Governo do Estado do Rio Grande do Sul
Início do conteúdo

Consenso ou Bom Senso?

Publicação:

Poucas coisas na história geraram consenso. Podemos afirmar que alguns fatos muito concretos, se tornaram verdadeiros consensos, tais como: a necessidade do mundo de se unir contra o nazismo durante a II Guerra Mundial; que Pelé é o melhor jogador de futebol da história: que Ayrton Senna foi o mais determinado e corajoso campeão da Fórmula I.

No entanto, sabemos que as mais importantes conquistas sociais e econômicas da história foram obtidas através do bom senso, haja vista o árduo caminho de consolidação da democracia, da conquista do voto pelas mulheres, do fim do Apartheid em vários países.

Alguns temas sempre foram, são e serão foco de um único consenso: de que não há consenso. Poderíamos exemplificar aqui os casos de disputas religiosas fundamentalistas, de disputas políticas e econômicas entre países ricos e pobres, e aqui no Brasil temos como exemplo a reforma política, a reforma tributária, a reforma agrária e, para não esquecer da pauta do momento, pedágios.

Resta-nos, como sociedade civilizada e democrática, buscar o bom senso para avançar nos temas em que não há consenso.

O melhor exemplo contemporâneo de um importante avanço social que reduziu significativamente a pobreza no Brasil é o Plano Real. Criticado por muitos, consolidou-se pelo bom senso e hoje é sustentado por muitos de seus críticos.

Em relação aos pedágios, sonhamos com um mundo sem eles, mas reconhecemos que o bom senso nos leva a buscarmos a melhor forma de convivermos com os seus benefícios e com os seus custos.

As estradas das décadas de 50, 60 e 70 atendiam um mundo não globalizado, veículos de baixa tecnologia, velocidades reduzidas, cargas menores e um país com menos de 100 milhões de habitantes.

As demandas e conquistas sociais dos últimos 30 anos e o patamar de necessidades de infra-estrutura em um país que entrou num ciclo virtuoso de crescimento, são incompatíveis com a capacidade contributiva da sociedade brasileira, e já ultrapassaram até mesmo alguns países desenvolvidos.

Dentro deste contexto nos resta, de maneira civilizada, sem radicalismos, discutirmos maduramente, não os temas periféricos, mas as questões de fundo que tratam da preservação de vidas, do desenvolvimento e do futuro de um estado que volta a ser grande.

Secretário de Estado de Infra-Estrutura e Logística

Portal do Estado do Rio Grande do Sul