Produtores de pescado da região de Ijuí apresentaram, nesta quarta-feira (11), ao secretário de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Ivar Pavan, e ao presidente da Emater/RS, Lino De David, um relato sobre as dificuldades e potencialidades da cadeia produtiva do pescado. O encontro foi mediado pelo prefeito em exercício, Ubirajara Teixeira, e pelo gerente da Emater/RS-Ascar da região de Ijuí, Geraldo Kasper.

Segundo os produtores, o sinal está verde para o abate e comercialização, e vermelho para o licenciamento ambiental. Há conflitos na relação deles com os fiscais, que devem ser resolvidos sob pena de começar a faltar peixe no mercado. Como exemplo, citaram a impossibilidade de retirar a água dos tanques para limpeza. O fiscal deve ser um orientador e não um policial, ponderou Pavan.

Contudo, o secretário sugeriu que os produtores reservem tempo para dialogar e encontrar soluções, já que muitos dos problemas apresentados são de baixo impacto ambiental e podem ser resolvidos no próprio município, sem precisar passar pela esfera estadual. Qualquer forma de acumulação de água para usos múltiplos é considerada de utilidade pública, completou Lino De David, enfatizando a
necessidade de diálogo entre quem produz e quem fiscaliza, para evitar equívocos e excessos na interpretação e aplicação da legislação ambiental.

A superintendente estadual do Ministério da Pesca e Aquicultura, Adriane Lobo, salientou que já existe uma proposta de legislação para a cadeia gaúcha do pescado, inspirada na análise de técnicos e na legislação de oito Estados brasileiros. Esse tema, segundo Adriane, é estratégico para a região de Ijuí, que é uma das maiores produtoras de peixe de água doce no País - são aproximadamente 250 toneladas ao ano. A produção brasileira, segundo ela, é de 1 milhão de toneladas, sendo 44 toneladas são produzidas no Rio Grande do Sul. 

Texto: Cleuza Noal Brutti
Edição: Palácio Piratini (51) 3210.4305