Engenheiro europeu apresenta no DAER experiências com uso sustentável de material asfáltico
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O diretor-geral do DAER, José Francisco Thormann, reuniu as superintendências da Autarquia para apresentar medidas que estão sendo preparadas para entrar em vigor durante sua gestão. O evento, realizado na terça-feira (21), iniciou com a palestra do engenheiro português Paulo Fonseca, que apresentou experiências inovadoras no uso sustentável do material asfáltico.
Para prolongar ao máximo a vida útil do Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ), Fonseca vem colocando em teste o projeto Self Healing Materials, cujo princípio tem semelhança com o funcionamento de organismos biológicos. Dotamos os CBUQs com capacidades de auto-regeneração e auto-reparação a partir de inserção de cápsulas no material asfáltico programadas para romper quando o pavimento apresente danificações, afirmou o técnico.
Segundo Fonseca, para que esta experiência apresente resultados, é necessário obter o diagnóstico da estrada que determinará quando agir com relação ao material. Na Europa, a aplicação desta nanotecnologia teve início na área da construção civil. Fonseca também apresentou um software que permite percorrer uma rede de rodovias e saber qual seu índice de qualidade. Este georadar detecta e faz um inventário dos problemas automaticamente, em todos os seus aspectos, desde as espessuras até o estado hídrico, gerando um modelo digital do terreno.
O projeto vem sendo desenvolvido em parceria com a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Por fim, Fonseca mostrou os resultados positivos que vem obtendo nos testes de reutilização do CBUQ na construção rodoviária. Ao incorporarmos 50% do material fresado no novo CBUQ, o produto final apresentou a mesma qualidade de desempenho. Desta forma, temos inovação tecnológica com responsabilidade social e ambiental, destacou o técnico europeu.
Experiência paulista
No Brasil, o reaproveitamento de materiais asfálticos vem sendo colocado em prática pela prefeitura de São Paulo e pela concessionária Ecopistas. Segundo a Superintendente de Pesquisas Rodoviárias do DAER, Maria Cristina Passos, que esteve na semana passada na Capital paulista, ao lado do diretor-geral do DAER, José Francisco Thormann, o material fresado com espuma de asfalto reduz o custo em relação à pedra britada e reduz a emissão de poluentes em função da diminuição da temperatura do ligante. Temos assim um grande potencial de utilização, com energias sustentáveis. Em vez de explorar pedreiras, utilizamos o próprio material da rodovia. De acordo com Thormann, esta viagem ocorreu em função de um pedido de uma empresa gaúcha cuja tecnologia apresentada irá gerar 30% de diminuição do custo.
Em termos de aperfeiçoamento do sistema de fiscalização do DAER, Maria Cristina falou sobre o programa de acompanhamento e monitoramento de qualidade das obras, que irá padronizar procedimentos de controle e garantirá o cumprimento dos requisitos ambientais. Segundo a Superintendente de Pesquisas Rodoviárias, será exigido maior comprometimento das executoras em relação à qualidade das obras rodoviárias e a definição clara das atribuições e responsabilidades de cada uma das partes que compõe o sistema.
Texto: Assessoria de Comunicação Social/DAER
Edição: Redação Secom (51) 3210-4305