O tempo seco da semana na maioria das regiões permitiu que os agricultores avançassem na colheita das culturas de verão e proporcionou o andamento dos trabalhos de preparo do solo das culturas de inverno e forrageiras. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, os hortigranjeiros também se beneficiaram dessas condições climáticas e vêm se recuperando dos estragos causados pelo Ciclone Extratropical ocorrido no período anterior. A safra do arroz, tecnicamente encerrada, deverá confirmar um excelente volume de produto colhido: um pouco acima de sete milhões de toneladas de muito boa qualidade. Os arrozeiros seguem mantendo-se informados sobre o mercado, especialmente o internacional, que vem influenciando nos valores negociados no Estado, mantendo-os em ascensão até o momento. No feijão, a colheita atinge os 81% da área, com 14% maduros e por colher e 5% em enchimento de grãos. A fase crítica da lavoura já foi superada, não havendo mais condições do clima influir no resultado final da produção. A produtividade média deverá ficar próxima dos mil kg/ha. Os produtores gaúchos estão encerrando a colheita da lavoura de soja. Resta apenas 1% dos cultivos do tarde a serem ceifados. São os de pequenas concentrações de áreas e localizados em acessos irregulares e de colheita manual. Na comercialização, os sojicultores estão ofertando apenas o necessário para pagamento de dívidas. A situação, do ponto de vista do produtor, é de espera. Há otimismo em relação a valores maiores, visando enfrentamento diante da escalada dos preços dos fertilizantes e óleo diesel, que deverão impactar os cálculos do custo de produção para cima. Com o término da colheita da lavoura da soja recomeça a chamada segunda etapa da colheita do milho, principalmente das áreas plantadas no tarde e também nas semeadas além da data estabelecida pelo zoneamento agroclimático. Nesta semana, a colheita do milho atingiu os 75% da área inicialmente prevista. Algumas delas, que se apresentavam em fases críticas (floração e enchimento de grãos) e que enfrentaram problemas com estiagem e baixas temperaturas, foram destinadas à silagem. Esse percentual é pequeno e não deverá influenciar muito nos números finais, mesmo que as últimas áreas em colheitas do grão venham com pequeno decréscimo de rendimento. Criações Prossegue a renovação e implantação de novas áreas com pastagens, principalmente com aveia e azevém. Já o desenvolvimento das áreas implantadas é lento devido a pouca umidade do solo em algumas regiões, fato que está atrasando a entrada dos animais para pastoreio nessas novas áreas. Esse quadro acelera o declínio das pastagens de verão, que já se encontram praticamente esgotadas, assim como contribui para a redução da produtividade e qualidade do campo nativo. O preço médio do boi e da vaca gorda se manteve estável. Segundo a pesquisa de preços realizada pela Emater/RS–Ascar, o preço médio do boi gordo manteve a faixa dos R$ 2,40 o kg vivo, e a vaca gorda, em torno dos R$ 2,20 o kg vivo. Na região Sul o volume de chuvas registrado também foi insuficiente para recuperação plena das aguadas, contudo, com o retorno da umidade, a região, em combinação com a ocorrência do “veranico”, apresentou um melhor desenvolvimento das pastagens recentemente implantadas. Após uma semana de forte valorização do preço médio do leite, a pesquisa da Emater/RS–Ascar registrou estabilidade. O preço médio se manteve em R$ 0,65/l, o mesmo sendo registrado para o preço mínimo e máximo, respectivamente R$ 0,58 e R$ 0,77 o litro. O mercado de animais também está ativo na região Metropolitana e Litoral animais em lactação e boa genética estão sendo comercializados por preços que variam de R$ 2.500,00 a R$ 3.200,00. Na Região de Estrela os animais estão cotados em média a R$ 3.500,00 por vaca. Olerículas e frutas A lavoura do alho tem retrato oposto à cultura da cebola, na Serra Gaúcha. Continua preocupante a questão comercial. Nessa semana, para evitar o incremento dos prejuízos com o produto estocado, pois representa capital parado e perda de peso e qualidade dos bulbos, muitos agricultores passaram a comercializá-lo a qualquer preços e condições. O alho de primeira, de nos 06 e 07, atingiram cotações máximas de R$ 2,00/kg. Continua tranqüila a semeadura de cebola da variedade crioula e o desenvolvimento das sementeiras das precoces na região Serrana, demonstrando muito boa sanidade. Os últimos volumes da safra passada estão sendo comercializados no entreposto Ceasa, mantendo a ótima aparência e sanidade do início da colheita. No Litoral Norte, nos municípios de Tavares e Mostardas, a boa umidade dos solos propiciou a implantação das sementeiras de cebola, as quais se encontram com boa germinação e desenvolvimento. Em função da elevação das temperaturas dos últimos dias, a cultura do abacaxi tem apresentado bom desenvolvimento vegetativo. A procura por mudas também está acentuada, indicando um aumento da demanda, conseqüência da possível elevação do custo da mesma, especialmente após a passagem do inverno, quando aumenta o cultivo. Um fato que vem ocorrendo este ano, em razão principalmente da valoração dos insumos e dos adubos, é a procura por cama de aviário, intensificada nesta entressafra. Pelo acompanhamento anual, realizado pelo Escritório da Emater/RS-Ascar de Terra de Areia, na safra 2007/2008, cerca de 40% dos agricultores já utilizaram cama de aviário. Espera-se que, em função da situação que vem ocorrendo, esta porcentagem, para a futura safra, eleve-se significativamente. Mesmo que a procura por este insumo tenha aumentado, o custo mantém-se estável, entre R$ 800,00 a R$ 1.000,00/t. Na região da Serra, segue de forma tranqüila a colheita dos citros precoces. Com um número de frutas acima da média, as plantas demonstram um calibre um pouco abaixo do tradicional. Em algumas localidades de clima mais quente, com a maturação das frutas têm surgido alguns focos de pinta preta. Comercialmente, a variedade de laranja do Céu tem cotação média de R$ 7,00/cx de 20 kg, a variedade Ponkan de R$ 8,50/cx e a laranja de umbigo, a R$ 8,00/cx.