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Ceasa/RS apresenta ações inéditas de sustentabilidade no 4º Seminário Brasileiro de Gestão Ambiental na Agropecuária

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Pioneirismo da Ceasa em transformar lixo orgânico em biogás e o programa contra o desperdício e combate à fome estão entre os "cases" de sucesso das Centrais de Abastecimento do RS
Pioneirismo em transformar lixo orgânico em biogás e o programa contra o desperdício e combate à fome estão entre os "cases" de - Foto: Divulgação/Ceasa

O presidente das Centrais de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa/RS), Paulino Donatti, participa, nesta sexta-feira (25), do 4º Seminário Brasileiro de Gestão Ambiental na Agropecuária, evento que acontece dentro da 6ª Feira Internacional de Tecnologia para o Meio Ambiente – Fiema Brasil 2014. O encontro ocorre em Bento Gonçalves, na Serra gaúcha, e é considerado o mais importante encontro de negócios do segmento ambiental.

Nesta edição, busca mostrar o Rio Grande do Sul como um pólo de tecnologias para o meio ambiente. Uma intensa programação simultânea acontece paralela ao evento com o objetivo de transmitir aos participantes os avanços e conhecimentos sobre a gestão e legislação ambiental, segurança no trabalho, tratamento de águas e efluentes, gestão ambiental na agropecuária, entre outros temas.

A quarta edição do seminário tem como desafio abordar o conceito da sustentabilidade com a necessidade de alimentar uma população crescente, sobretudo considerando a condição brasileira de ser um dos players mundiais na produção agropecuária. O tema do seminário é "Produção de alimentos e meio ambiente: um convívio possível?"

A apresentação das ações de sustentabilidade da maior central do Estado ocorrerá às 16h15. Veja os destaques:

Estação de Manejo e Transbordo dos Resíduos da Ceasa/RS

A Estação de Manejo e Transbordo dos Resíduos da Ceasa consta entre as obras mais importantes realizadas pela atual gestão do complexo, considerando que a sua implantação atende a sustentabilidade socioambiental do complexo, atingindo diretamente três frentes: o meio ambiente, o Banco de Alimentos e o rateio dos recursos financeiros entre todos os usuários do complexo.

Atualmente, as atividades de manejo, separação e transbordo das toneladas de resíduos orgânicos e inorgânicos produzidos diariamente - de 38 a 40 toneladas, o que equivale à produção diária média de uma cidade de 50 mil habitantes - são realizadas a céu aberto, que além de gerar o chorume, potencializando os problemas com o meio ambiente, deixa um aspecto visual impróprio. Além disso, a estação de transbordo, com um investimento total de R$ 600 mil, é a primeira fase para a construção de uma usina modular de biogás.

Usina Modular de Biogás de 660 KVA e de Biofertilizante

A segunda etapa do projeto de sustentabilidade da central trata da Usina Modular de Biogás de 660 KVA, com gerenciamento remoto, por meio automático ou humano, atendendo os conceitos de smart grid, em parceria com o Grupo CEEE e o Serviço Nacional da Indústria (Senai/RS), por meio do Conselho Nacional de Tecnologias Limpas (CNTL), Centro de Excelência em Tecnologias Avançadas (Ceta), Escola Senai Nilo Bettanin e pela Faculdade Senai de Tecnologia, que desenvolveu uma bactéria específica para deteriorar hortigranjeiros.

A usina dará destino energético a 7,2 milhões de toneladas/ano de resíduos da Ceasa. Além da energia gerada (660 KVA), suficiente para um condomínio com cerca de 250 habitantes, com a usina, que vai ficar dentro do complexo, numa área física de aproximadamente 1000m2, 38 toneladas de carbono/ano não serão mais lançadas na atmosfera. O objetivo é gerar até 30% do consumo energético da Ceasa e aproveitar 70% do lixo orgânico na produção de biofertilizante. O valor total do projeto é de R$ 3,37 milhões, sendo que R$ 2,6 milhões são para a compra de equipamentos, entre os quais um triturador para biomassa. A expectativa é de que a unidade esteja funcionando é de dois anos.

Programa contra o desperdício e combate à fome

Implantado em 2012, o Banco de Alimentos da Ceasa/RS funciona como uma central de arrecadação, processamento e distribuição de alimentos sem condições ideais de comercialização, mas adequados ao consumo. A iniciativa beneficia mais de 50 mil pessoas por mês, em situação de vulnerabilidade social, contemplando cerca de 220 entidades assistenciais cadastradas como receptoras do excedente de hortigranjeiros doados pelos produtores e atacadistas.

Para combater o desperdício de alimentos no Galpão Não Permanente (GNP), onde mais de 2 mil produtores gaúchos comercializam toneladas de hortigranjeiros, e nos 10 pavilhões dos comerciantes atacadistas, a iniciativa visa ao desperdício zero de comida em condições de consumo humano. O sucesso do Banco de Alimentos está associado, também, ao trabalho de conscientização dos produtores e atacadistas sobre questões como insegurança alimentar, desperdício de alimentos e fome, executado no programa de sustentabilidade ambiental e social Ceasa Mais Cuidada.

Agentes percorrem o complexo orientando sobre o descarte correto dos resíduos orgânicos e inorgânicos, e da doação do excedente dos produtos sem valor comercial, mas com valor nutricional. O objetivo é aumentar o número de instituições e, consequentemente, o número de famílias no programa gradativamente, auxiliando a complementação da alimentação de pessoas que se encontram em situação de vulnerabilidade social.

Em 2012, o Banco de Alimentos recebeu como doação dos produtores, atacadistas e empresas localizadas no complexo um total de 134 toneladas de pães, 15 toneladas de soja e mil toneladas de hortigranjeiros.

Ações de Sustentabilidade Socioambiental

A Ceasa/RS tem como principais objetivos melhorar a separação de resíduos orgânicos e inorgânicos, reduzindo o custo operacional da Central, se estendendo no rateio entre os permissionários e produtores; aumentar a sustentabilidade na comercialização de alimentos no complexo e combater o desperdício de alimentos com valor nutricional, porém, descartados como resíduos orgânicos sem valor comercial, como, por exemplo, apresentar algum tipo de machucado resultante do próprio manuseio durante a exposição e comercialização.

Cerca de 9,5 mil toneladas de resíduos foram produzidas em 2012 - o equivalente a uma média de 38 toneladas diárias de funcionamento da Central. Este número representa a produção diária média de uma cidade de 50 mil habitantes -, originados por 564.669.534,9 quilos de produtos ofertados por mais de dois mil produtores, e 300 empresas atacadistas. Do total de resíduo produzido, 80%  orgânico e 20% inorgânico. Somente 15% de todo este volume teve destinação final como orgânico, sendo os restantes 75% destinados como resíduos inorgânicos e 10% como palha.

Com o início da operação da Estação de Manejo e Transbordo dos Resíduos, uma edificação de alvenaria com 440m² na área do complexo, onde será feita a separação e beneficiamento dos resíduos, será possível diminuir o volume de resíduos orgânicos e inorgânicos, tanto no complexo quanto no aterro sanitário para onde é atualmente descartado o lixo, contribuindo para a redução do impacto ambiental. A meta num futuro próximo, com a participação e envolvimento de todos, é aproveitar 70% do lixo orgânico gerado no complexo.

Uma das ações previstas é envolvimento de todos os atores: produtores, atacadistas, carregadores, funcionários e compradores, que serão orientados sobre o descarte correto dos resíduos, nos dois tipos de contêineres (verde, destinado para os resíduos orgânicos, e, no laranja, os restos de plástico, madeira, latas, papel, papelão e palha).

Ceasa/RS será pioneira no RS a transformar lixo orgânico em biogás

A Estação de Transbordo é a primeira fase do projeto que prevê também a construção de uma Usina Modular de Biogás de 660 KVA, com gerenciamento remoto, por meio automático ou humano, atendendo os conceitos de smart grid

O projeto é resultado de uma chamada estratégica da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e faz parte dos investimentos que as distribuidoras de energia elétrica devem fazer na área de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Em 2010, o Brasil aprovou a primeira Lei Nacional de Resíduos Sólidos, determinando que a partir de 2014 apenas os resíduos sem viabilidade econômica para a recuperação deverão ser depositados em aterros sanitários, e lixões a céu aberto e aterros controlados deverão ser fechados. 

A Ceasa/RS já assinou a execução do projeto, em parceria com o Grupo CEEE e o Serviço Nacional da Indústria (Senai/RS), por meio do Conselho Nacional de Tecnologias Limpas (CNTL), Centro de Excelência em Tecnologias Avançadas (Ceta), Escola Senai Nilo Bettanin e pela Faculdade Senai de Tecnologia, que desenvolveu uma bactéria específica para deteriorar hortigranjeiros.

A usina dará destino energético a 7,2 milhões de toneladas/ano de resíduos da Ceasa/RS. Além da energia gerada (660 KVA), suficiente para um condomínio com cerca de 250 habitantes, com a usina, que vai ficar dentro da Ceasa, numa área física de aproximadamente 1000m2, não será mais preciso o deslocamento do transporte dos resíduos para o aterro sanitário, evitando também a emissão de 38 toneladas de carbono/ano.

A meta com a construção da usina de biogás e, posteriormente, de biofertilizante é aproveitar 70% do lixo orgânico produzido no complexo, com o objetivo de gerar até 30% de seu consumo energético. Outro benefício, além da sustentabilidade, é a contribuição do projeto da Ceasa no acréscimo na matriz energética nacional, podendo vir a servir de exemplo para uma política nacional para tratamento dos resíduos de hortigranjeiros nas 29 Centrais de Abastecimento existentes no Brasil.

O valor total do projeto é de R$ 3,37 milhões, sendo destes R$ 2,6 milhões para a compra de equipamentos que serão adquiridos pela CEEE. O restante caberá ao Senai/RS e à Ceasa, responsáveis por implementar a usina desde o fornecimento da área física para a instalação, operação e manutenção, além da provisão do material para o funcionamento, como um triturador para biomassa. A expectativa é de que a unidade esteja funcionando em dois anos.

Texto: Marisa Ribeiro
Edição: Redação Secom (51) 3210.4305 

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