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"Experiência reforça a necessidade de modernização do Estado”, afirma Leite sobre imersão em Singapura

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Singapura dia 4
Durante a estada na Ásia, Leite visitou o fundo soberano de Singapura, o GIC, que investe mais de US$ 100 bi em 40 países - Foto: Divulgação

Chegaram ao fim os três dias consecutivos de imersão técnica sobre gestão de pessoas no setor público da qual o governador Eduardo Leite participou, nesta semana, em Singapura. O governador iniciou, nesta sexta-feira (13/9), a viagem de volta ao Brasil. Leite voltará a Porto Alegre na terça-feira (17/9). Na segunda-feira (16/9), quando reassume o cargo, estará em Brasília.

O governador e outros dois chefes de Executivo, de Pernambuco e do Ceará, dois vice-governadores, de São Paulo e de Sergipe, e gestores do governo federal foram ao país asiático a convite da Fundação Lemann. Singapura é considerado um das nações mais inovadoras no que diz respeito a recrutamento, capacitação, desenvolvimento e avaliação de servidores. Em menos de 50 anos, passou de uma renda per capita semelhante àquela encontrada hoje no Brasil para deter o posto de maior renda per capita do mundo, além de ter destaque na área da educação.

Durante a imersão, o grupo visitou a escola de gestão pública do país (Lee Kuan Yew School of Public Policy), onde foi possível acompanhar o processo de formação de gestores públicos. “O governo investe bastante em recursos humanos, enviando profissionais para universidades estrangeiras, como Columbia, nos Estados Unidos, e Oxford, na Inglaterra”, relatou Leite.

Também conheceram a escola de formação de professores de Singapura (Academy of Singapore Teachers). “Foi interessante. Há um processo em discussão sobre a modalidade de currículo, focado em avaliações e notas, que tem sido percebido como prejudicial aos jovens na hora de trabalhar questões de competências e habilidades”, descreveu. Em seguida, encontraram-se com o ministro da Educação, Ong Ye Kung.

Leite também visitou o fundo soberano de Singapura, o GIC, que investe mais de US$ 100 bilhões em 40 países. “Foi uma ótima oportunidade para apresentar o portfólio de privatizações e de concessões do RS. O fundo já está presente no Brasil e tem muito interesse em promover investimentos. O RS entra no topo como uma possibilidade para esse fundo, o maior do mundo”, elencou o governador.

Reuniões com o ministro das Relações Exteriores, Vivian Balakrishnan, e no Head of Civil Services, centro que promove a seleção e a qualificação de serviços públicos, também fizeram parte da agenda do grupo. No país, o sistema de avaliação do trabalho de servidores públicos se assemelha ao que é feito, no Brasil, na iniciativa privada. “O processo de seleção envolve entrevistas e avaliações e, depois da admissão, é muito focado na avaliação do desempenho do profissional para determinar a continuidade na carreira”, contou.

Embora o sistema político de Singapura seja diferente do brasileiro – o primeiro-ministro Lee Hsien Loong está no poder desde 2004 –, o governador acredita que muito da experiência de modernização da gestão pública realizada em Singapura pode servir de exemplo para o que precisa ser feito no RS. “Essa série de visitas serviu para reforçar a visão de necessidade de modernizar a gestão pública, promovendo mudanças de paradigmas”, comentou.

Para o governador, a experiência foi proveitosa. “É evidente que encontramos peculiaridades, políticas e culturais, mas foi uma experiência inspiradora. Além de tudo, fizemos bons contatos para possibilitar investimentos no Estado, e esperamos utilizar o expertise dos profissionais aqui em questões regionais”, argumentou Leite.

Ao se deparar com um calor descrito como “absurdo” e umidade extrema do país tropical, cortado pela Linha do Equador, o governador brincou que os moradores dividem as condições climáticas em duas – indoor, ou seja, dentro dos ambientes, quando o ar-condicionado está ligado, e outdoor, no ambiente externo, quando o calor predomina. “Isso também mostra que a condição climática, um estigma sofrido pelos países que cortam a linha do Equador, não é um fator determinante para a condição econômica e de desenvolvimento de um país”, ponderou Leite. A natureza exuberante nas ruas também impressionou o chefe do Executivo gaúcho.

Texto: Suzy Scarton
Edição: Marcelo Flach/Secom

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