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Casos de doença meningocócica na região Sul do Estado são alerta para ações vigilância

Surto foi identificado na cidade de Pelotas, com três casos pelo mesmo sorogrupo este ano

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Card em fundo cinza, no qual está escrito Saúde ao centro, logo abaixo de um ícone formado por uma mulher com um estetoscópio pendurado no pescoço e atrás dela, à esquerda e à direita, dois contornos representando pessoas com estetoscópio pendurado em volta do pescoço. No canto inferior direito está a logomarca utilizada pela gestão 2023-2026 do governo do Rio Grande do Sul.
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O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) emitiu nesta quarta-feira (1°/10) um alerta epidemiológico devido à ocorrência de um surto de doença meningocócica no município de Pelotas, na região Sul do Estado. A medida visa reforçar a atenção dos serviços de saúde e orientar a população sobre os sinais da doença e as ações de prevenção.

Em Pelotas, foram confirmados cinco casos da doença neste ano: três pelo tipo, ou sorogrupo, Y (sem vínculo entre si) e dois pelo sorogrupo C da bactéria Neisseria meningitidis. Nenhum evoluiu para óbito. Já em Canguçu, município da mesma Coordenadoria Regional de Saúde, foram registrados dois casos adicionais, ambos pelo sorogrupo Y, incluindo um óbito de um homem de 38 anos. Com sete casos confirmados na regional neste ano, o número já supera os registros de 2023 (dois casos) e 2024 (cinco casos). As notificações ocorreram entre maio e início de setembro, com idades variando de 5 meses a 72 anos

Definição de surto e medidas de controle

A caracterização de surto comunitário em Pelotas do sorogrupo Y atende ao critério técnico de três ou mais casos, sem relação entre eles (diferentes cadeias de transmissão), em um intervalo de até três meses na mesma localidade. A confirmação é feita em conjunto pelo município, Estado e Ministério da Saúde, considerando também o contexto epidemiológico.

Outro surto de doença meningocócica foi identificado em setembro, no município de Bento Gonçalves, com três casos confirmados entre julho e agosto. Contudo, diferente do cenário registrado em Pelotas, os casos na cidade da Serra foram causados pelo sorogrupo B da bactéria, não possuindo vínculo com os casos de Pelotas ou com os de Canguçu.

Diante desse cenário, o Cevs orienta os serviços de saúde da região a manterem atenção redobrada para a identificação precoce de casos suspeitos. As principais medidas de resposta incluem:

  • Detecção precoce dos casos
  • Manejo clínico adequado
  • Quimioprofilaxia para contatos próximos, preferencialmente nas primeiras 24 horas após a identificação do caso

Sintomas e orientação à população

A população deve procurar atendimento médico imediato ao surgimento de sintomas, especialmente se forem de início súbito. Os sinais incluem:

  • Febre alta repentina
  • Dor de cabeça intensa
  • Rigidez na nuca
  • Náuseas e vômitos persistentes
  • Sensibilidade à luz
  • Sonolência excessiva ou confusão mental
  • Manchas vermelhas ou roxas na pele que não desaparecem ao serem pressionadas
  • Convulsões
  • Em crianças menores de dois anos: irritabilidade, choro persistente, sonolência ou abaulamento da moleira

Sinais de gravidade, como dificuldade para respirar, palidez, extremidades frias e queda rápida do estado geral exigem atenção imediata. É recomendado levar a caderneta de vacinação ao serviço de saúde.

Vacinação é a principal forma de prevenção

A doença meningocócica é prevenível por meio da vacinação, disponível gratuitamente no Calendário Nacional de Vacinação. Pelo Sistema Único de Saúde (SUS) estão previstas vacinas para quatro tipos da bactéria, uma específica para o sorogrupo C e outra vacina que conjuga os tipos A, C, W e Y.

  • 3 e 5 meses de idade: Vacina meningocócica C (1ª e 2ª doses)
  • 12 meses de idade: Vacina meningocócica ACWY (reforço)
  • Adolescentes de 11 a 14 anos: Vacina meningocócica ACWY (dose única)

Sobre a doença

A meningite é uma inflamação das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, podendo ser causada por vírus, fungos, parasitas ou bactérias. A forma bacteriana é a mais grave, com risco de sequelas e óbitos.

A doença meningocócica, causada pela bactéria Neisseria meningitidis, pode se manifestar como meningite, meningococcemia (infecção do sangue) ou ambas. A transmissão ocorre por contato direto com secreções respiratórias, como tosse, espirro ou beijo.

Os sorogrupos A, B, C, W, X e Y podem provocar quadros graves da doença e surtos. O período de incubação (entre o contágio e o aparecimento de sintomas) varia de dois a 10 dias, ocorrendo, em média, de três a quatro dias.

Situação epidemiológica no Rio Grande do Sul (2025):

  • Até a semana epidemiológica 37 (7/9 a 13/9), foram confirmados 57 casos de doença meningocócica, número superior ao total de 2024 (53 casos).
  • Foram confirmados dois surtos por sorogrupos diferentes: um em Bento Gonçalves (sorogrupo B) e outro em Pelotas (sorogrupo Y), ambos sem ocorrência de óbitos.
  • Sete óbitos relacionados à doença foram registrados em 2025 até o momento, mesmo número de óbitos em 2024.
  • Observa-se mudança no padrão dos sorogrupos: o sorogrupo B passou a ser o mais frequente (43,9%), seguido pelo Y (21,1%). O sorogrupo C, predominante nos últimos anos, apresentou queda.
  • Os casos foram identificados em 14 das 18 Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS).
  • Apesar da baixa magnitude, a situação exige maior atenção e vigilância por parte dos serviços de saúde e da população.

Mais informações sobre o cenário epidemiológico das meningites estão disponíveis no site do Cevs.

Texto: Ascom SES
Edição: Secom

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