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Banrisul tem recursos disponíveis para projetos de armazenagem de água

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Produtores rurais interessados em construir cisternas e microbarragens para captação e armazenamento de água da chuva já podem requerer financiamento em qualquer agência do Banrisul. A operação é coordenada pela Unidade de Negócios Rurais da instituição. A oferta da linha de crédito integra o Programa de Captação e Manejo da Água da Chuva, do Governo do Estado, um dos principais instrumentos do plano de ação preventiva deflagrado em dezembro passado para evitar prejuízos futuros, decorrentes da estiagem, à agricultura e ao serviço de saneamento básico. A última ocorrência do fenômeno climático adverso no Rio Grande do Sul deixou um saldo de 450 municípios em situação de emergência e 60 cidades - 22 servidas pela Corsan - com racionamento de água, causou perda de 66,7% (6,1 milhões de toneladas) da safra agrícola e exigiu investimentos de R$ 6 milhões na prospecção de mais de 300 poços artesianos. As cisternas são alternativas boas e baratas, que permitem o aproveitamento da água da chuva e não comprometem os mananciais, destaca o governador Germano Rigotto. A operação é viabilizada com recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e prevê a abertura de conta corrente e emissão de cartão magnético - sem qualquer custo ou tarifa de manutenção - àqueles que ainda não são clientes do Banrisul. O primeiro passo dos agricultores é solicitar a montagem de um projeto específico à equipe da Emater em seus municípios de origem. A instituição analisa a viabilidade da construção, além de montar planilha de custos com o orçamento das duas opções disponíveis pelo Programa Estadual de Captação e Manejo da Água da Chuva: a microbarragem e a cisterna. Nossos extensionistas precisam avaliar o nível de cloro a ser adicionado à água da cisterna, caso também for destinada ao consumo humano, adverte o presidente da Emater, Caio Rocha. Após a aprovação, o projeto e o croquis da área devem ser apresentados na agência do Banrisul para consumar a abertura do crédito, junto com documento de identificação (carteira de identidade ou de habilitação), CPF, comprovante de residência, além de avalista, a exemplo das demais modalidades oferecidas, informa Elton Silva, coordenador do Pronaf no âmbito da Unidade de Negócios Rurais do banco. Mais informações ou esclarecimentos podem ser obtidos pelos telefones 51 3215 3619, 3215-3617 ou 3215-3580. O prazo de carência, acrescenta Silva, é de um ano, sendo que o pagamento da primeira parcela será pago no segundo ano, a taxa de juro não ultrapassa 3% ao ano e o plano tem vigência total de oito anos, dos quais seis para pagamento. Uma vez aprovado o cadastro, os recursos ficam disponíveis na conta do produtor no prazo máximo de 30 dias. A construção dos sistemas é 80% mais barata que a implantação das caixas dágua de fibrocimento convencionais e poderá utilizar mão-de-obra disponível do Comando Militar do Sul, com o Batalhão de Engenharia do Exército. O valor a ser financiado corresponde ao desembolso com aquisição de material: uma cisterna de 11 mil litros sai por R$ 1,6 mil, a de 33 mil litros, por R$ 3,8 mil, enquanto uma com capacidade para 57 mil litros está avaliada em R$ 6 mil. O custo de uma caixa dágua convencional, de 57 mil litros, fica em torno de R$ 30 mil, variando conforme a região. O coordenador da Defesa Civil, tenente-coronel João Luiz Soares, estima que a iniciativa do Governo do Estado resulte na construção de 600 a 650 unidades. Um aviário ou uma pocilga de 12 metros de largura por cem metros de comprimento, em uma região com média mensal pluviométrica de 120 milímetros, teria condições de captar o equivalente a 144 mil litros de água por mês, cerca de 4,8 mil litros por dia, diz Soares, que sugere o aproveitamento do produto armazenado na limpeza de viveiros, irrigação de hortas e de pequenos pomares e em outras atividades que não necessitem de água potável. As bacias hidrográficas do Rio Grande do Sul servem como base para o planejamento e a execução do Programa de Captação e Manejo da Água da Chuva, que compõe o plano integrado de recursos hídricos e de uso do solo, visando ao aumento da oferta hídrica para o consumo humano, dessedentação de animais, cultivo agrícola, recarga de aqüíferos, prevenção e recuperação ambiental de áreas degradadas. A captação da água pelas cisternas ocorre por escoamento da precipitação por calhas e telhados. Quanto maior a área de captura, maior o volume de água armazenada. O programa inclui armazenamento de água em microbarragens. Trata-se de um buraco cavado no solo, com paredes de, no máximo, 45 graus, revestidas com lona preta de 200 micra e coberta por uma camada de terra, explica o coordenador Sérgio Sady Musskopf, que faz referência especial à parceria com a Defesa Civil e a Secretaria da Educação. Além de treinar os futuros agricultores, há o trabalho de conscientização dos pequenos consumidores de água, alertados para a necessidade de preservação dos mananciais e do manejo sustentável da água, desde logo fazendo parte dos currículos nos diversos níveis de ensino. Quanto mais cedo o jovem tiver contato com a realidade, sendo chamado a participar, a compreender e a valorizar a importância da água, antes atingiremos o ponto de equilíbrio e de respeito para com a natureza, concebendo-a de forma integrada na bioética ambiental, afirma Musskopf.
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