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Executivo apresenta ao MP representação contra a Doux Frangosul

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O secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Luiz Fernando Mainardi, apresentou nesta terça-feira (17), uma representação ao Ministério Público Estadual na qual constam informações sobre a situação da unidade da Doux Frangosul no Estado. O estudo
Executivo apresenta ao MP representação contra a Doux Frangosul

O secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Luiz Fernando Mainardi, apresentou nesta terça-feira (17), uma representação ao Ministério Público Estadual na qual constam informações sobre a situação da unidade da Doux Frangosul no Estado. O estudo feito pelo Governo do Estado a partir dos últimos balanços da empresa foi entregue ao Procurador Geral de Justiça em exercício, Ivory Coelho Neto. O secretário disse que recebeu do governador Tarso Genro a orientação de que encaminhasse a representação para que o Ministério Público apurasse o que é de responsabilidade do Estado e encaminhasse o que for de responsabilidade federal.

A situação da empresa vinha sendo monitorada desde o início de 2011, com análises de balanço da empresa, feitas por solicitação da Fetag e da ACSURS. Essa entidades queriam que fôssemos em busca da veracidade de boatos que davam conta da transferência de dinheiro da filial brasileira da Doux para a matriz francesa, disse Mainardi.

O secretário disse que o documento dá conta de valores realmente astronômicos, como a venda do porfólio de clientes da matriz para a filial pelo valor de R$ 50,7 milhões. Além do repasse de R$ 152,1milhões para a compra de marcas e patentes. Claramente se verifica a intenção de repassar recursos para a matriz. Também foi verificada a venda de produtos da filial para a matriz à prazos fora da realidade. Antes vendia com 25 dias de prazo e passou a vender com dois e agora com três anos, afirmou o secretário.

Outra informação apresentada na reunião foi a venda de parte de suinocultura da Doux para outra empresa brasileira, a BRFoods. Mainardi disse que, se o envio de valores para a matriz não tiver um freio, a empresa chegará em um ponto que não poderá mais honrar com o que deve aos produtores. Além disso, com a decisão dos produtores de parar de alojar frangos, muitos terão a atividade inviabilizada. A suspensão do alojamento de frangos significa a desestruturação da cadeia produtiva e consequentemente vai levar a empresa, em breve, a não ter matéria-prima e não conseguir retomar. Daí a dívida será maior do que o capital.

O procurador disse que serão tomadas as medidas cabíveis: A situação é grave e vamos priorizar, comprometeu-se Coelho Neto. Já o presidente da Fetag, Elton Weber, participou da reunião e informou que a falta de pagamento por parte da Doux afeta mais de 2,3 mil produtores em 125 municípios gaúchos. Os atrasos já chegam a 150 dias, envolvendo entre dois a três lotes não recebidos pelos produtores. Sem falar nos nove cronogramas de pagamento que eles estabeleceram e não cumpriram. Temos produtores endividados, com crises na família, jovens saindo do campo para a cidade para procurar emprego, pois a propriedade está sem receber. E se a empresa for vendida, como fica a situação?, questionou Weber. Mais de 40% dos produtores já suspenderam o alojamento de frangos, em protesto pela falta de pagamento.

Além de Mainardi, também integravam a delegação, o secretário de Desenvolvimento e Promoção do Investimento, Mauro Knijnik, o presidente da ACSURS, Valdecir Folador, e o presidente da Fetag, Elton Weber.

Texto: Ana Esteves
Foto: Vimar da Rosa
Edição: Redação Secom (51)3210-4305

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