As múltiplas mortes de si: suicídio de idosos no sul do Brasil'. É pesquisadora colaboradora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, pesquisadora colaboradora da Fundação Oswaldo Cruz e psicóloga.
Paula Sperb – jornalista, atuou como repórter colaboradora da Folha de S.Paulo e, atualmente, é correspondente da Veja no Rio Grande do Sul. Escreveu para a BBC a reportagem 'Agrotóxicos, depressão e dívidas criam 'bomba-relógio' de suicídios no RS', que atingiu altos índices de audiência e compartilhamentos.
As participações gravadas em vídeo são:
Letícia Duarte – jornalista que atuou por 13 anos no Jornal Zero Hora, em pautas de comportamento, incluindo reportagem especial sobre depressão e suicídio. Integra o Programa Jornalistas de Visão, do Instituto Ling. Falará sobre o tema 'A abordagem do suicídio na imprensa internacional: o que muda falar sobre isso'.
André Trigueiro – jornalista com pós-graduação em Gestão Ambiental pela COPPE/Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde leciona a disciplina 'Geopolítica Ambiental'; editor-chefe do Cidades e Soluções, da Globo News; professor de Jornalismo Ambiental da PUC-Rio; escritor; palestrante e comentarista da CBN. É autor do livro 'Viver é a melhor opção – A prevenção do suicídio no Brasil e no mundo'. Vai falar sobre 'Informação que transforma: como a imprensa pode se articular com outros setores na prevenção ao suicídio'.
Texto: Ascom SES
Edição: Denise Camargo/Secom