O perito japonês Hiroshi Motoo, diretor da Fundação de Desenvolvimento da Pesca de Kyoto, vai expor terça-feira (09), às 16h, ao secretário da Ciência e Tecnologia, Renato de Oliveira, o plano de trabalho que vai executar junto a pesquisadores da Fundação Universidade de Rio Grande (Furg) no desenvolvimento de técnicas de reprodução de linguado em viveiros na Lagoa dos Patos. De Porto Alegre, Hiroshi Motoo segue para Rio Grande, onde fica até 30 de abril. A vinda de Motoo ao Estado é o resultado de um acordo entre a Agência Japonesa de Cooperação Internacional (JICA) e a Secretaria da Ciência e Tecnologia (SCT). Além da Fundação de Pesca de Kyoto, Motoo já atuou como pesquisador na área de pesca na própria Jica, no Instituto de Pesquisa Ecológica Marinha e nas prefeituras de Kyoto e de Ishikawa. Peixe com alto valor agregado, o linguado (Paralichthys olivaceus) está sendo objeto de pesquisas do Programa de Apoio aos Pólos de Inovação Tecnológica da SCT, em convênio com a Furg. O pesquisador japonês vai trabalhar no desenvolvimento de tecnologias para reprodução, alimentação dos alevinos e seu manejo na Lagoa. A Jica opera no Brasil desde 1974 e cooperou com o Governo do RS no projeto Mar de Dentro, realizado em 99/2000. O Brasil consome atualmente 960 mil toneladas de pescado. Desse total, 260 mil toneladas são importadas. Países como o Equador (camarão) e o Chile (salmão) têm experiências recentes e bem sucedidas com a aqüicultura, técnica que pode auxiliar na reversão econômica na região da Lagoa dos Patos. O objetivo é a fixação dos pescadores na sua atividade de origem e a criação de novos empregos, tanto no setor primário quanto no agro-industrial, explica Marcelo Lopes, da SCT, autor do projeto. Como produtor de grãos, o RS tem a possibilidade de transformar milho e soja em ração para peixes. Desenvolver tecnologia para aqüicultura faz parte das prioridades do Governo do Estado. O programa prevê o trabalho conjunto com a comunidade de pescadores artesanais da região da Lagoa dos Patos, visando incrementar a economia da Metade Sul.