Um grupo de agentes norte-americanos deverá visitar o Rio Grande do Sul em abril para discutir a inclusão do arroz gaúcho na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F). As negociações iniciaram no final do ano passado quando o grupo esteve no Brasil. Em palestra nesta quinta-feira (28), durante a 18ª Abertura da Colheita do Arroz, em Cachoeirinha, a pesquisadora Sílvia Miranda afirmou que é preciso ter qualidade e quantidade na produção para abastecer o mercado futuro. Segundo Sílvia, são apenas duas as bolsas no mundo que operam essa modalidade: a de Chicago e da Tailândia. O interesse dos Estados Unidos não se restringe apenas ao Brasil. Eles também querem colocar na bolsa futura o arroz da Argentina e Uruguai. A explicação para tal interesse são as características desta região, que tem abundância de água, terra, e a peça fundamental, a competência na produção. A pesquisadora explica que um dos pré-requisitos para a operação é a quantidade de compradores e vendedores, inexistência ou existência, em pequenas proporções, de políticas governamentais que assegurem menor risco para o produtor e a disponibilidade de infra-estrutura para operacionalizar a classificação do arroz, distribuição, transporte e armazenamento. Conforme Sílvia, os Estados Unidos enfrentam problemas como o avanço de outras culturas, principalmente bioenergéticas, e a falta de água. No Mato Grosso algumas empresas adotaram uma tática parecida com a bolsa de futuros. É a venda antecipada, quando as beneficiadoras compram a safra, ou apenas uma parte, diretamente dos produtores. “O valor é definido previamente, o que se caracteriza como um mecanismo de garantia de preços”, esclarece. Para o diretor do Sindicato das Indústrias de Arroz do Rio Grande do Sul (Sindarroz/RS), César Gazzaneo, a inclusão do arroz na BM&F deverá ser analisada pelas indústrias gaúchas. A 18ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz iniciou nesta quinta-feira (28) na Estação Experimental do Irga, em Cachoeirinha. O evento acontece até o próximo domingo (2).