Bergamota Montenegrina em ritmo intenso de colheita no Estado
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Está em andamento a colheita da safra de citros no Vale do Caí, região maior produtora do Estado. As condições climáticas, com a ocorrência de geadas, têm abreviado o período de colheita das bergamotas. As variedades Ponkan e Pareci, essa última conhecida como Montenegrina do Cedo, estão encerrando a safra, com as últimas frutas sendo colhidas e comercializadas. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, as bergamotas Murcott e Montenegrina, essa última de maior cultivo no RS, estão entrando em ritmo intenso de colheita, com 35% e 30% respectivamente já colhidas. O diretor técnico da Emater/RS, Paulo Silva, destaca que nesta semana iniciaram as vendas da bergamota Montenegrina para o mercado do Centro do país, com boas perspectivas. “Somente a Associação Montenegrina de Cittricultores espera enviar cerca de 50 toneladas semanais para o mercado do Estado de São Paulo”, diz Silva. De acordo com o coordenador do Programa Estadual de Fruticultura (Profruta-RS), Paulo Lipp João, esse trabalho iniciou em 2005, com apoio do Profruta-RS, e a conquista de novos mercados para a bergamota Montenegrina se deve à qualidade que os produtores têm conseguido obter nas suas produções, que tem garantido a manutenção e ampliação dos mercados. Entre as laranjas, a de maior cultivo do Estado, a variedade Valência já atinge os 50% de colheita. A variedade Céu Gaúcha, mais precoce e de reduzida acidez, está com a safra encerrada, enquanto a Céu Paulista, mais tardia, já apresenta 20% das frutas colhidas. Com as laranjas de Umbigo, a variedade Bahia, precoce, e de maior consumo in natura, já encerrou a colheita, ficando ainda a variedade Monte Parnaso com cerca de 50% a ser colhida. A lima ácida Tahiti, mais conhecido como limão da caipirinha, mantém-se em produção, com preços em alta. No Alto Uruguai e na Região Norte do Estado, os pequenos produtores estão colhendo as laranjas “comuns” para a elaboração de sucos às agroindústrias, a R$ 150,00 por tonelada. Neste ano, a produtividade da laranja Valência é menor, em decorrência das geadas tardias em 2006. Essa cultivar, que abrange 85% da área de citros da Região, está sendo colhida ainda em pequena escala e para o comércio “in natura”. Evolução das culturas Apesar da inconstância climática, a safra de trigo deste ano evolui de maneira satisfatória. Nesta semana, a cultura atingiu 2% em fase de enchimento de grãos, 8% em floração, com os restantes 90% em fase de perfilhamento (desenvolvimento vegetativo). De agora em diante, as lavouras começam a entrar nas fases críticas de floração e formação de grão, redobrando a atenção dos produtores no controle de doenças e pragas. Os trabalhos de preparo das lavouras de arroz visando a próxima safra foram interrompidos devido ao excesso de umidade no solo, em especial nas regiões da Campanha, Sul e em parte da Fronteira Oeste. Os produtores têm encontrado dificuldades na drenagem dos quadros, impedindo um avanço mais rápido no preparo da terra. Em contrapartida, as barragens destinadas à irrigação, ao contrário do que ocorreu na safra passada, se encontram em seus níveis normais, não se antevendo, até o momento, problemas quanto à disponibilidade futura. Nas regiões do Alto Uruguai, Missões e Alto Jacuí os produtores de milho iniciam o preparo do solo visando o plantio já a partir desta segunda quinzena de agosto. Em algumas localidades, dependendo do zoneamento agroclimático, é possível plantar. Este ano, com as temperaturas mais baixas, os produtores estão preferindo aguardar um pouco mais para lançar as sementes ao solo. Até o momento não há um indicativo de área a ser cultivada com milho. No momento, a procura e reserva de insumos para a próxima safra de milho continuam em ritmo igual aos anos anteriores, variando apenas para mais as quantidades negociadas, em especial as sementes. Para os hortigranjeiros, as temperaturas acima das médias para essa estação beneficiaram o desenvolvimento de alguns hortigranjeiros, em especial as hortaliças folhosas, cultivadas a céu aberto, que vinham sendo prejudicadas pelas geadas. Mesmo assim, a oferta e a qualidade de alguns produtos ainda são menores que o normal, com preços em alta nos mercados. Outros desses produtos baixaram de preços no período, devido a uma maior oferta dos cultivados em sistemas protegidos. Pecuária Na maioria das regiões de importância pecuária do Estado, os campos nativos seguem crestados e não apresentam sinais de retomada de brotação das principais espécies forrageiras. Estimativas do município de São Borja indicam uma capacidade de suporte de apenas 190 quilos por hectare, ou aproximadamente 0,42 Unidade Animal por hectare. Observações realizadas em propriedade assistida no mesmo município indicam uma recuperação das pastagens cultivadas na região. Os dados colhidos projetam uma carga média de 700 kg por hectare. Contudo, de maneira geral as pastagens cultivadas neste ano estão apresentado uma carga excessiva de animais, mas com stand nada bom. Na Região da Campanha as chuvas freqüentes têm afetado desfavoravelmente os campos mais baixos. Aqueles que apresentam problemas de drenagem encontram-se alagados. Na Fronteira Oeste a situação está melhor e nessa Região as chuvas foram de menor intensidade, favorecendo principalmente as pastagens cultivadas de aveia. Neste período de escassez de pasto verde persiste o risco eminente de intoxicações causadas por plantas tóxicas, tais como a maria-mole (Senecio sp), espécie bastante freqüente nesta época. A adversidade do clima e a baixa quantidade e qualidade da forragem das pastagens cultivadas seguem apontadas como as principais causas para a reduzida oferta de leite no mercado. Esse fato, combinado a um aumento da demanda por parte das agroindústrias, está provocando repetidos aumentos do produto. De acordo com pesquisa de preços realizada pela Emater/RS-Ascar, a semana registrou mais uma alta no preço do leite, que passou de R$ 0,62 para R$ 0,63 o litro, alta de 1,61%. Em decorrência do quadro atual, os produtores estão aumentando a aquisição de farelos e rações, assim como recorrendo aos estoques restantes de silagem e grãos para compensar a escassez de pasto e completar as necessidades dos animais para sua manutenção corporal e produtiva. As condições desfavoráveis do mar para as atividades de pesca com bote têm produzido grande irregularidade nas atividades pesqueiras realizadas no município de Tramandaí. Nos breves momentos de mar calmo, os pescadores têm obtido algo em torno de 500 kg de peixe/bote por semana. As capturas estão concentradas na espécie bagre. Desde inicio de agosto, está aberto o procedimento para obtenção da Licença Ambiental para a Pesca Profissional Artesanal na Bacia Hidrográfica do Rio Tramandaí. Os interessados devem procurar o Escritório Regional do Ibama, das 8h30min às 12h e das 13h30min às 18h. O ultimo dia para solicitar o licenciamento de pesca será 28 de setembro de 2007.