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Ditadura é tema de oficina lançada pelo Arquivo Público do Rio Grande do Sul

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O Arquivo Público do Rio Grande do Sul (Apers) promove uma reflexão sobre a Ditadura Militar voltada para o meio estudantil. Direcionada para alunos do ensino médio, foi lançada na noite dessa terça-feira (05) a oficina Resistência em Arquivo:
Ditadura é tema de oficina lançada pelo Arquivo Público do Rio Grande do Sul

O Arquivo Público do Rio Grande do Sul (Apers) promove uma reflexão sobre a Ditadura Militar voltada para o meio estudantil. Direcionada para alunos do ensino médio, foi lançada na noite dessa terça-feira (05) a oficina Resistência em Arquivo: Patrimônio, Ditadura e Direitos Humanos. A atividade faz parte do Programa de Educação Patrimonial, que conta com a parceria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

O ato de lançamento contou com a participação de ex-presos políticos e familiares, do secretário adjunto da Administração e dos Recursos Humanos, Luiz Antônio Philomena, do professor do Departamento de História da UFRGS Igor Salomão Teixeira, da diretora do Arquivo Isabel Almeida, e do procurador-geral do Estado, Carlos Henrique Kaipper.

O objetivo da oficina é debater a importância do acesso a documentos da ditadura, aproximando os estudantes do arquivo, e mostrar aos estudantes o que são os 1935 documentos que fazem parte do acervo da Apers, trabalhando o tema a partir de seis personagens, que são titulares dos processos. As histórias de Nilce Azevedo Cardoso, Ignez Serpa, Emílio João Pedro Neme, Eloy Martins, Alcides Kitzmann e Cláudio Guterrez serão exploradas na primeira etapa da oficina.

O secretário adjunto da Sarh lembrou que a luta da geração marcada pela ditadura foi fundamental para que o País vivesse momentos como os recentes protestos: É necessária a completa elucidação das verdades de quem sofreu as agruras deste período. Ações como a realização desta oficina, cumprem o papel importante de manter aceso este alerta para que nada disso se repita na nossa história. A luta desta geração permitiu que hoje as pessoas se mobilizem, tenham o direito de ocupar o espaço público, sem simplesmente desaparecerem, como na época, defendeu.

De acordo com a diretora do Apers, Isabel Oliveira Perna Almeida, a escolha dos personagens foi um processo de construção coletiva entre a equipe do arquivo, professores da Ufrgs e estudantes. Desde março foram realizadas reuniões semanais para a montagem da metodologia. Selecionamos os processos mais ricos, do ponto de vista de informação. São pessoas com perfis diferentes. Queríamos mostrar os envolvidos eram de diferentes profissões, gêneros e não viviam somente na área urbana. Entre as mulheres, por exemplo, uma delas era mais envolvida na questão da luta armada, outra não. Enfim, a ideia é que os alunos despertem para o tema, explicou.

Na oportunidade também foi lançado o blog Resistência em Arquivo, uma plataforma que objetiva compartilhar informações sobre a história da ditadura no Estado entre estudantes, professores, pesquisadores e público interessado.

Titular de um dos processos, Nilce Cardoso foi professora de matemática e integrou um dos grupos do movimento estudantil. Durante a cerimônia, destacou a necessidade de esclarecer os fatos do período da ditadura. Não podemos dormir sem saber como nossos companheiros foram assassinados, onde estão seus corpos, afinal essa juventude deu a vida em prol da mudança do país.

A oficina
Além de ser gratuita, a atividade tem duração de cerca de 2h30. As turmas podem conter até 30 estudantes e deve ser realizada atividade de preparação em sala de aula, antes da oficina. Podem ser feitos agendamentos nas terças, quartas e quintas-feiras, pela manhã ou à tarde, com possibilidade de agendamento noturno para EJA (Educação para Jorvens e Adultos).

A metodologia é simples. A turma será dividida em seis grupos. Cada grupo receberá uma caixa com os documentos referentes a um personagem específico. Depois de avaliar o material, o grupo responde a questões sobre o personagem, monta uma síntese e apresenta aos demais.

O agendamento pode ser feito pelo email apers@sarh.rs.gov.br, ou pelo telefone (51) 32889100.

Texto e foto: Camila Gonçalves
Edição: Redação Secom (51) 3210.4305

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