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Enredo inédito sobre a negritude gaúcha estará no Carnaval do Rio de Janeiro

Com o tema raízes africanas no RS, a Escola de Samba Portela se propôs a celebrar a diversidade cultural do povo gaúcho

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Imagem mostra grupo de atores dançando ao redor de cinegrafista. A luz está focada no meio do grupo, que usa roupas brancas
A proposta, trazida ao governo pela escola de samba, é exaltar a contribuição afro-gaúcha na formação da identidade cultural - Foto: Divulgação Portela

Em 2026, a Escola de Samba Portela levará para a Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, um enredo inédito sobre a valorização da negritude gaúcha. A proposta, trazida ao governo do Estado pela escola de samba, é exaltar no Carnaval de 2026 a contribuição afro-gaúcha na formação da identidade cultural brasileira, lançando luz sobre personagens, histórias e tradições ainda pouco reconhecidas no imaginário nacional.

Por meio da arte e da potência simbólica do Carnaval, a escola de samba propõe uma reflexão sobre ancestralidade, protagonismo negro e diversidade. O desfile será uma celebração das raízes africanas presentes no Rio Grande do Sul, mostrando ao Brasil, e ao mundo, a riqueza cultural de um povo que ajudou a moldar a história nacional. 

Apoio institucional

Para viabilizar o projeto, a escola de samba firmará um acordo de parceria institucional com o Governo do Rio Grande do Sul. O compromisso será formalizado por meio da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), com apoio da Secretaria Extraordinária de Inclusão Digital e Apoio às Políticas de Equidade (Seidape). 

A imagem mostra um grupo de sete pessoas, com diversas tonalidades de pele, posando juntas. Todos vestem roupas predominantemente brancas.

Na parte de trás, há cinco mulheres em pé. Quatro delas usam um turbante branco na cabeça, e todas vestem vestidos longos brancos com diferentes texturas e detalhes, como rendas e babados. As mulheres têm sorrisos e parecem felizes.

Na parte da frente, há dois homens agachados. Ambos usam roupas brancas, que parecem ser camisas e calças. Eles também sorriem para a câmera.

O cenário é simples, com um fundo escuro que parece ser um tecido ou cortina preta. O chão é feito de um material que se assemelha a ladrilhos de terracota ou cerâmica, e no centro há um grande desenho circular incrustado, que parece representar uma roda com chaves e correntes, com um estilo que remete a um mosaico ou intarsia.

A iluminação destaca o grupo, criando um contraste com o fundo escuro. A atmosfera geral da foto é de união e celebração.
Mais do que um desfile, o enredo será uma grande ação de visibilidade e valorização de uma identidade plural - Foto: Divulgação Portela

O Estado atuará como articulador entre a escola e a sociedade gaúcha, contribuindo com apoio técnico, escuta ativa das lideranças negras, promoção da identidade afro-gaúcha e apresentação da estrutura empresarial local para fins de captação de patrocínio mediante Lei Rouanet. 

O Rio Grande do Sul na Sapucaí pela ótica afro-brasileira 

Esta será a terceira vez que o Rio Grande do Sul estará em destaque no Carnaval carioca. Em 1996, a Unidos de Vila Isabel apresentou o enredo “A Heroica cavalgada de um povo”, com um panorama das tradições mais conhecidas do Estado. Já em 2005, a Beija-Flor de Nilópolis foi campeã com o enredo “O vento corta as terras dos pampas...”, focado no legado das Missões Jesuíticas. 

Agora, em 2026, a abordagem será inovadora e necessária. A cultura afro-gaúcha ganhará protagonismo na avenida. A escola de samba se propõe a revisitar e homenagear histórias que atravessam séculos e que têm origem nos quilombos, nas religiões de matriz africana, na música, na dança, na oralidade e na luta por reconhecimento e direitos.

A imagem retrata um homem montado em um cavalo, em silhueta contra um pôr do sol vibrante. O homem, que parece ter pele escura, veste uma camisa clara e uma capa ou manta escura com detalhes em azul e branco, e segura algo que se assemelha a um leque ou objeto cerimonial na mão direita.

O cavalo é de cor marrom e está em movimento, com as pernas levantadas.

Ao fundo, visível do lado esquerdo, há um grande estádio circular, que se assemelha a uma arena ou complexo esportivo. Mais ao fundo, estende-se uma vasta extensão de água, que pode ser um rio ou lago. Do lado direito da imagem, observa-se uma área urbana com edifícios, também em silhueta.

O céu está preenchido com nuvens em tons alaranjados e amarelos, indicando o crepúsculo. A luz do sol poente ilumina o céu e reflete na água, criando um contraste dramático com as silhuetas em primeiro plano. A cena transmite uma atmosfera serena e majestosa.
Esta será a terceira vez que o Rio Grande do Sul estará em destaque no Carnaval carioca - Foto: Divulgação Portela

Mais do que um desfile, o enredo será uma grande ação de visibilidade e valorização de uma identidade plural, ainda invisibilizada, mas essencial para compreender o Brasil em sua totalidade. 

Atualidade corrobora a homenagem 

Curiosamente, a escolha do tema coincide com a recente divulgação de dados do Censo 2022, que reforçam a relevância da homenagem. Segundo levantamento publicado em junho de 2025, o Rio Grande do Sul é, atualmente, o Estado com a maior proporção de praticantes de religiões de matriz africana no Brasil. O número de adeptos mais que dobrou em dez anos, revelando a força, resistência e atualidade das heranças africanas no território gaúcho. 

Texto: Ascom Piratini
Edição: Secom

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