O conhecido e premiado pianista gaúcho Alexandre Dossin vem a Porto Alegre para interpretar o tão apreciado Concerto nº 2 de Chopin no próximo concerto da OSPA, na terça, dia 13. Alexandre que reside nos Estados Unidos há 8 anos, tem se apresentado nas séries oficiais da OSPA, sempre atraindo um grande número de público e de aplausos. Sob a regência do maestro Manfredo Schmiedt, a orquestra realiza, na quarta edição da Série Clássicos para Todos, a estréia mundial da obra Cena de Amor e Fuga dos Refugiados das Missões do compositor gaúcho Nestor Wenholz, o qual acompanhará da platéia a execução feita pela orquestra da qual foi regente assistente por mais de 20 anos. - “Esse episódio romanceado retrata a coragem daqueles que lutaram contra o cativeiro e a própria morte, fugindo rumo à liberdade”, afirma o compositor. Nesta noite, a OSPA interpreta, ainda, pela primeira vez, a obra Variações e Fuga sobre um tema de Mozart, Op. 132, do alemão Max Reger. O Solista Tendo sua biografia incluída por vários anos seguidos na publicação “Who’s Who in America”, o pianista gaúcho Alexandre Dossin recebeu o Primeiro Prêmio e o Prêmio Especial no Concurso Internacional de Piano Martha Argerich, em Buenos Aires (setembro/2003). Reconhecido como um dos mais brilhantes pianistas da sua geração, Alexandre Dossin, já se apresentou em recitais solo e concertos com orquestras em mais de 15 países. Gravou os cds “Alexandre Dossin - Piano” (recital com varios compositores) e “A Touch of Brazil” (dedicado à música para piano de Edino Krieger). Lançadas nos EUA, ambas gravações receberam críticas entusiasmadas de publicações especializadas, como a American Record Guide e Fanfare Magazine. Em agosto de 2005 gravou, em Toronto, um CD dedicado às obras de Liszt, que será incluído na Série Internacional “Franz Liszt Complete Piano Works”, e distribuído globalmente pela NAXOS. Entre 2001 e 2006 esteve no corpo docente da Universidade da Louisiana em Lafayete e Universidade de Wisconsin - Eau Claire. Acaba de ser contratado como Professor Assistente de Piano pela Universidade de Oregon, posição que exercerá a partir de setembro de 2006. Programa Nestor Miguel Wennholz é graduado em Música, Composição e Regência pela UFRGS, tendo estudado também na Escola Superior de Música de Detmond/Alemanha. Foi aluno de Pablo Komlós, Armando Albuquerque, Enio de Freitas e Castro e na Europa, de Hans Swaroswky, Giselher Klebe e Alexander Wagner, entre outros. Atuou como Regente Assistente da OSPA por mais de 20 anos. As Missões do sul de nosso continente constituíram-se ilhas de esperança e civilização dentro do caótico e generalizado quadro de ganância e desumanidade reinante nas colônias do novo mundo. As Missões, contudo, foram identificadas como focos de rebeldia pelas autoridades ultramarinas, mais interessadas na exploração das riquezas e na mão de obra escrava. Por isso, as cortes de Lisboa e Madri determinaram a destruição das reduções e a dispersão ou escravização dos nativos. Muitos resistiram e foram mortos ou escravizados. Alguns poucos fugiram em busca da liberdade. Cena de Amor (Dança de Fim de Noite) e Fuga (Marcha dos Refugiados das Missões) relembra a história daqueles que, em nome do amor e de um sonho de sobrevivência, tiveram a coragem de buscar regiões mais seguras. Um último momento de alegria e otimismo é ensaiado. As batidas da meia noite interrompem as expansões sentimentais, e a marcha pela tempestuosa noite começa, com todos os percalços do desconhecido. Felizmente para alguns, a aurora traz o indício da salvação e do encontro com a vida e a liberdade. Frédéric Chopin (1810-1849) compôs seus dois Concertos para Piano e Orquestra em dois anos, sendo que o Concerto nº 2 foi o primeiro a ser escrito. Em 1829, aos dezenove anos, Chopin foi a Viena, e suas obras polonesas tiveram grande acolhimento. O Concerto em fá menor começou a ser composto nessa viagem e foi finalizado na Polônia. Apesar de terem sido compostos em uma época de relativa inexperiência, os concertos são extraordinários naquele sentido que torna a música de Chopin pessoal e imediatamente identificável. Enquanto obviamente influenciado pelo estilo decorativo de Hummel e Moscheles, a escrita ornamental do compositor surge de maneira mais expressiva e tocante. Os três movimentos do concerto oportunizam o virtuosismo pianístico em suas diversas facetas, seja na profunda força do Maestoso, na lírica melodia do Larghetto ou nos malabarismos e episódios dançantes do Allegro Vivace final. O compositor, organista, pianista e professor alemão Johann Baptist Joseph Maximilian Reger (1873-1916) é dono de um estilo musical que, ao combinar uma linguagem harmônica cromática com procedimentos formais do barroco e do clássico, o situa como o sucessor do romantismo tardio do fim do século XIX, assim como o precursor do modernismo do início do século XX. Variações e Fuga sobre um tema de Mozart, Op. 132” situa-se entre suas obras mais importantes. O tema que vem da abertura da Sonata Kv. 331 de Mozart é apresentado por Reger através das madeiras de forma angelical. E após apresentar as variações que vão do Molto sostenuto ao Vivace, Reger apresenta uma Fuga com cerca de dez minutos de uma polifonia intrincada que consegue representar o casamento perfeito entre a tradição que o precedeu e as inovações que Reger fez no campo composicional. O Regente Atual Regente Assistente e do Coro Sinfônico da OSPA, o maestro Manfredo Schmiedt realizou Mestrado em Regência na Universidade da Geórgia (EUA), tendo atuado como regente assistente da Orquestra Sinfônica daquela universidade, de 1996 a 1998, com a qual realizou concertos, tanto nos Estados Unidos, como na Itália. Em 2002 regeu a Filarmônica de Belgrado (Iugoslávia), sendo o primeiro brasileiro a reger esta renomada orquestra. Desde 2003, Manfredo atua, também, como maestro convidado principal da Orquestra Sinfônica da Universidade de Caxias do Sul.