Dragagem no Rio Gravataí é a mais complexa em toda hidrovia gaúcha
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Dos 758 quilômetros que compõem as hidrovias gaúchas, o trecho de 2,5 quilômetros do canal do Rio Gravataí, no Cais Marcílio Dias - integrante do Porto de Porto Alegre -, é um dos mais críticos para manutenção. Enquanto a maioria dos canais tem areia no fundo, o Gravataí recebe lixo e muita matéria orgânica, o que danifica constantemente equipamentos de dragagem e embarcações da Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH).
Desde o dia 15 de dezembro de 2013, a equipe de Dragagem da SPH está realizando as ações de limpeza do canal do Rio Gravataí em um trecho que é classificado como o 5º colocado dos rios mais poluídos do Brasil. Além disso, o local não é dragado há mais de 10 anos. A operação de dragagem é constantemente interrompida para limpeza e remoção de lixo no equipamento. Pneus, sofás, restos de eletrodomésticos, roupas e garrafas pet predominam no leito do rio.
Outro fator que restringe a dragagem é a condição dada pela Marinha do Brasil. A operação só pode ser realizada entre 6h e 13h, visto que o local tem tráfego de outras embarcações. Diariamente, a draga deve ser acoplada aos tubos de drenagem e, ao final do trabalho, deve ser ancorada à margem do Gravataí para liberar a navegação no percurso. Esse procedimento exige, no mínimo, duas horas - diferentemente de outros locais, no qual o horário de operação vai das 6h até as 21h e sem a necessidade de deslocamento da draga.
Até o momento, a SPH está concluindo a primeira parte da dragagem – aproximadamente 500 metros – a qual possui todas as licenças ambientais e o acompanhamento da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). Nos próximos dias, a equipe de Batimetria deve fazer o “escaneamento” do canal para analisar os resultados da desobstrução.
A dragagem
A tarefa da Draga Governador Triches no Rio Gravataí é a de desobstruir os canais de acesso dos terminais de carga e descarga em um trecho de 2,5 quilômetros, entre a ponte da BR-116 e o terminal da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap). A ação deve restabelecer o calado oficial de 17 pés (aproximadamente 4,5 metros).
Atualmente os terminais de cargas ao longo do Rio Gravataí movimentam 70% do gás GLP (gás de cozinha) consumido no Rio Grande do Sul, além de óleo diesel S10 (para caminhões), matéria-prima para produção de cimento, grãos, biodiesel e também fertilizantes.
Texto: Andrei de Jesus Fialho
Edição: Redação Secom (51) 3210.4305