É claro que tudo que estava escrito deixa de fazer sentido se eu primeiro não cumprimentar os meus conterrâneos, o povo de São José do Norte. E o faço com enorme emoção. Quando, pela primeira vez, vim conhecer esta geografia, São José do Norte ainda tinha luz elétrica trazida pelo gerador. Depois, foram construídos esses cabos que o desenvolvimento faz com que a gente tenha que baixar, levantar, baixar, levantar, até que possam ser conduzidos pelo túnel que vai ligar São José do Norte a Rio Grande, pela via elétrica.

A energia vai chegar aqui por onde o desenvolvimento, a tecnologia permitem, mas jamais vai sair da minha imagem, do meu coração, este momento que eu vim viver, sabe Deus como, por quais circunstâncias, depois de ter afirmado que o dia em que eu pudesse, viesse a me aposentar, eu viria morar aqui. Porque a beleza desta região, o povo desta região, me acolheria, agora me acolhe com irmã, como uma pessoa. Vicente Ferrari, meu querido prefeito, diferenciado prefeito, porque fala das coisas do fazer através do coração.

Está certo que um jornalista que até me antecipou, mas ele antecipou o que eu não sabia que teria essa dimensão. José Vicente Ferrari, prefeito de todos os nortenses, eu quero dizer que vim conhecer um povo que, depois, ajudou que eu fosse eleita deputada federal e, como deputada federal, pudesse um pouquinho vir aqui suprir as imensas necessidades que o povo de São José do Norte tinha e ainda tem. Hoje eu vejo diferente. Então, essa proximidade faz com que seja por um título aquilo que já tínhamos entre nós pelo coração.


Obrigada, povo de São José do Norte, Câmara dos Vereadores e prefeito, que me dão essa imensa alegria. Ao diretor de operações da Aracruz, Valter Lídio Nunes, que quero saudar através do Valter cada trabalhador da Aracruz, cada trabalhadora da Aracruz, cada pessoa que, como eu, sempre confiou no nosso RS. E mais uma vez eu digo, quis me dar a imensa alegria, como governadora, à frente de um governo e de um secretariado que sempre confiou no RS, este momento único. O Valter é parceiro da idéia de desenvolvimento a partir das comunidades.


E quando veio nos anunciar - e eu estou vendo ali pelas fotos - veio nos anunciar o crescimento da Aracruz no Estado do RS, usando da sua geografia privilegiada, eu lhe perguntei: Mas como é que descobriu o que a natureza nos deu desde sempre?. Então, são milhões de anos que fazem com que esse trecho aqui da nossa Lagoa dos Patos, em que desce a profundidade, tenha o calado que tem. E ele me respondeu, como gaúcho que é: Perguntei aos pescadores. É quem aqui vive que lhe disse: É fundo. Pode dar boa coisa. Porque sempre deu boa coisa. Essa é a nossa geografia, os nossos pescadores. E quando escolheram, os diretores, em nome dos trabalhadores da Aracruz, ele disse: Viemos para beber da raiz da história, para beber da raiz da cultura e da gente desta terra. Nós viemos para nos enraizarmos, seja a partir das florestas, seja a partir dos valores - que ele conhece tão bem e os tem iguais -, mas nós viemos para ficar. Nós viemos para ser gente desta terra.


Eu lhes disse: Bem-vinda, Aracruz. Bem-vindos todos os empregos que cria. Porque - e o presidente da Assembléia, que aqui fala vindo de onde veio e sempre se orgulha de dizer da onde veio, o Alceu Moreira - finalmente vamos ter uma ligação por terra. O governo do Estado está fazendo a sua parte pela RST 101, vinda do litoral norte para chegar pela BR 101. Aquilo parecia um sonho, e era. Mas todo sonho pode se tornar realidade quando se trabalha para ele. Este vento que agora sopra em nós, maravilhoso, sempre sopra a favor dos que trabalham.


Então, ele está soprando, sem dúvida, a favor dos que sempre trabalharam nesta terra com paciência de pescador, sabendo ver que aqueles, que primeiro chegaram, chegaram pela água, chegaram pelos que hoje são países desenvolvidos e países desenvolvidos iniciaram seu desenvolvimento pelos portos, no campo da infra-estrutura. Chegaram pelos portos, mas sempre souberam que, a partir da sua gente, o desenvolvimento se dá.

O meu deputado federal, Claudio Diaz, que aqui representa o Mercosul, aqui representa a Câmara dos Deputados, o Congresso Nacional e ao seu pai, eu quero sempre agradecer o entusiasmo com emoção que ele me dá quando fala do que precisa a nossa gente da região. Aos nossos secretários de Estado, Infra-estrutura e Logística, Daniel Andrade, Meio Ambiente, Carlos Otaviano Brenner de Moraes, que traz aqui o Francisco e a Ana, depois mais tarde um pouquinho, nós vamos a eles cantar um parabéns a você, porque faz um ano que eles assumiram a Secretaria de Meio Ambiente, a grande secretaria que derrubou as barreiras ao desenvolvimento do RS, respeitando o meio ambiente. Faz um ano hoje.

Parabéns a vocês, e eu quero dizer parabéns a mim, porque vocês aceitaram esse enorme desafio, que é levar o RS, mais uma vez, a pontear o respeito ao meio ambiente, não lhe negando o desenvolvimento sustentável. Milhares de vezes parabéns pelo primeiro ano de governo. Aos nossos deputados estaduais Adilson Troca, Sandro Boca, Pedro Pereira, aos presidentes da Federação das Indústrias, da Farsul, líderes empresariais que vieram aqui para mostrar, com sua presença, que sabem o significado deste evento.

À minha presidente da Famurs, Sandra Beatriz Silveira, como eu disse, nós construímos, ao longo de um ano de trabalho conjunto, uma rede com os prefeitos e ex-prefeitos, de dar inveja a qualquer Estado do país. Nós trabalhamos em conjunto, não olhamos o partido político, não olhamos o sexo, pelo contrário, valorizamos o feminino, sem desprestigiar nunca o masculino. Mas trabalhamos junto com a Famurs uma rede que permite que a gente venha aqui celebrar este momento.

Ao meu querido Joanir. Agora, Joanir, te prepara. E eu dizia ao Joanir Branco, ao atravessar por esta barca maravilhosa, essa que nos limpa toda a poluição mental, quando atravessamos de lá para cá, e de cá para lá, que nós estamos em um momento em que acabou a disputa entre São José do Norte, entre Pelotas e Rio Grande, porque as oportunidades que nascem a partir daqui hoje são oportunidades tantas, tão profundas, tão bonitas, que nós vamos ter até trabalho para conseguir assumir todas. As oportunidades se criam para todos, é um ganha-ganha para todos, a partir da decisão da Aracruz de vir enraizar-se ainda mais no nosso amado RS.

Autoridades aqui presentes, como o almirante Pires Ramos, autoridades militares que tomam conta deste trecho que ajudou a formar o RS e a defender o Brasil, que foi a partir das nossas fronteiras, e da preparação da nossa sabedoria militar para construção da paz. Aqui em Rio Grande, nós temos um almirantado que todos os que fazem o ministério que trata das águas pelo campo militar sonham em um dia ser aqueles patrões, no sentido dos nossos CTGs, para virem cuidar aqui da Marinha a partir desta região.

A imprensa que nos acompanha, a todo mundo que, sorridente, vem ver de perto. Muitos vêem todos os dias o que eu estou vendo de modo raro - ali está Barra, ali está Rio Grande. Neste solo que nós pisamos hoje está o futuro desenvolvimento do Estado do RS. Fazendo referência a pisar neste solo, eu quero dizer que nós estamos com a Aracruz, celebrando a preparação da nossa gente. Programa de alfabetização e capacitação: ele será permanente. 

A alfabetização é uma questão a tratar não mais dos pequeninos, porque levamos praticamente 100% das crianças às escolas, tratamos da alfabetização quando elas chegam aos seis anos. Mas há muitos que vieram antes que ainda não deram seu grito de libertação. A libertação vem com o saber. Além do saber intuitivo, que a gente, como gente tem, mesmo sem saber ler e escrever, mas a libertação vem quando a gente tem autonomia de escolher a viagem que a gente vai fazer, através dos livros e das letras. Lendo que ônibus é esse, esse bairro que agradece ao Adílson e à Yeda, a autonomia vem quando se alfabetiza a pessoa no mundo moderno e se lhe dá permanente evolução a partir da capacitação.

Mas não é só isso que liberta a pessoa. No mundo, e as mulheres que o digam, liberta-se aquele que tem trabalho e renda. E é isso que a Aracruz veio aqui fazer conosco, oferecendo a libertação através da alfabetização, da capacitação contínua. E, desde o momento em que começar a construir esse porto, que vai nos ligar até o Guaíba, onde também os primeiros imigrantes chegaram, haverá trabalho, emprego e renda.

Então, eu quero, Valter, te dizer - e que tu leves à tua instituição - que este é o momento de concretizar o sonho de libertação do nosso povo que ainda não sabe ler, que ainda não teve capacitação para ter um trabalho digno, uma renda boa, que possa levar a sua casa de volta a noção de que é um verdadeiro cidadão, uma verdadeira cidadã. Considero o dia de hoje um passo a mais na libertação do povo de São José do Norte, no qual me incluo. Viva São José do Norte, viva nós, os nortistas, no dia de hoje. Muito obrigada.