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Cura da tuberculose está condicionada à manutenção do tratamento

O maior problema relativo à doença no Rio Grande do Sul é o abandono da medicação

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Tratamento dura seis meses pelo menos, e muitos pacientes abandonam porque cessam os sintomas e acreditam estar curados - Foto: Marília Bissigo/Ascom SES

A tuberculose é uma doença que atinge um grande número de pessoas a cada ano, com alto índice de notificação. O maior problema relativo à doença atualmente, no Rio Grande do Sul, é a não conclusão do tratamento, conforme Carla Jarczewski, diretora do Hospital Sanatório Partenon (HSP) e coordenadora do Programa Estadual de Combate à Tuberculose. Em virtude disto, a taxa de cura é considerada baixa. O bacilo de Koch, bactéria causadora, continua circulando e novas pessoas são contaminadas. Na quarta-feira (24/3), Dia Mundial de Combate à Tuberculose, a Secretaria da Saúde (SES/RS) aproveita a data para chamar a atenção sobre a importância de os pacientes seguirem o tratamento até o final.

“É um problema as pessoas não irem até o fim do tratamento, pois o abandono significa não se curar”, alerta Carla. O tratamento é longo, dura seis meses pelo menos, e muitos pacientes acabam abandonando porque cessam os sintomas e acreditam estar curados, o que não é verdadeiro.

Em 2019, foram notificados 5.224 novos casos de tuberculose no Rio Grande do Sul, totalizando 7.529. Casos novos são aqueles que nunca foram diagnosticados ou que os doentes nunca utilizaram medicamentos ou o fizeram por menos de 30 dias. Houve 753 recidivas, que são os casos em que o paciente se curou em tratamento anterior, mas a doença retornou. Ainda houve 618 reingressos após o abandono. Ao todo, 21 pacientes morreram devido à tuberculose.

Em 2018, o percentual de cura no Brasil para novos casos foi de 57,2%, enquanto o abandono do tratamento foi de 12,9%. A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza que são necessárias 85% de cura e 5% de abandono para a redução de incidência em um território. No Rio Grande do Sul, o coeficiente de mortalidade foi de 2,38 óbitos por 100 mil habitantes, em 2017, e 2,64 em 2018. Está um pouco acima da média nacional, que é de 2,2. Por esta razão, os técnicos da Secretaria da Saúde consideram importante o trabalho do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), bem como dos setores de vigilância e epidemiologia municipais e estadual.

Estratégias são utilizadas para a redução de incidência e melhoria dos indicadores de cura e de abandono, além da redução dos números de óbitos. São ações como a busca ativa de pessoas com sintomas respiratórios; avaliação de contatos de pacientes com tuberculose e realização de Tratamento Diretamente Observado (TDO) em todos os pacientes; assim como ações que são tomadas junto com os municípios, com o objetivo de fortalecer o acesso à prevenção, ao diagnóstico e ao tratamento.

Mais informações podem ser obtidas no Informe Epidemiológico de Tuberculose 2020.

Texto: Ascom SES
Edição: Secom

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