Manifestação do governador Germano Rigotto no lançamento do Programa Estadual da Fruticultura Palácio Piratini, 18.08.2003 Quando se observam os quantitativos e os valores do mercado internacional de frutas, salta aos olhos do observador que um país como o Brasil deveria ter uma participação bastante superior. Temos posição geográfica, variedade climática e de solo, bem como superfície territorial suficientes para atuarmos no mercado em um patamar bem acima do cerca de 1% em que hoje nos situamos. Com esse objetivo, o Ministério da Agricultura, na gestão do ministro Pratini de Moraes, criou o Profruta, um importante programa mantido pelo ministro Roberto Rodrigues, que já produziu avanços no sentido da certificação e adequação da produção nacional às exigências do mercado mundial, tendo implantado diversos projetos de viveiros, cinco dos quais no Rio Grande do Sul, nos municípios de Pelotas, Bagé e Eldorado do Sul. Nosso governo tomou a decisão de instituir o Profruta/RS. Temos plena consciência, Secretário Odacir Klein, da importância econômica e social dessa decisão. Destinamos recursos para isso no orçamento plurianual (R$ 8 milhões em 2004 e R$ 53 milhões no período 2004/2007). E queremos, entre outros objetivos, desenvolver novos viveiros que garantam aos produtores material propagativo sadio e com maior potencial produtivo, preparar pessoal técnico qualificado para atuar no setor, instituir e aparelhar barreiras fitossanitárias permanentes para proteção da sanidade das mudas e frutas oferecidas aos consumidores. Estaremos, de imediato, dando início à constituição das Câmaras Setoriais da Fruticultura, e integrando os esforços, a capacidade técnica, operacional e comercial da Secretaria da Agricultura, Emater/RS, associações de fruticultores e viveiristas, instituições representativas das várias culturas, prefeituras municipais, instituições de pesquisa, universidades, agroindústrias, cooperativas, organismos financeiros, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, comércio e outros segmentos representativos da cadeia produtiva. Se é verdade que nosso estado, com 120 mil hectares dedicados à fruticultura, já ocupa a primeira posição na produção nacional de uvas, pêssego, figo, pêra, nectarina e kiwi, e que também nos destacamos no mercado de ameixa, maçã, morango, caqui, citros de mesa, banana e abacaxi, também é verdade que há muito por ser feito. E o Profruta/RS vem para ajudar a fazer, propondo-se a coordenar as ações das instituições públicas e privadas para o desenvolvimento de uma fruticultura moderna, sustentável e competitiva, incentivando a abertura de mercados para produtos in natura e industrializados. Queremos aumentar significativamente a produção atual de 1,6 milhões de toneladas. E para identificar e abrir esses novos mercados, contamos com a parceria do IBRAF, na linha dos entendimentos que vimos mantendo, presidente Moacyr Saraiva, que distingue este ato com a sua presença. Quero enfatizar a adesão, ao programa, dos agentes financeiros que dele, neste momento, se tornam parceiros: o Banco do Brasil, a Agência Gaúcha de Fomento, o Banrisul, o BRDE e o Bansicredi, que estão disponibilizando recursos para a Safra 2003/2004. Tenho certeza de que contaremos, para isso, com as linhas de crédito federal: MODERFROTA, MODERINFRA, AGREGAR e MODERAGRO, e, mais tarde, com os fundos de apoio estadual para redução dos encargos financeiros nas linhas bancárias de crédito. *** Haveremos, Dr. Caio Rocha, de fazer surgir em nosso estado, novos pomares, qualificando os existentes, pesquisando e introduzindo novas variedades com potencial econômico, de modo a fazer com que tais culturas dêem bons frutos à economia e à comunidade estadual. A fruticultura é uma atividade agrícola que absorve mão-de-obra (são 60 mil famílias de fruticultores em nosso estado), gera renda (quatro a vinte mil reais/hectare/ano), estimula toda uma cadeia produtiva, e pode proporcionar bom aproveitamento econômico para os solos gaúchos inadequados às culturas anuais. Bem orientada ela reúne condições para promover parcela significativa de nossos objetivos de superação das desigualdades regionais, na medida em que vários tipos de pomares são adequados, como cultura rentável, a regiões que carecem de maior volume de investimentos, oportunidades de trabalho e renda. *** Meus cumprimentos a todos os senhores e senhoras cuja atividade se relaciona com a fruticultura estadual. O trabalho de todos, visando a qualidade, a produtividade e a competitividade de nossos produtos - in natura ou industrializados - é indispensável ao sucesso deste Programa. Contem com ele como um instrumento de serviço e apoio e saibam que o governo estadual não só valoriza aquilo que fazem, mas quer que aquilo que fazem tenha ainda maior valor. Muito obrigado.