Cultivo de uvas cresce 58% em 12 anos no Rio Grande do Sul
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Com crescimento anual de 4% em média, a área de cultivo de uva no Rio Grande do Sul soma 38,5 mil hectares. A informação é da última edição do Cadastro Vitícola, lançado nesta quinta-feira (18), em Porto Alegre. Em relação ao primeiro levantamento realizado em 1995, quando havia 24,3 mil hectares plantados, o acréscimo na área de vinhedos do Estado alcança 58,33%.
Elaborado em parceria entre o Governo do Estado, através da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Pesca e Agronegócio, Ministério da Agricultura, por intermédio da Embrapa Uva e Vinho, e o Instituto Brasileiro do Vinho, o Cadastro Vitícola revela que as cultivares usadas para elaboração de vinhos finos e espumantes teve um incremento de 63,61%, passando de 4.606,45 hectares, em 1995, para 7.536,21 hectares, em 2007. A preferência no cultivo dessas cultivares vitis viniferas é da Cabernet Sauvignon. Em segundo lugar, aparece a Merlot, seguida de Moscato Branco, Chardonnay, Tannat, Cabernet Franc e Riesling Itálico.
Em relação ao surgimento de novos municípios produtores de uvas, o levantamento aponta Candiota e Cristal do Sul, que começaram o cultivo a partir de 2005, e Rosário do Sul, a partir de 2007. Antes, Bom Jesus (2001), Montenegro (2002) e Encruzilhada do Sul (2002) integraram-se ao grupo de municípios com videiras no Estado. Bento Gonçalves segue sendo o maior produtor, com 5.920,36 hectares. Depois vem Flores da Cunha (4.716,12 ha), Farroupilha (3.892,26 há), Garibaldi (3.178,16 ha) e Monte Belo do Sul (2.242,76 ha).
Todas estas informações, com detalhes inéditos da produção de uvas no Estado em relação aos anos de 2005, 2006 e 2007, integram a última edição do Cadastro Vitícola do Rio Grande do Sul, disponibilizado em formato de CD. O investimento realizado foi de R$ 300 mil.
Importância
O secretário da Agricultura, João Carlos Machado, destaca o papel estratégico do Cadastro Vitícola. As informações contidas neste material são fundamentais para todo o trabalho de fiscalização realizado pelos técnicos do Departamento de Produção Vegetal, afirma. Para o secretário, como o Rio Grande do Sul possui um controle bastante apurado da sua produção, tanto de uva como de vinhos e sucos, a qualidade dos produtos gaúchos é genuína e facilmente comprovada. Imaginem se todas as demais culturas plantadas no Estado tivessem um material de consulta preciso e confiável como este, observa.
Segundo o presidente do Ibravin, Denis Debiasi, as informações expostas no Cadastro Vitícola contextualizam a posição do RS em todo o Brasil, demonstrando a liderança absoluta dos gaúchos na produção de uvas e seus derivados. O envio ou o preenchimento online do cadastro vitícola já está incorporado a cultura dos viticultores do Estado. Sempre ao término da safra, faz parte da rotina dos produtores o fornecimento dos seus dados de produção, comenta a pesquisadora da Embrapa Uva e Vinho e coordenadora técnica do Cadastro, Loiva Ribeiro de Mello. A coordenadora ainda destaca que o Cadastro é um instrumento indispensável para dar suporte à fiscalização de vinhos e demais produtos vitícolas, ao desenvolvimento da pesquisa vitivinícola e, em especial, ao progresso do Setor Vitivinícola.