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Embutidos agregam valor a ovinocultura

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O aproveitamento integral na criação animal é um dos objetivos dos cursos dos Centros de Treinamentos de Agricultores, que a Emater mantém em todo o Estado. No estande Caminhos da Integração, na quadra 37 do Parque de Exposições Assis Brasil, estão acontecendo oficinas diárias durante a Expointer voltadas a disseminação de práticas no preparo de embutidos. Nesta terça-feira (02), a demonstração foi do aproveitamento da ovelha descarte como forma de agregar valor à produção. O valor da ovelha está no comércio da lã e, principalmente, na carne de cordeiro. O animal conhecido como descarte - mais velho do plantel, geralmente a matriz - não tem mercado, já que a carne perde qualidade ao longo do tempo e, no caso da ovelha, ainda adquire um sabor marcante pouco aceito pelo consumidor. Os esclarecimentos são do técnico Arnaldo José Basso, coordenador do Centro de Treinamento de Agricultores de Nova Petrópolis (Cetanp). Segundo ele, o produtor precisa aprender a transformar a carcaça num produto nobre, com a elaboração de salames, copa e salsichão. Mostramos como desossar e cortar de forma a aproveitar melhor a peça. É importante separar o lombo, a paleta e o pernil de maneira que permita opções como o recheio da carne, por exemplo, orienta Basso. A produção de ovinos já foi de 14 mil animais no Estado. Atualmente, este número não atinge quatro mil cabeças. O motivo da redução estaria na desvalorização da ovinocultura nos últimos anos. O preço da carne ovina supera a carne suína, entretanto, as pessoas não tem domínio do processamento da ovelha, o que afeta o volume de vendas, explica Basso. A técnica para elaboração de embutidos de ovinos é semelhante ao processamento suíno, mas a diferença no teor de gordura das carnes é muito grande, o que exige o balanceamento da receita, evitando alterar o sabor característico da ovelha. Basso lembra, contudo, que a profissionalização vale a pena. O salsichão suíno custa, em média, R$ 3 o quilo. No embutido de ovino, o preço não saí por menos de R$ 7, conclui, salientando que o mercado ainda está restrito ao comércio especializado. A idéia é ganhar com a matriz o mesmo valor que o produtor encontra no cordeiro, afirma. Processamento de pescado é o tema das oficinas desta quarta-feira (03), e na quinta-feira (04), tem transformação de carne suína. As oficinas acontecem sempre às 11h e às 15h, no estande Caminhos da Integração.
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