Na Terra Indígena do Guarita - a maior terra indígena do Rio Grande do Sul, com 23,4 mil hectares, no Noroeste gaúcho -, a produção de verduras no pátio das escolas ganha impulso e se apresenta como estratégia no combate à desnutrição. A atividade é fruto da parceria entre Emater/RS-Ascar e 21ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE). “A produção de hortaliças no ambiente escolar pode contribuir para a valorização de alimentos regionais da cultura indígena e para suprir demandas da alimentação escolar, oferecendo diariamente ao aluno alimentos frescos e com qualidade”, disse a nutricionista da Emater/RS-Ascar Délis Cristina Markus. 

A construção de hortas na Terra Indígena do Guarita - são mais de 300 no total - e oficinas que ensinam a preparar receitas nutritivas aos alunos, como suco de cenoura e biscoito de batata doce, são ações do Plano Brasil Sem Miséria, executadas na terra indígena pela Emater/RS-Ascar. Há cerca de um ano e meio, uma equipe de extensionistas da unidade indígena de Tenente Portela presta assistência técnica e social a 855 famílias das etnias caingangue e guarani. 

“O desenvolvimento da horta escolar pode trazer impacto na mudança da estrutura de abastecimento de hortaliças produzidas localmente, estimulando também a produção de hortas no ambiente familiar, fato especialmente relevante para a população indígena que vive em situação de extrema pobreza, pois vem a contribuir no alcance da segurança alimentar e nutricional destas comunidades”, disse Delis.

A 21ª CRE administra 13 escolas na Terra Indígena do Guarita. A entidade, com sede em Três Passos, é responsável por coordenar o maior número de escolas indígenas do Rio Grande do Sul, são 15 no total. O professor Eloi Wisniewski, da Escola Estadual Indígena de Ensino Fundamental Coronel Geraldino Mineiro, é um entusiasta do projeto e diz recorrer à parceria com a Emater/RS-Ascar para produzir hortaliças orgânicas.

Texto: Cleuza Noal Brutti/Emater/RS-Ascar Regional de Ijuí
Edição: Redação Palácio Piratini/Coordenação de Comunicação