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Captação de água da chuva: alternativa viável e econômica

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Para amenizar as conseqüências dos períodos mais secos e quentes do ano, muitos agricultores de várias regiões áridas do país têm adotado a idéia de armazenar a água da chuva com o objetivo de irrigar lavouras ou saciar a sede de animais. A colheita da água de chuva foi uma prática comum em diversas partes do mundo e em diferentes continentes há milhares de anos. Foi usada e difundida especialmente em regiões semi-áridas onde as chuvas ocorrem somente durante poucos meses e em locais isolados. Em países como o Irã e o México, por exemplo, as cisternas subterrâneas feitas com massa de cal e tijolos são utilizadas há mais de 3 mil anos. No México elas são batizadas de Chultuns, e no Irã, de Abanbars (foto). Mas com o progresso técnico do século XIX e XX , os países passaram a dar ênfase na construção de grandes barragens, no desenvolvimento do aproveitamento de águas subterrâneas, e em projetos de irrigação encanada com altos índices de uso de energia fóssil e elétrica. Estes projetos de agricultura e captação de água baseados no alto consumo de energia se mostram cada vez menos sustentáveis. Ao mesmo tempo, a descoberta de novos materiais e tecnologias têm permitido uma nova abordagem na construção de tanques e armazenamento e áreas de captação. No Brasil, em algumas partes da região semi-árida assistimos ao renascimento de caxios: cisternas cavadas manualmente na rocha em que a água é geralmente usada para os animais. Na região montanhosa do norte da comarca de Yuzhong (China), que fica a 2.300 m acima do nível do mar e apresenta apenas 300 mm de precipitação anual, as barragens subterrâneas significam suaves declives reservatórios de água, localizados perto dos povoados. No Rio Grande do Sul, o governador Germano Rigotto lançou o Programa Estadual de Captação e Manejo de Água da Chuva (Pecmac). O programa visa buscar alternativas usando a água da chuva em diversos projetos de captação e armazenamento, com a participação de entidades como Defesa Civil do Estado, Crea, Farsul, Fiergs, Famurs, Fepam, Fetag, Irga, Secretarias de Estado (da Agricultura, de Obras, do Meio Ambiente), além de pequenos agricultores, entre outros. Os objetivos do programa foram expostos às entidades e, cada uma, dentro de sua área de atuação, vai desenvolver projetos específicos. A construção de reservatórios para captação da água da chuva em condomínios e residências é um exemplo de ações previstas no programa. A água armazenada, pode ser utilizada para lavar calçadas, banheiros, carros, além de molhar plantas e saciar a sede de animais. Outro projeto previsto no Pecmac é a construção de cisternas. Os produtores rurais interessados na construção destes reservatórios em suas propriedades precisam contatar a Emater de seu município. Um técnico se faz responsável pelo projeto que melhor atenda à necessidade da propriedade. Com o projeto em mãos, o produtor rural pode requerer o financiamento da obra pelo Banrisul. Inicialmente, o banco disponibilizou R$ 2 milhões para o Pecmac, utilizando o Pronaf, que permite juros subsidiados.
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