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Adolescentes transformam pedra e barro em obras de arte

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O perfil do adolescente infrator abrigado na Fundação Socioeducativa (Fase) é de um jovem com idade médio de 17 anos, que não concluiu o primeiro grau, tem ou teve envolvimento com drogas, família desajustada e não conheceu a figura paterna. Portanto,
Adolescentes transformam pedra e barro em obras de arte

O perfil do adolescente infrator abrigado na Fundação Socioeducativa (Fase) é de um jovem com idade médio de 17 anos, que não concluiu o primeiro grau, tem ou teve envolvimento com drogas, família desajustada e não conheceu a figura paterna. Portanto, não conheceu limites. Ou não teve quem estabelecesse esses limites. E cabe aos operadores do programa socioeducativo que a Fase executa a tarefa pedagógica de determinar limites em suas vidas e buscar a ressocialização para que, ao cumprirem a medida socioeducativa, possam voltar à sociedade como cidadãos que um dia tiveram a chance de refletir sobre os atos ilícitos e mudar de vida.

O trabalho do corpo de servidores da Fase é fundamental nesta tentativa de reinseri-los socialmente. Os instrutores de atividades profissionalizantes, Odair da Rosa Nunes, e de Artes, Adão Assem, são exemplos de dedicação e comprometimento com a causa. Eles trabalham com adolescentes, respectivamente, em oficinas profissionalizantes de Escultura em Pedra e de Cerâmica.

As pedras

Foi num folheto promocional que seu Odair viu a propaganda de um curso que seria ministrado no Sest/Senat para ensinar como fazer peças esculturais em pedra de concreto celular, um tipo de material utilizado na construção civil. Por iniciativa própria se inscreveu, fez o curso, aprendeu a técnica e resolveu ensinar aos adolescentes da FASE que nem todas as pedras encontradas no caminho são difíceis. O concreto celular pode ser transformdo em peças de decoração e utilitários, como relógios de parede, cinzeiros, porta-jóias, porta-trecos, capelinhas e tantos outros utensílios que a criatividade dos artistas imaginar.

Hoje a oficina ministrada pelo mestre Odair conta com a participação de 10 adolescentes. Através das mãos, das grosas e das lixas já conseguem produzir objetos que vão garantir renda e aprendizado para quando saírem da FASE poderem trabalhar com o artesanato, como fonte de sustento de suas famílias.

Cerâmica

A oficina de Cerâmica, coordenada pelo instrutor Adão Assem não visa apenas o aspecto estético, mas busca uma forma de estabelecer limites, despertar a atenção e  concentração e ainda, vislumbrar a inclusão social através da arte. Participam 24 adolescentes entre moldes, idéias, dúvidas e questionamentos do tipo será que isso vai levar a algum lugar? ansiedades que, aos poucos, se transformam em atração para outros jovens. A oficina do mestre Adão já começa a frutificar. Dois alunos foram aprovados pela Casa do Artesão e receberam suas credenciais para poderem atuar, quando saírem da FASE, como artesãos profissionais.

As peças produzidas pelos alunos já estão sendo comercializadas em feiras que o Centro de Convivência da FASE, um espaço onde as oficinas são ministradas, participa. A renda conseguida com a venda supre a necessidade de reposição dos materiais utilizados e os adolescentes produzem peças que são doadas a eles e comercializadas entre familiares e amigos, como forma de incentivo ao trabalho que realizam. Estamos criando meios para que os adolescentes, ao voltarem ao convívio na comunidade possam buscar um meio de vida digna, com sua arte assegura o professor Adão.

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