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Desemprego feminino cai na Região Metropolitana de Porto Alegre

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No ano de 2010, foram gerados 27 mil postos de trabalho para a população feminina, reduzindo o contingente de desempregadas, com um movimento semelhante para o segmento masculino. Conforme a Pesquisa de Emprego e Desemprego na Região Metropolitana de
Desemprego feminino cai na Região Metropolitana de Porto Alegre

No ano de 2010, foram gerados 27 mil postos de trabalho para a população feminina, reduzindo o contingente de desempregadas, com um movimento semelhante para o segmento masculino. Conforme a Pesquisa de Emprego e Desemprego na Região Metropolitana de Porto Alegre (PED-RMPA), o mercado de trabalho regional apresentou desempenho positivo no ano passado, retomando o movimento favorável que caracterizou os anos que precederam a crise de 2009. A ocupação geral cresceu 3,4%, enquanto, em 2009, se elevou 1,3%.

As informações que foram divulgadas nesta quarta-feira (2), fazem parte da pesquisa sobre a Inserção da Mulher no Mercado de Trabalho, em alusão ao Dia Internacional da Mulher. Os dados foram extraídos das pesquisas mensais, desenvolvidas em convênio entre a Secretaria do Trabalho e do Desenvolvimento Social (STDS), por meio da Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS), com a Fundação de Economia e Estatística (FEE), o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e a Fundação Seade, de São Paulo.

O contingente de mulheres economicamente ativas ficou estimado em 936 mil, em 2010, e a taxa de desemprego das mulheres diminuiu mais que a dos homens, passando de 13,5% da população economicamente ativa (PEA) feminina para 10,6%, entre 2009 e 2010. No período em questão, a taxa de desemprego masculina diminuiu de 9,1% da PEA masculina para 7,1%.

O incremento ocupacional foi observado em quase todos os setores de atividade econômica, com destaque para a indústria, cujo contingente ocupado feminino apresentou um crescimento de 7,1%, enquanto o do segmento masculino foi inferior (4,4%). No comércio, houve ampliação de 4,3% na força de trabalho feminina, com redução do contingente masculino em 0,6%. O setor serviços apresentou crescimento idêntico em ambos os segmentos populacionais (3,2%), enquanto os serviços domésticos, reduto feminino por excelência, tiveram uma redução de 3,9% no número de mulheres ocupadas.

O assalariamento do setor privado com Carteira de Trabalho assinada registrou crescimento de 8,5% no contingente feminino e de 5,6% no masculino. Dentre as demais modalidades de inserção ocupacional, ocorreu redução de 4,2% no volume de mulheres autônomas e de 3,9% entre as empregadas domésticas. No emprego doméstico, houve redução no segmento de empregadas domésticas mensalistas (-10,5%), ampliando em 10,0% o de diaristas.

No ano passado, o rendimento médio real por hora apresentou variação positiva tanto para os homens quanto para as mulheres. O valor recebido pelas mulheres passou de R$ 6,33 para R$ 6,57, enquanto o dos homens passou de R$ 7,58, em 2009, para R$ 8,08 em 2010. Com esse desempenho mais favorável aos homens, a desigualdade de rendimentos entre os sexos aumentou. Em 2009, o rendimento feminino médio real, por hora, correspondia a 83,5% do rendimento masculino. Já em 2010, essa proporção caiu para 81,4%.

Escolaridade e trabalho

O estudo também revela os efeitos da elevação da escolaridade feminina na inserção no mercado de trabalho, no período 2000 a 2010. Nesse período, o percentual dos trabalhadores com nível superior completo no mercado de trabalho da RMPA cresceu, passando de 10,1% da PEA para 14,9%. Embora tenha acontecido uma ampliação da escolaridade para ambos os sexos, o ritmo de incorporação das mulheres com nível superior completo na força de trabalho foi mais intenso (de 11,8% para 17,6,%) do que o dos homens (de 8,8% para 12,6%).

Em 2010, 4,9% da população feminina com ensino superior estava desempregada, enquanto entre as mulheres com escolaridade até o superior incompleto, esta taxa era de 11,8%. No entanto, entre as mulheres com escolaridade até superior incompleto, a taxa de desemprego apresentou queda maior (de 21,5% em 2000, para 11,8% em 2010), na comparação com o segmento de nível superior (de 5,4% em 2000, para 4,9%). Esse comportamento desigual pode ser atribuído ao ritmo diferenciado entre o crescimento da escolarização da população feminina e o tipo de postos de trabalho que estão sendo gerados.

Entre 2000 e 2010, o nível ocupacional feminino na RMPA cresceu 35,2%, impulsionado, sobretudo, pela absorção das mulheres de escolaridade mais elevada: para aquelas que contavam com até o ensino superior incompleto o crescimento foi de 27,6%, enquanto para as que haviam completado a educação superior foi de 82,6%. Para os homens, a ocupação aumentou 24,4%. Assim como para as trabalhadoras, a ocupação teve maior crescimento para os mais escolarizados.

Quanto ao nível de escolaridade, o incremento foi da ordem de 19,8% para os ocupados com até o ensino superior incompleto e de 65,4% para aqueles com ensino superior. Nos últimos 10 anos, elevou-se a parcela de mulheres ocupadas com ensino superior completo de 13,8% para 18,7% do total de ocupadas. No mesmo período, movimentos semelhantes, foram observados para os homens ocupados, fazendo a proporção daqueles com ensino superior completo passar de 9,9% para 13,2% do total de homens ocupados em 2010.

Presente na divulgação da pesquisa, a secretária de Políticas para as Mulheres, Márcia Santana, salientou o reflexo discriminatório em relação à mulher no mercado de trabalho. Para garantir a inclusão das mulheres em empregos uma das metas do secretário do Trabalho e do Desenvolvimento Social, Luis Augusto Lara, é oferecer qualificação profissional para as mulheres.

A ação será realizada pela STDS, por meio da FGTAS, que é o braço executor da política pública voltada à qualificação profissional, destacou o presidente da fundação, Heitor Gularte. Como exemplo, ele citou que, o município de Bagé, recentemente, apresentou uma demanda de cursos para qualificar mulheres para a construção civil. Explicou, ainda, que as demandas de qualificação são encaminhadas à FGTAS pelos municípios e suas comissões de emprego.

A apresentação foi feita pela socióloga da FGTAS, Irene Galeazzi, com as presenças do diretor Técnico da FGTAS, Ricardo Erig, do diretor do Departamento do Trabalho da STDS, Luiz Müller, técnicos da FGTAS, da FEE e do Dieese.

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