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Campos nativos queimados dificultam manutenção do rebanho gaúcho

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As condições climáticas do início de agosto têm se mostrado bastante inconstantes. Apesar de toda a irregularidade, as precipitações têm sido suficientes para levar adiante o desenvolvimento das lavouras e pastagens implantadas. De acordo com o
Campos nativos queimados dificultam manutenção do rebanho gaúcho
As condições climáticas do início de agosto têm se mostrado bastante inconstantes. Apesar de toda a irregularidade, as precipitações têm sido suficientes para levar adiante o desenvolvimento das lavouras e pastagens implantadas. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, os campos nativos estão queimados e não apresentam sinais de retomada de brotação das principais espécies forrageiras. Para complicar a situação, algumas forrageiras perenes de Verão apresentam sério crestamento e possibilidade de não recuperação. Técnicos da Emater/RS-Ascar da Região de Santa Maria avaliam que, para pastagens localizadas no município de São Borja, a disponibilidade de matéria seca no campo nativo permite um suporte de apenas 190 quilos por hectare, ou seja, menos de 1 Unidade Animal (UA) por ha. Já as pastagens cultivadas apresentaram melhor condição. Observações realizadas em propriedade assistida pela Emater/RS-Ascar no município de Rio Pardo registraram, para novilhos, em pastagem de aveia e azevém, ganho de peso de apenas 0,560 kg por dia durante 90 dias de pastoreio, quando em anos normais estes ganhos passariam de 1 kg/cab/dia. Além da natural perda de peso dos rebanhos e sua conseqüente debilidade, outro risco eminente, nesse período de escassez de pasto verde, constitui-se nas intoxicações causadas por plantas tóxicas, tais como a maria-mole (Senecio sp) espécie bastante freqüente nesse período. A baixa qualidade das pastagens e a permanência das adversidades climáticas têm, como consequência, redução da oferta de animais para abate. Conforme pesquisa de preços realizada pela Emater/RS–Ascar, houve mais uma alta no valor negociado no mercado do boi gordo. O preço médio do boi gordo fechou em R$ 2,40/kg, alta de 1,27%. A vaca gorda está cotada em R$ 2,20, alta na semana de 1,85%. Para suprir a demanda do mercado, alguns abatedouros da Região da Campanha estão optando pelo abate de bois ainda não terminados. Em função da reduzida oferta, as categorias de reposição também seguem bastante valorizadas. A condição corporal do gado segue decaindo na maioria das regiões de importância pecuária do Estado. Caso persista o atual quadro climático a situação poderá agravar-se. Contudo, até o momento, a mortalidade de animais está sendo considerada pequena. O clima e a baixa quantidade e qualidade da forragem das pastagens cultivadas são apontados como as principais causas para a reduzida oferta de leite. Para fazer frente à escassez de pasto, os produtores gaúchos estão recorrendo aos estoques existentes de silagem e grãos e aumentando a aquisição de farelos e rações, com vistas a completar as necessidades de alimento para manutenção corporal e produtiva dos animais. Pesquisa que acompanha as variações do mercado realizada pela Emater/RS–Ascar registrou mais uma alta consecutiva no preço do leite na semana. O preço médio está em R$ 0,62/l, alta de 3,33%. O máximo está em R$ 0,82, e o mínimo, em R$ 0,51. Grãos em preparação Embora em ritmo mais lento que em anos anteriores, os produtores de arroz seguem executando os trabalhos que antecedem o plantio, como limpeza dos canais e taipas, sistematização dos quadros e incorporação da soca do ano anterior. Dado o cenário de preços baixos e insumos em alta, a procura por estes produtos também apresenta intensidade menor que em anos anteriores, com os produtores preferindo, primeiro, acertar as dívidas com os agentes financeiros antes de decidirem o quanto tirar de recursos para a próxima safra. Também no milho, lentamente os produtores iniciam os preparativos para o plantio das primeiras lavouras no Estado. Missões, Noroeste Colonial e Médio Alto Uruguai são as regiões onde tradicionalmente são implantadas essas lavouras, devido ao microclima favorável que permite a semeadura a partir de fins de julho e início de agosto. Neste ano, com as temperaturas médias em patamares mais baixos que em anos anteriores, não se tem notícia de parcelas significativas já semeadas, com os produtores preferindo aguardar dias mais quentes para iniciar o plantio. Atualmente, 96% das lavouras de trigo se encontram em desenvolvimento vegetativo (perfilhamento) e 4%, em alongamento/floração, colocando a atual safra atrás da média dos últimos cinco anos. O potencial das lavouras é de uma produtividade acima dos 2.000 quilos de trigo por hectare. Apenas as lavouras onde o nível tecnológico ficou aquém do recomendado é que apresentam sinais de diminuição do potencial produtivo. Todavia se considera prematura qualquer alteração nas previsões iniciais (1.820 kg/ha em âmbito estadual), tendo em vista o alto percentual ainda em fase de perfilhamento e a incerteza quanto ao clima de setembro, que costuma ser o fiel da balança para a determinação da produção de trigo no Estado.
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