Endereçamento rural e cidadania é tema de painel no South Summit Brazil
Case de São Paulo foi apresentado como forma de modelo do que pode ser aplicado no RS
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A criação de uma política pública de endereçamento rural e a construção dessa cidadania ao produtor foi tema de mais um painel no espaço RS Innovation do South Summit, nesta quinta-feira (10/4). O modelo aplicado no estado de São Paulo foi apresentado como forma de política pública que pode ser replicada nas áreas rurais gaúchas. O Governo do Rio Grande do Sul é correalizador do South Summit Brazil.
A pesquisadora e coordenadora do Programa Rotas Rurais do Instituto de Economia Agrícola (IEA) de São Paulo, Priscilla Fagundes, destacou que todas as pesquisas feitas no estado apontavam para a falta de endereçamento rural, o que deu origem à criação da política pública.
“Começamos a pesquisar no mundo todo e descobrimos que um terço da população mundial não tem endereço. Com isso, desenvolvemos ferramentas com tecnologia de inteligência artificial para endereçar o campo. Hoje temos 340 mil estabelecimentos rurais endereçados no estado de São Paulo e conseguimos diminuir em até uma hora e meia o atendimento do Samu e da Polícia Militar”, ressaltou.
Priscilla destacou que eles queriam resolver a questão da economia do produtor, mas levaram cidadania para a zona rural de São Paulo. “Ao todo, 57 mil quilômetros de estradas rurais que não estavam mapeadas pelo setor público foram roteados e estruturados”, afirmou.
O chefe de gabinete da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Joel Maraschin, destacou a grande importância de dar cidadania ao produtor rural. “O Rio Grande do Sul também está estudando a possibilidade, construída a partir de uma parceria com São Paulo, para efetivamente implantar essa política pública aqui.”
O vice-presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Domingos Velho Lopes, falou que os produtores rurais sempre foram muito reativos, mas que isso mudou e, atualmente, são mais propositivos. “O Brasil mudou o patamar de relação. Até 1997, éramos importadores de alimentos e agora passamos a ser players importantes. Hoje, alimentamos 15% da população mundial. Em 2040 ou 2050, chegaremos a 25%. Nós temos a grande oportunidade. Hoje a nossa atividade primária não é a mais importante, mas ela é a mais estratégica do país. Hoje nós ainda somos zona rural, não temos um endereço identificado. O endereçamento rural é essencial para competitividade econômica, mas também é dar um caráter individual de cidadania a cada produtor rural”, afirmou Lopes.
A moderação do painel foi da diretora do Departamento de Ambientes de Inovação da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict).
Acompanhe ao vivo programação completa do RS Innovation Stage no South Summit Brazil 2025:
Texto: Cassiane Osório/Ascom Seapi
Edição: Secom