Com a presença de representantes dos mais diversos setores da sociedade, foi empossado, na tarde desta segunda-feira (28), o secretário extraordinário com encargo de secretário-geral de governo, Delson Martini. A posse, no auditório do Centro Administrativo Fernando Ferrari (Caff), reuniu centenas de pessoas, entre as quais autoridades, políticos e todo o secretariado estadual, membros do Judiciário gaúcho, de entidades de classe, de autarquias e funcionários do Grupo CEEE, que era presidido até esta data por Martini. “Quero ver o Rio Grande do Sul como o melhor estado para se viver”, afirmou o novo secretário extraordinário. A posse de Martini foi definida pela governadora Yeda Crusius como “a ampliação da articulação do governo”. Ela ressaltou que conhece há décadas a competência e a lealdade de Delson Martini aos projetos que aceita comandar. A governadora salientou que, com a nova secretaria, será possível expandir a interlocução do governo, com o propósito de garantir maior visibilidade aos programas que devem estruturar o desenvolvimento do Rio Grande do Sul. O desempenho da CEEE, dirigida por Martini em 2007, foi citado por Yeda como exemplo de excelentes resultados obtidos pelo governo estadual através da política de ajuste fiscal e da filosofia de fazer mais com menos. Forte e lucrativa, a Companhia arrecada hoje mais de R$ 490 milhões anuais de ICMS. Yeda afirmou que em 2008 o governo prosseguirá com a política de ajuste fiscal. “E com esta nova secretaria, será possível organizar e articular uma melhor qualidade de vida para todos os cidadãos e cidadãs do Rio Grande do Sul, pois este é um governo que sabe que o que é plantado hoje é colhido amanhã”, afirmou. A cerimônia de posse foi aberta com a exibição de um vídeo realizado pelos funcionários da CEEE, mostrando o crescimento da Companhia durante o último ano. “Nada é fácil para quem inova, para quem traz uma nova mensagem e para quem tem coragem de enfrentar e de mudar”, disse Martini em seu discurso. Prosseguindo, observou que a população escolheu nas urnas o processo político de mudança, “capaz de enfrentar sem medo o grande desafio de zerar o déficit para recuperar a capacidade do Estado de transformar impostos em serviços públicos de qualidade”. O novo secretário reforçou que deverá se tornar mais efetiva e perceptível a atividade fim do Estado. Perfil Filho de pequenos comerciantes da colônia italiana do município de Progresso, antigo distrito de Lajeado, Delson Luiz Martini nasceu em 13 de junho de 1963, naquela localidade, chegando a Porto Alegre aos 14 anos de idade, como candidato a uma vaga no Colégio Júlio de Castilhos, já que, em seu município de origem, não havia escola de segundo grau. Através de concurso vestibular, entrou na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), graduando-se em Economia e concluindo, mais tarde, sua pós-graduação também em Economia. Anos depois, concluiu, também, o curso de especialização em Qualidade e Produtividade na Faculdade de Engenharia da Ufrgs. Premiação Quando estudante, no último semestre do curso de graduação em Economia, venceu a primeira edição do Prêmio Corecon/RS, promovido pelo Conselho Regional de Economia do Rio Grande do Sul, com o trabalho de pesquisa, intitulado II Plano Nacional de Desenvolvimento. O prêmio, que se encontra hoje em sua 21ª edição, avalia os três melhores trabalhos inéditos de pesquisa na área, que contribuem para o crescimento e desenvolvimento do Estado. Com grande atuação profissional ligada ao planejamento econômico, Martini atuou profissionalmente no Ministério do Planejamento, durante o período em que viveu em Brasília, e no Banco Regional de Desenvolvimento Econômico (BRDE), quando foi o economista responsável pela realização de estudos setoriais na área de planejamento, com o objetivo de indicar potencialidades de apoio estratégico a setores da economia gaúcha. Gestão Profissional voltado à área de gestão com larga experiência em consultoria, promoveu a implantação de programas de qualidade e produtividade em diversas empresas do Rio Grande do Sul e do Brasil, vindo a ser, mais tarde, a convite do Ministério da Saúde, diretor administrativo e financeiro dos hospitais Nossa Senhora da Conceição, Cristo Redentor e Fêmina. Nesta oportunidade, implantou o primeiro banco de preços para área da saúde, utilizado pela rede hospitalar brasileira como referência de consulta no momento das compras realizadas pelo setor, dificultando as disparidades dos preços dos produtos no mercado, ocasionando pela falta de informação entre as empresas compradoras. A partir desse trabalho, recebeu, da Escola Nacional de Administração Pública, do Ministério de Planejamento, o Prêmio Inovação na Gestão Pública, pelo trabalho na gestão de materiais, como desenvolvimento de indicadores de avaliação de desempenho, resultando na criação do Banco de Preços pelo Ministério da Saúde. Na área acadêmica, foi professor das cadeiras de Macroeconomia, Economia do Rio Grande do Sul, Microeconomia e Economia Brasileira, nas faculdades de Economia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Universidade do Vale do Taquari (Univates) e da Universidade de Caxias do Sul (UCS). Com larga experiência em atividades de classe, ainda muito jovem foi presidente, por duas gestões, da Federação Nacional dos Economistas (Fenecon), com sede em Brasília. Foi, também, diretor da Sociedade de Economia do Rio Grande do Sul e presidente do Sindicato dos Economistas do Rio Grande do Sul. Tem grande ligação com o setor cultural do Rio Grande do Sul, com ênfase nas diversas artes que formam a cultura gaúcha. Recuperação da CEEE Como diretor-presidente do Grupo CEEE, cargo que assumiu a convite da governadora Yeda Crusius, em 27 de fevereiro de 2007, comandou a recuperação econômico-financeira do Grupo, que, depois de um prejuízo em 2006, fechou o terceiro trimestre de 2007 com um lucro líquido acumulado de R$ 68.362 milhões. Durante os 11 meses em que dirigiu o Grupo CEEE, apostando firme no crescimento e no fortalecimento do Grupo, viabilizou a participação acionária da CEEE-GT junto à Usina Hidrelétrica Foz do Chapecó, o maior empreendimento de energia hídrica do país, orçado em R$ 2,2 bilhões e que vai adicionar 855 MW ao sistema elétrico nacional. Viabilizou, também, um dos mais audaciosos programas de investimento da história da Companhia, através do Plano de Investimentos, de mais de R$ 320 milhões, que estão sendo aplicados, ao longo dos anos 2007 e 2008, em obras de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica no estado do Rio Grande do Sul, consideradas essenciais para recuperar a defasagem histórica de investimentos da empresa no setor energético.