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Ações do Estado amenizam efeitos da seca em comunidades mais afetadas

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Defesa Civil entrega cestas básicas, filtros e caixas de água para agricultores do assentamento Zambeze, atingidos pela estiagem  no município de São Gabriel.
Defesa Civil - Foto: Claudio Fachel/Palácio Piratini

Em uma operação especial de ajuda humanitária para reduzir os efeitos da estiagem, o Governo do Estado está fornecendo kits emergenciais a 2,5 mil famílias de trabalhadores rurais do interior do RS. Os beneficiados vivem em assentamentos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) nos municípios de São Gabriel, SantAna do Livramento, Hulha Negra e Santa Margarida do Sul.

A ação é coordenada pela Casa Militar e envolve cerca de 20 servidores da Defesa Civil do Estado, que percorrem as áreas rurais entregando caixas dágua, filtros e cestas de alimentos aos assentados. O abastecimento é feito semanalmente com a utilização de caminhões equipados com pipas de vinil. O custo da operação é de R$ 510 mil.

O atendimento a estas e outras famílias em situação de vulnerabilidade, como indígenas e quilombolas, foi determinado pelo próprio governador Tarso Genro à Sala de Situação, estrutura instalada pelo Governo do Estado para monitorar os efeitos da estiagem. De acordo com o sub-chefe da Defesa Civil estadual, tenente-coronel Oscar Moiano, as ações começaram em janeiro e prosseguirão até o dia 16 de fevereiro, com a participação dos coordenadores de diversas regionais da instituição. Esta não é uma ação permanente. Ela tem caráter emergencial, enfatizou.

Moiano também acredita que, com o repasse de R$ 51,9 mil aos municípios em situação de emergência, as prefeituras poderão prosseguir com o trabalho após o atendimento realizado pela Casa Militar. Este é um trabalho em parceria com a Defesa Civil dos municípios. As comunidades apresentavam um quadro preocupante, já que seus moradores encontravam dificuldades de acesso à água potável, avalia o comandante, ao frisar que ações como esta poderão ser ampliadas para outras áreas conforme as necessidades da população.

Cada assentamento possui um reservatório instalado pelo Incra nas sedes das antigas fazendas. No assentamento Zambeze, em São Gabriel, a distância do reservatório para as casas dos assentados dificultava o transporte e o armazenamento da água. A antiga fazenda foi dividida pelo Incra em 47 lotes, espalhados pelos 910 hectares da propriedade. Nela vivem ex-trabalhadores sem-terra de Cruz Alta, Boa Vista do Buricá e Tupanciretã.

Ajuda em boa hora
Coordenador do assentamento Zambeze, o trabalhador rural Carlos Roberto Arruda comemorou a chegada do auxílio e disse que a ajuda veio em boa hora. A nossa grande dificuldade neste momento de seca é o acesso e o armazenamento de água nos nossos lotes, considera Arruda, ao lembrar que alguns assentados precisavam caminhar até oito quilômetros carregando baldes e garrafas. Com este material, nós podemos armazenar até a água da chuva, passar ela pelo filtro e, então, teremos água para beber.

O lavrador Luis Carlos da Rosa, 54 anos, preferia buscar a água em um banhado próximo à sua propriedade. Era difícil porque tinha que caminhar por quase uma hora com garrafas amarradas nas costas, mas agora vai melhorar bastante, conta. Seu colega de assentamento, André Rochenback comemora o fim das jornadas até a cacimba de um vizinho. Coma seca, minha cacimba secou e eu tinha que fazer até quatro viagens por dia carregando baldes cheios, recorda o assentado, que luta para alimentar sua esposa e a filha de dez meses.

Indígenas e quilombolas
O Estado também iniciou nesta semana a entrega das primeiras cestas básicas para as comunidades indígenas e quilombolas atingidas pela estiagem. No total, serão destinadas cinco mil cestas em 114 comunidades de 47 municípios. O trabalho é coordenado pela Sala de Situação e tem a participação da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social, Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Emater e Casa Civil.

Texto: Juliano Pilau
Foto: Claudio Fachel
Edição: Redação Secom (51) 3210.4305

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