CRM assina contrato de estudo ambiental em Cachoeira do Sul
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O penúltimo passo para instalação do Aterro Sanitário de Resíduos Sólidos Urbanos da Mina do Iruí, em Cachoeira do Sul, foi dado nesta terça-feira (26). Na sede da Companhia Riograndense de Mineração (CRM) foi assinado um contrato de prestação de serviços técnicos especializados com a empresa vencedora da licitação TC/BR Tecnologia e Consultoria Brasileira, que vai elaborar o Eia-Rima (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental) do empreendimento para a posterior concessão da Licença Prévia (LP) pela Fepam (Fundação Estadual de Proteção ao Meio Ambiente). O valor do contrato é de R$ 250 mil e o prazo de elaboração do Eia-Rima é de oito meses. O secretário de Energia, Minas e Comunicações, Valdir Andres, estima que o Aterro Sanitário da Mina do Iruí possa atender cerca de 100 municípios, num raio de 200 quilômetros quadrados, recebendo até 1 milhão de toneladas de lixo ao dia. A proposta é receber e tratar os resíduos sólidos na cava de mineração de 30 hectares existente em Cachoeira do Sul, sem a emissão de gases poluentes na atmosfera. Assim, o projeto pode ser beneficiado com o recebimento de créditos de carbono. Esta é a primeira vez que a CRM ingressa fora da sua tradicional área de atuação, o carvão, destaca o presidente da empresa, João Carlos Vieira. Segundo ele, o objetivo da CRM é auxiliar na resposta para uma das questões que mais aflige os governos hoje, ou seja, o destino do lixo das cidades. Como uma empresa pública, queremos colaborar para a solução deste problema, frisa. O diretor administrativo da CRM, Carlos Sá Azambuja, afirma que a CRM está empenhada em reverter a imagem consagrada das empresas de carvão, vistas como poluidoras do meio ambiente. A recuperação da Mina do Iruí vai transformar a imagem da CRM, pois vamos restaurar nosso passivo ambiental preenchendo a cava da Mina do Iruí e tornando o local próprio para receber e tratar os resíduos sólidos urbanos, ressalta. O diretor técnico do TC/BR Tecnologia e Consultoria, Francisco Maciel, salienta que este projeto é pioneiro no Rio Grande do Sul na obtenção de créditos de carbono. Em abril, a Secretaria de Energia, Minas e Comunicações e a CRM firmaram um inédito convênio de cooperação com o Instituto Internacional de Ecologia (IIE). O objetivo é criar um Núcleo de Mudanças Climáticas no Rio Grande do Sul, já em tramitação no Governo do Estado, para centralizar a busca de recursos a partir de créditos de carbono propiciados com a vigência do Protocolo de Kyoto. VANTAGENS - Preenchimento da cava existente e solução de problemas ambientais gerados pela mina aberta (tais como: drenagens ácidas, erosão, impacto visual, segurança, entre outros); - Eliminação de gastos de R$ 1 milhão previstos para a recuperação ambiental da área; - Solução ambientalmente correta para a destinação de lixo de cerca de 100 municípios; - Utilização da área para um fim específico e produtivo que traga uma fonte de renda extra para a CRM. SAIBA MAIS SOBRE O ATERRO SANITÁRIO - População mínima atendida: 200 mil habitantes; - Recebimento mínimo diário de resíduos: 100 toneladas; - Volume útil: 1.500.000 m3; - Vida útil do empreendimento: mais de 30 anos; - Investimento inicial: R$ 1,2 milhão; - Receita prevista: R$ 20 a R$ 25 por tonelada de resíduo recebido, mais os créditos de carbono (recursos a fundo perdido como compensação ambiental); - A cava da Mina do Iruí, que extraiu carvão de 1981 a 1987, possui pouco mais de 30 hecatres em Cachoeira do Sul.