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Com obras de Shostakovich e Stravinsky, concerto da Ospa ecoa a Rússia do século 20

Os convidados da semana são o maestro argentino Luis Gorelik e a violoncelista brasileira Marina Martins

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Foto de perfil da violoncelista Marina Martins. O olhar da artista está direcionado para a direita da imagem e ela segura seu violoncelo. A artista veste uma camisa preta e o fundo da imagem também é escuro, contrastando com a pele branca e com a cor marrom clara do instrumento musical.
Marina Martins interpretará o solo de Concerto nº 2 para Violoncelo e Orquestra, Op. 126, de Dmitri Shostakovich - Foto: Marco Costa

Dois dos maiores nomes da música russa no século 20 estão representados no concerto Pétrouchka, que a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa), fundação vinculada à Secretaria da Cultura (Sedac), apresenta no próximo sábado (14/10). O evento será às 17h, na Casa da Ospa. Na primeira parte, a Ospa dedica-se a Dmitri Shostakovich e seu segundo concerto para violoncelo, que terá como solista a violoncelista Marina Martins; na segunda, dedica-se a Igor Stravinsky e seu polêmico balé, Pétrouchka. O maestro argentino Luis Gorelik comanda a Ospa na apresentação, que tem ingressos à venda pela Sympla, por valores entre R$ 10 e R$ 50. A apresentação incluirá uma homenagem ao centenário do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Além da tradicional transmissão ao vivo do concerto, a Ospa também exibe a palestra Notas de Concerto, às 16h. As duas transmissões ocorrem no YouTube da OSPA no sábado. Nesta edição, o escritor Milton Ribeiro comenta o repertório do dia, na Sala de Recitais da Casa da Ospa. "O Concerto nº 2 para Violoncelo e Orquestra, Op. 126 alterna passagens da maior tristeza com trechos bizarros e danças fantásticas. Já Pétrouchka, apesar de complexa para qualquer orquestra, é deliciosa de ouvir, com seus vários e atraentes temas”, destacou Ribeiro.

Em sua primeira apresentação junto à Ospa, a jovem Marina Martins, brasileira radicada na Suíça, interpreta o solo de Concerto nº 2 para Violoncelo e Orquestra, Op. 126, de Dmitri Shostakovich (1906–1975). Na época de sua estreia, em 1966, o compositor desfrutava de uma boa relação com o regime soviético. Entretanto, alguns críticos enxergam na natureza taciturna da obra o reflexo de um desespero contido, fruto de uma vida sob a opressão do governo. “A obra é extremamente impactante e densa, exige concentração enorme de todos os músicos e deixa o público sem fôlego", explicou Marina. “O segundo concerto de Shostakovich para violoncelo não é tão popular quanto o primeiro, porém é muito mais profundo emocionalmente e envolve mais diálogos entre solista e orquestra”, disse a artista.  

Após o intervalo, a Ospa executa Pétrouchka, um dos célebres balés escritos por Igor Stravinsky (1882–1971) para a companhia Ballets Russes, de Sergei Diaghilev. A obra estreou em 1911, trazendo o famoso bailarino Vaslav Nijínski na pele de um boneco típico russo que ganhava vida na história. Com a passagem do tempo, o radicalismo da obra foi assimilado pelas plateias, que a adotaram como uma favorita das salas de concerto de todo o mundo. Neste sábado, a Ospa interpreta a versão reduzida da obra, de 1947. 

Luis Gorelik (regente – ARG)

Retrato frontal de Luis Gorelik, maestro argentino, que encara a câmera. Homem de meia idade, com barba e cabelos grisalhos. O terno preto e o fundo escuro da fotografia contrastam com sua pele  e olhos claros.

Nascido em La Plata, Argentina, em 1963, Luis Gorelik formou-se com Pedro I. Calderón, na Argentina, e com Mendi Rodán, em Israel, onde se graduou com distinção na Academia Rubin de Música de Jerusalém. Desde 2010, é diretor artístico da Orquestra Sinfônica de Entre Ríos. Entre 2016 e 2018, foi diretor artístico da Orquestra Nacional Juan de Dios Filiberto. Iniciou a carreira em 1985 como maestro titular da Orquestra Filarmônica de Mendoza. Em 1988, radicou-se em Israel, onde cursou pós-graduação e foi convidado a reger as principais orquestras do país, como Filarmônica de Israel, Sinfônica de Jerusalém e Sinfonietta Beer Sheva. Em 2000, foi nomeado maestro titular da Orquestra Sinfônica de Concepción, no Chile, cargo que ocupou por sete temporadas. É regularmente convidado para as temporadas do Teatro Colón de Buenos Aires e da Orquestra Sinfônica Nacional da Argentina. Como regente de ópera e balé, atuou no Theatro Municipal de São Paulo, Teatro Nacional da Sérvia, Ópera Báltica de Gdansk (Polônia), Teatro Estatal de Saarbrucken (Alemanha), Teatro Municipal de Santiago do Chile, Sodre (Uruguai) e outros. Regeu a Sinfônica Nacional da Islândia, Orquestra Filarmônica da Unam, Sinfônica do Estado do México, Sinfônica Nacional da Macedônia e outras. É professor titular de Regência Orquestral da UNA (Universidade Nacional das Artes), em Buenos Aires. 

Marina Martins (violoncelo – BRA)

Retrato frontal de Marina Martins. A jovem sorri e olha para a câmera, segurando um violoncelo. Ao fundo, desfocadas, estão algumas folhas, formando um fundo verde e branco para o retrato.

Marina Martins, nascida em 1999, é um dos principais nomes da nova geração de músicos brasileiros. Em 2022, como parte do projeto Brasil em Concerto, em parceria com o selo Naxos e Itamaraty, Marina fez a primeira gravação comercial do Concerto para Violoncelo, de Claudio Santoro, com a Orquestra Filarmônica de Goiás e o regente Neil Thomson. Recebeu o Prêmio Exilarte Preis,na Áustria em 2021, o Concurso Jovens Solistas e a Medalha Eleazar de Carvalho em 2018, pela Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp). Marina venceu seu primeiro concurso aos oito anos de idade e, aos dezesseis, fez sua estreia como solista em Bristol, na Inglaterra. Desde então, vem se apresentando com orquestras e maestros de prestígio na Inglaterra, Suíça, Itália, França, Alemanha, Áustria, Estados Unidos, Canadá e Brasil. É entusiasta da música de câmara e já se apresentou com renomados artistas da Europa. Atualmente, cursa mestrado na Musik Akademie Basel e estuda música barroca na Schola Cantorum Basiliensis, na Basiléia, na Suíça. Marina se apresenta com um violoncelo de Giuseppe Guarneri “filius Andreae” ca. 1700.

Concerto da Série Casa da Ospa – Pétrouchka

Quando: sábado (14/10),às 17h. Palestra Notas de Concerto: às 16h, com Milton Ribeiro.
Onde: Casa da Ospa (Caff – Av. Borges de Medeiros, 1.501, Porto Alegre, RS).
Ingressos: de R$ 10 a R$ 50. Descontos: ingresso solidário (com doação de 1kg de alimento), clientes Banrisul, Amigo Ospa, associados AAMACRS, sócio do Clube do Assinante RBS, idoso, doador de sangue, pessoa com deficiência e acompanhante, estudante, jovem até 15 anos e ID Jovem.
Bilheteria: via Sympla em sympla.com.br/casadaospa ou na Casa da Ospa no dia do concerto, das 12h às 17h.
Estacionamento: gratuito, no local.
Classificação indicativa: não recomendado para menores de 6 anos.
Transmissão ao vivo: às 16h (Notas de Concerto) e às 17h (concerto) no canal da Ospa no YouTube.

Programa

  • Dmitri Shostakovich | Concerto n° 2 para Violoncelo e Orquestra, Op. 126
    I. Largo
    II. Allegretto
    III. Allegretto

    Intervalo

  • Igor Stravinsky | Pétrouchka (versão 1947)
    I. Vivace - Danse Russe
    II. Impetuoso
    III. L'Istesso Tempo - Valse
    IV. Wet-Nurses' Dance - Peasant with Bear - Gypsies and a Rake Vendor - Dance of the Coachmen - Masqueraders

Apresentação: Orquestra Sinfônica de Porto Alegre
Direção Artística: Evandro Matté
Regente: Luis Gorelik (regente – ARG)
Solista: Marina Martins (violoncelo – BRA)

Texto: Ascom Ospa
Edição: Secom

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