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Câmara da suinocultura avalia déficit de milho e reposição de estoques

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A Câmara Setorial da Suinocultura examinou, nesta terça-feira (18), na Secretaria da Agricultura e Abastecimento (SAA), levantamento sobre a diminuição da área plantada com milho na safra de 2003/2004. Conforme o agrônomo da Emater Eniltur Viola, a redução da área com o grão no Estado deve chegar a 5,19% em relação à colheita anterior, com projeção de 1,34 milhão de hectares cultivados com o principal insumo da cadeia suinícola. Nós estimamos queda de meia tonelada por hectare, com produtividade de 3.389 quilos por hectare e colheita de 4,55 milhões de toneladas de milho, informou Viola. O índice de queda difere dos 15% de baixa calculados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). De acordo com o especialista, em razão da perspectiva de safra reduzida, não haveria auto-suficiência do grão no abastecimento do Rio Grande do Sul, com um déficit de 900 mil toneladas. Viola considerou também que, apesar da redução do plantio, decorrência do baixo preço do produto, o Estado tem registrado nos últimos 15 anos aumentos progressivos de produtividade na lavoura de milho. Para o representante da Federação das Cooperativas Agropecuárias (Fecoagro), Ricardo Núncio, o preço pago aos produtores está muito baixo, com o valor da saca de 60 quilos custando aproximadamente R$ 16. Nossa projeção é de diminuição de 150 mil hectares, porque não compensa para o produtor, que opta por plantar soja, avaliou Núncio. O diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos e Derivados (Sips), Rogério Kerber, afirmou que a diminuição da produção de milho pode ser revertida, ao menos nas pequenas propriedades, através do projeto Troca-Troca de Sementes, coordenado pela SAA. O programa pode minimizar a queda, oferecendo sementes para a safrinha, opinou. Para o presidente da Associação de Criadores de Suínos (Acsurs), Gilberto Silva, a solução é o deslocamento imediato pela Conab de 400 mil toneladas do produto para o Estado. Falou-se nessa câmara setorial que o estoque chegaria na época da colheita em janeiro, mas parte da produção de milho é comercializada apenas em abril, precisamos atender a demanda em fevereiro e março, defendeu. O coordenador das câmaras, Wilson Schmitt, prometeu reunir, nos próximos dias, representantes de todas as cadeias produtivas que têm o milho como insumo básico para debater reposição do grão, além de encaminhar o pleito dos suinocultores em relação ao Troca-Troca. A câmara analisou ainda o trabalho das barreiras sanitárias administradas pelo Departamento de Produção Animal (DPA) da SAA na divisa com Santa Catarina para impedir o ingresso de suínos oriundos daquele Estado. A intenção do governo gaúcho é impedir a entrada de animais portadores da Doença de Aujeszky. De acordo com o coordenador de Sanidade Suína do DPA, Pedro Stoll, aproximadamente R$ 15 mil foram obtidos com autuações na norte do Rio Grande do Sul. Devido à fiscalização mais rigorosa, a emissão de Guias de Trânsito Animal (GTAs) aumentou cerca de 180 para 900 mensalmente, somente na região de Erechim. Stoll prevê o encerramento das atividades em 15 de dezembro.
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