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Agroindústria familiar leva produtos artesanais feitos a partir do leite à Expointer pela 16ª vez

Essa é uma das 456 expositoras do Pavilhão da Agricultura Familiar, de 30 de agosto a 7 de setembro

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Rafaela e o marido lideram a agroindústria de laticínios em Estância Velha
Rafaela e o marido lideram a agroindústria de laticínios em Estância Velha - Foto: Fernando Dias/Ascom Seapi

Na agroindústria Sabores do Rancho, no Morro Agudo em Estância Velha, quem dita o ritmo do dia são as vacas da raça Jersey. Com 14 vacas em lactação, de um total de 40 animais, a produção diária gira em torno de 250 litros de leite. O manejo segue horários rigorosos. A ordenha ocorre duas vezes ao dia, entre 5h e 5h30 da manhã e no mesmo horário à tarde, num intervalo de 12 horas.

A alimentação balanceada inclui silagem e pastagem a campo aberto, tudo administrado em uma área de 10 hectares. Entre o meio-dia e às 16h, os animais são soltos para pastar. As demais refeições ocorrem no galpão, com feno e rações concentradas. Essa é uma rotina que se repete de domingo a domingo, há 16 anos, desde que a produção começou com apenas três vacas.

“Pode faltar comida na nossa despensa, mas nunca para as vaquinhas”, brinca Rafaela Jacobs. Técnica de enfermagem, ela deixou a profissão para fundar a agroindústria com o marido, Eduardo Blauth. Hoje, o casal conta com o apoio dos filhos Rodrigo, 16 anos, e Eduarda, 20.

A disciplina e o cuidado com o rebanho refletem diretamente na qualidade dos produtos. Queijos coloniais (inclusive de leite cru), minas e coalho, seis tipos de iogurtes, 16 sabores de sorvetes e diversos picolés artesanais são elaborados pela família. “Um rebanho saudável nos permite produzir queijos de leite cru”, pontua Rafaela. O uso do leite cru só é permitido quando a matéria-prima provém de rebanho livre de brucelose e tuberculose, comprovado por testes anuais.


Presença garantida na 48ª Expointer

Desde o início das atividades, em 2009, a agroindústria de Estância Velha participa ininterruptamente da Expointer. Este ano, a feira atinge o maior número de expositores da história no Pavilhão da Agricultura Familiar, e a família de Eduardo e Rafaela está entre as 456 agroindústrias confirmadas. “Esta será nossa 16ª edição. Sempre temos expectativas muito positivas com o evento, pelos resultados que ele proporciona durante e após sua realização”, comenta Rafaela.

A proposta para 2025 é reforçar o compromisso com a excelência. “Acreditamos que a verdadeira inovação está em manter a qualidade dos nossos produtos. É isso que garante a fidelidade dos nossos clientes ao longo do ano.”

Para o titular da Secretária de Desenvolvimento Rural (SDR), Vilson Covatti, o Pavilhão da Agricultura Familiar da Expointer 2025 já nasce como um marco, reunindo um número recorde de empreendimentos de todas as regiões do nosso Estado. "Mais do que um espaço de exposição e comercialização, o pavilhão demonstra a força, a diversidade e a qualidade da produção das nossas agroindústrias, evidenciando a importância da agricultura familiar para a economia gaúcha, na geração de emprego, renda e desenvolvimento para os nossos municípios. Seguimos trabalhando para fortalecer esse setor que é essencial para o presente e o futuro do Rio Grande do Sul, ", concluiu Covatti.

Os produtos levados à feira não contêm aditivos químicos, como emulsificantes e espessantes, o que favorece a digestão e realça os sabores naturais. Entre os destaques está o sorvete de ricota com goiabada, feito com ricota produzida na própria agroindústria. “Transformamos nossos doces em sorvetes únicos, que surpreendem o público. É gratificante ouvir que nunca provaram nada igual”. Rafaela ressalta que, mais do que vender, o objetivo é proporcionar uma experiência sensorial aos visitantes, despertando o paladar e as memórias afetivas.

Reconhecimento e paixão

Produzir, beneficiar e vender diretamente ao consumidor final é a essência da agroindústria, que já acumula diversas conquistas. “Este é nosso projeto de vida, centrado na agricultura familiar e na união da nossa família. Nossos filhos participam espontaneamente de todas as etapas”, destaca Rafaela.

A excelência dos produtos foi reconhecida com a concessão do Selo Arte pelo Ministério da Agricultura, em junho deste ano. O selo atesta a origem artesanal, a utilização de mão de obra familiar e o vínculo com o saber tradicional e a geografia local. Em 2023, a agroindústria também conquistou o troféu bronze da Associação Gaúcha de Laticinistas e Laticínios, no concurso estadual de queijos artesanais.

Cadastrada no Programa Estadual de Agroindústria Familiar (Peaf) e no Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agroindustrial Familiar (Susaf) desde 2012, a propriedade se beneficia de políticas públicas voltadas ao fortalecimento do setor. “A atuação das secretarias da Agricultura e de Desenvolvimento Rural, além da Emater, foi decisiva para alcançarmos o nível de qualidade atual”, afirma Rafaela. “A relevância dessas políticas para a agricultura familiar é inegável, desde a legislação e assistência técnica, até a participação em feiras, como a Expointer”, comenta.

Texto: Elstor Hanzen/Ascom Seapi
Edição: Secom

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