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Expointer 2004: pesquisa busca identificar características do azevém

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A caracterização do azevém, a forrageira mais cultivada do Rio Grande do Sul, é a meta dos estudos de melhoramento genético do centro de pesquisa Fepagro Noroeste e Missões, vinculado à Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária. O projeto foi apresentado hoje (1°) pela manhã no ciclo de palestras do Rincão da Pesquisa, no Parque de Exposições Assis Brasil, casa em que a instituição expõe cultivares e publicações técnicas desenvolvidas por pesquisadores gaúchos. O azevém é uma gramínea originária da região do Mediterrâneo, pouco exigente de investimentos e cuidados. No Brasil, é muito utilizada nos estados do Sul para alimentação do gado leiteiro. Um dos benefícios apontados pelos pesquisadores no cultivo de azevém como pastagem é a capacidade de agir como recuperadora do solo. No Rio Grande do Sul, as sementes de azevém foram sendo distribuídas sem um controle de origem e se alastraram, gerando cruzamentos que resultaram em novas populações. Hoje, quando o produtor compra a semente, não tem como saber com certeza se é de ciclo tardio ou curto e, por isso, não pode planejar seu sistema de produção, explica o agrônomo da Fepagro, Daniel Montardo, que coordena a pesquisa sobre a gramínea. Mas o pesquisador acredita que o plantio de azevém no Estado pode ser aumentado quando as sementes forem caracterizadas. É importante destacar que não há uma população ideal, que seja indicada para todos os tipos de clima e solo, diz Montardo, complementando que o objetivo real da pesquisa é levantar os comportamentos de populações de azevém em ambientes distintos, para oferecer recomendações técnicas ao produtores. Para cada situação, há um semente mais adequada, afirma. O estudo está no segundo ano de análises. Nesta etapa, estão sendo investigados os comportamentos de nove populações de azevém consideradas promissoras: Comum/RS, São Gabriel, Hulha Negra, Vacaria, Lavras do Sul, Casca, Sazão, Sarandi e Trovão. Os testes estão sendo executados em seis municípios gaúchos e a partir dos resultados obtidos serão lançadas as bases para a criação de um banco genético de azevém. Além disso, Montardo acredita que existe a possibilidade de ser lançado, até 2006, um novo cultivar de bom potencial produtivo, boa distribuição de forragem e ciclo definido. A pesquisa de caracterização do azevém é financiada pelo primeiro edital interno da Fepagro, que está aplicando recursos próprios em áreas que não são contempladas em editais de agências de fomento, como o melhoramento genético com prazos longos de execução.
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