DISCURSO FENAC - NOVO HAMBURGO - 24/03/09
Publicação:
YEDA CRUSIUS (governadora do Rio Grande do Sul) - Muito boa noite a todos que festejamos o que há de melhor no Rio Grande do Sul. O que há de melhor no Rio Grande do Sul é, associando-nos, transformar o pequeno em grande. O que há de melhor no Rio Grande do Sul é saber reconhecer o desafio que se nos é colocado, e no caso agora é mais um desafio, esse vem de fora, o problema é quando o desafio não o reconhecemos vindo do dentro, e esses nós já vencemos. Os vindos de fora, com uma crise internacional, nos estimulam. E eu vou contar um pouco porque, ao Ricardo Michael, presidente da nossa Fenac, muito obrigada pela alegria, pela cor, pela pujança, pela organização que nós já pudemos vivenciar um pouquinho lá em São Paulo, quando o estande de São Paulo, a nossa casa do Rio Grande do Sul, ali em São Paulo, ampliou-se quase ao dobro de tamanho ante avanços pequenos. Tão pequenos que a gente veio aqui junto com os maiores, todos unidos em torno de, enfrentando essa crise, firmar aquilo que é a qualidade mais do que reconhecida no mundo inteiro do calçado feito no Rio Grande do Sul, nas feiras desenvolvidas a partir de Novo Hamburgo.
Prefeito municipal de Novo Hamburgo, Tarcísio Zimermann. Cumprimentando ao Tarcísio, eu cumprimento a todos os prefeitos que aqui estão, vice-prefeitos, autoridades municipais. E eu disse a ele, neste instante, que eu vim aqui pedir que a Fenac e o prefeito me ajudassem a trazer mais uma feira nessa aqui para o Rio Grande do Sul. Então eu não tenho dúvida nenhuma de que isto, Fenac, pode se transformar no retorno à sua origem. A partir do Rio Grande do Sul nós mostramos o desenvolvimento da mão de obra, da tecnologia, da inclusão, da inserção, que caracterizam esse mercado maravilhoso de calçados e toda a cadeia produtiva de calçados que aqui nós temos. E nós já temos condições de dar o apoio necessário para isso. É essa mensagem que eu quero trazer como representante de todos os gaúchos a esta feira, como orgulhosa que sou desta feira, porque nós já temos condições, seja através das nossas instituições fortalecidas financeiramente, como o Banrisul, como a CEEE, como o nosso grande conjunto de instituições, desde estatais, fundações, autarquias, que encontraram o caminho na auto-sustentação e do apoio que o Rio Grande do Sul se dá quando do governo são necessárias medidas, e a partir do governo o chamamento a esse estímulo que essas feiras nos dão.
Ao representante da Assembleia Legislativa do Estado, defensor intransigente da região e do setor, da mão-de-obra, João Fischer, em teu nome e em nome dos demais deputados que aqui vejo, eu quero agradecer à Assembleia Legislativa a compreensão, o bom debate público que ela sempre faz quando estão em discussão o presente e o futuro do Rio Grande do Sul. Muito obrigada, quero aqui fazer esse reconhecimento público de parlamentarista que sou, agradecer ao parlamento toda a vez que ele se faz presente, e se faz presente principalmente em horas de crise, para motivar a sociedade a se organizar e reconhecer a força, a pujança e os valores das suas organizações. Renato Mölling, ele não entra, na verdade, na regra do trema, eu perguntei ao deputado federal que coordena na bancada gaúcha, na frente parlamentar do Congresso Nacional, os interesses do setor e da região, e que está aqui trabalhando para buscar colocar racionalidade numa das consequências que a crise mundial, com o foco financeiro de quem tentou ter além do que pode, financiar além da base, porque o que está acontecendo no mundo inteiro é um crescimento sem lastro dos empréstimos que re-emprestavam e que re-emprestavam e daí por diante.
Assim que assumimos o governo, e ao propormos assumir o governo, nós sempre dissemos que a gente queria chegar a uma situação conhecida do nosso Mário Gusmão, que hoje inovou e tem uma nova planta industrial e uma nova técnica de multimídia. Tudo aquilo que ele fez, ele fez com seus recursos próprios, como o Rio Grande do Sul na sua história sempre mostrou fazer. Então nós nos propusemos, deputado Renato, a fazer sem pedir emprestado. É essa é a definição do déficit zero, é pagar as contas que se resolveu assumir, e não há nenhuma responsabilidade maior que eu possa trazer, pelo povo do Rio Grande do Sul, a essa feira, do que dizer que, qualquer que seja a crise, as condições de pagar as suas contas estão garantidas pelo orçamento aprovado pela Assembleia Legislativa, realista, de poder pagar as contas, investindo os 7% da receita e podendo promover todo o ambiente de negócios, o ambiente privado, as parcerias entre os públicos e os privados aqui no nosso Estado. Então o teu trabalho junto à bancada gaúcha, junto à frente parlamentar conta, na verdade, não com o apoio do governo, mas com a parceria para que continue lá no Congresso Nacional a fazer presente o Rio Grande do Sul, de maneira que ele não seja o que mais perde, numa crise como esta quando a federação se coloca ante a necessidade de cortar gastos, coisa que nós, felizmente, não estamos precisando fazer.
A vice-prefeita de Novo Hamburgo, Lorena, prazer em te rever, presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Novo Hamburgo, o vereador Antônio. A juíza diretora do Fórum de Novo Hamburgo, Traudi Beatriz. Representante da Procuradoria Geral de Justiça do Estado, promotor Marcelo Rihr. Em especial, porque me traz um símbolo muito querido em que nós já perdemos, e que nós estamos fazendo o possível para retomar a partir de outros símbolos, nosso querido Bruno Petry. Ele me mostrava, quando chegamos, uma pasta na qual ele guarda a história, isso em relação ao que demais a gente precisa enfrentar em momentos críticos. Isso é o mínimo da paciência que a gente inesgotavelmente recebe do Nosso Senhor a cada dia. Então, a paciência de esperar um pouquinho mais de tempo pelo som e lhe dizer, meu caro Bruno Petry, que da sua parte o que mais me emocionou não é a história desde 1960, de quem desbravou, mas como chegou aos Estados Unidos para desbravar naquele país o mercado que até hoje a gente busca garantido em todo o mundo. O senhor foi de Varig. Indo de Varig nós nos lembramos das imensas dificuldades de constituir a Varig, depois de tentar manter a Varig. E o mundo moderno a desmontou.
Mas o senhor nos traz essa história, e eu digo: nenhum símbolo, como a Fenac, nós podemos mais deixar morrer. Mais um desafio para a próxima, vamos fazê-la nacional aqui, sem dúvida nenhuma, mostrando um pouco daquilo que eu tenho colhido nesse nosso Estado da nossa heroica e aguerrida gente. Ontem mesmo, lá em Santa Maria, com o nosso prefeito Cézar Schirmer, nós fomos inaugurar mais uma planta da Coca-Cola, imensa, e ali também entregamos muita coisa que em parceria pública, prefeitura-Governo do Estado, e queremos também brevemente entregar, com a parceria do Governo Federal, que é o nosso Santa Marta, lá de Santa Maria, uma nova planta, que precisou ser como o Grupo Sinos, planejar lá atrás e persistir no seu planejamento até conquistá-la. No dia anterior, ontem, em Bento Gonçalves, o gigantesco complexo que cria trabalho, emprego, renda, design, futuro, a toda cadeia produtiva dos móveis, um enorme entusiasmo. Na semana anterior, recorde de vendas na Expodireto, lá na Não-Me-Toque, uma feira espetacularmente modelada. Ali o agronegócio vendeu como nunca. Espero que móveis contratem como nunca, e essa nossa Fenac nos traga resultados que apontam que, para o Rio Grande do Sul, a crise chegue como em todos. Por exemplo, nós tivemos um recuo nas receitas durante janeiro e fevereiro, mas nada parecido com o que tem acontecido em outras regiões do Brasil.
E por quê? Porque nós nos preparamos para enfrentar essa crise. Nós nos preparamos, como o povo do Rio Grande do Sul sempre se preparou para qualquer crise, dizendo: continuamos trabalhando, organizando, associando, inovando, enfrentando. Então, nós nos preparamos, pelo menos em termos de finanças para essa crise, tanto é que a roda da economia girou tanto durante o ano passado, e graças a cada uma das senhoras e cada um dos senhores espalhados em todo o Estado, mas, sem dúvida nenhuma, já podendo ter o governo como parceiro. O governo como parceiro, ele não pode ser em outras épocas, épocas de estiagem, épocas de seca. Mas a roda girou tanto que, ao contrário que acontece com o setor de calçados, que é o que mais sofre entre todos os Estados do Brasil, quem sabe por ser o mais moderno, desenvolvido, com uma qualidade especial, de ser o maior, e, portanto, a queda, quando vem também é maior. Nós fomos o Estado que mais criou emprego em 2008 dentre todas as regiões metropolitanas do Brasil. Isso não cai do céu por descuido, isso vem de programar, planejar, mensurar.
Então essa realidade de 2008 nos prepara para que a crise nos alcance, como já alcançou, mas sem o mesmo ímpeto, sem o mesmo impacto, em relação a outros Estados, mas com grande impacto neste setor. Então, do que eu ouvi, que são palavras alvissareiras de todos que falaram antes, do que eu ouvi, é sempre isto. Quando o Leonardo cantava o hino eu não resisti, e realmente eu acho que frente à crise e os momentos difíceis, há um trecho do nosso Hino Nacional que me emociona muito, e esse trecho, na segunda parte do Hino Nacional, diz: se ergues da justiça a clava forte / verás que um filho teu não foge à luta. E é isso que nós estamos vivendo nesta Fenac. Pela clava da justiça, pelo desenvolvimento do Rio Grande do Sul, declaro, em nome de todos os gaúchos, teus filhos não fugirão à luta. Obrigada!