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Descendente da família imperial vê cultura como porta que pode promover negócios

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O príncipe Phillippe Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança, em visita à Secretaria da Cultura do Rio Grande do Sul, defendeu a importância da cultura como uma porta que abre negócios. Atrás da música, vêm o disco e a moda. Por isso, a cultura deve ser encarada também nos seus aspectos financeiros, avaliou. A opinião foi expressa ao ser recebido pelo secretário de Estado da Cultura, Roque Jacoby, e pelo diretor-geral, Vitor Hugo. Ele veio ao Estado para participar das comemorações dos 180 anos da vinda dos imigrantes germânicos ao território rio-grandense. O tetraneto da imperatriz Dona Leopoldina, por iniciativa da qual o Império resolveu acolher os imigrantes alemães, a partir de 1824, elogiou o discurso do governador Germano Rigotto proferido em São Leopoldo na representação da chegada dos alemães, domingo último, e sugeriu que o Governo do Estado estimule viagens dos gaúchos para que conheçam a Alemanha e possam manter intercâmbio cultural e econômico com o povo germânico, já que esses contatos podem gerar negócios. Anfitrião do descendente da família imperial, o secretário Roque Jacoby destacou que a cultura vem sendo tratada de uma forma distinta no Rio Grande do Sul, como agente do desenvolvimento. Passou o tempo em que se vivia de pires na mão à procura de recursos, prevendo dias ainda melhores para o setor, afirmou o secretário. Ele assinalou, ainda, que o Rio Grande do Sul é formado pela fusão de várias etnias que, de uma forma ou de outra, contribuíram para a criação do povo gaúcho. Os descendentes dessas etnias tomam chimarrão, o que demonstra que incorporaram os hábitos rio-grandenses, acrescentou. Colonização Na audiência, o presidente do Instituto Brasileiro de Estudos Monárquicos, professor Luiz Carlos Rothmann, lembrou que há 70 anos havia, em São Leopoldo, famílias negras que só falavam o alemão e faziam questão de se dizer pertencentes à etnia. Um deles, Gervásio Linck, chegou a ser atleta de maratona do Sport Club Internacional, fazendo parte da família Linck. O sobrinho-neto da princesa Isabel lamentou que, em cidades como Nova Friburgo e Petrópolis, no Rio de Janeiro, o número de alemães seja escasso hoje, como em Niterói, uma cidade de formação portuguesa, conhecida por suas escolas de samba, que hoje possui poucos descendentes lusitanos. Para reforçar a importância das migrações, citou o caso da Ucrânia, que foi destruída pela União Soviética. Os descendentes, residentes no Paraná, foram ao território ucraniano para ensinar o povo a dançar e a pintar ovos, ajudando a recompor suas tradições, preservando-as. Jacoby lembrou que, em Guarani das Missões, os descendentes disputam com o município de Áurea o título de capital dos poloneses, mantendo as tradições dos antepassados e fabricando um licor muito delicioso e de forte teor alcoólico, cuja fórmula é originário da Polônia. Em Lagoa dos Três Cantos, município próximo a Ibirubá, 90 por cento da população falam a língua alemã. Parceria O secretário de Estado da Cultura propôs que fosse celebrada alguma parceria cultural entre a Áustria e o Rio Grande do Sul. Como há conjuntos musicais austríacos que vêm constantemente ao Rio, apresentando-se em Nova Friburgo, Petrópolis e até em Búzios, o príncipe Phillippe de Bragança ficou de interceder junto ao Consulado da Áustria para que esses artistas possam vir a se apresentar também no Rio Grande do Sul.
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