Fórum de Habitabilidade reúne 500 participantes
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O painel ocorrido no turno da manhã de hoje, durante o 1º Fórum de Habitabilidade Social, na Fiergs, abordou diversos temas relativos à construção civil com destaque para a habitação como problema social. O primeiro palestrante, o diretor de desenvolvimento da Finep(Financiadora de Estudos e Projetos), Odilon Antônio Marcuzzo do Canto, esclareceu aspectos da entidade como grande incentivadora de pesquisas e desenvolvimento tecnológico em empresas e instituições. O evento reúne desde quinta-feira (07) 500 participantes dos segmentos públicos e privados do Estado, envolvidos na cadeira produtiva da habitação, visando integrar esforços e construir parcerias com um objetivo comum: facilitar o acesso da população à casa própria. Após Odilon do Canto, o coordenador do Programa Habitare, desenvolvido pela Finep, Renato Dantas, explanou sobre a trajetória e implantação do programa. O Habitare foi criado em 1994 e tem como objetivo promover o conhecimento na área da tecnologia da habitação, tendo como foco as demandas da população de baixa renda. O programa conta com diversas parcerias e totaliza 71 projetos durante 9 anos de implantação em todas as regiões do estado do Rio Grande do Sul. A gestão de empreendimentos habitacionais de interesse social foi abordada pelo professor da UFRGS, Carlos Torres Formoso. Segundo Formoso, o pesquisa que envolve universidades de 4 estados do país e 16 empresas privadas objetiva desenvolver um modelo de gestão amplo de interesse social para empresas de construção civil, onde uma entidade gerencia toda a realização, evitando sistemas isolados paralelos. A qualidade dos materiais de construção e o reaproveitamento de resíduos industriais foram os temas discutidos pela professora da UFSM Margaret Schimidt Jobim e pelo engenheiro professor da UNISINOS Cláudio de Souza Kazmierczak. O painelista Mario dos Santos Vieira - Coordenador de Design da Incubadora do Cientec - Campus Cahoeirinha, que encerrou os trabalhos da parte da manhã desta sexta-feira, abordou o tema habitabilidade e inovação: pré dimensionamento das funções residenciais e novos critérios o ambiente construído. Segundo ele, o surgimento de linhas de crédito populares não acompanhado pelo segmento da construção civil, apresenta um descompasso muito grande. Hoje uma família de baixa renda tem condições de adquirir um televisor de 33, e aí encontra dificuldades de acomoda-lo em um ambiente de 2mx2m. Ele apresentou um projeto do Cientec que visa trabalhar a questão da construção civil com a determinação das áreas mínimas ideais para o cumprimento das funções previstas para cada setor da habitação, para cada faixa renda no Rio Grande do Sul. O evento encerra-se no final da tarde, às 17h desta sexta-feira (08), no Teatro do Sesi, na Fiergs, o Primeiro Fórum Estadual de Habitabilidade - Inclusão Social Começa em Casa, promovido pela Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano, Corsan e Instituto Gaúcho de Estudos da Indústria da Construção Civil (IGEC/Fiergs). Durante dois dias, cerca de 40 palestrantes, entre técnicos, acadêmicos e autoridades, locais e nacionais, se dividiram nos painéis que abordaram todos os processos do sistema da habitação e da indústria e comércio da construção civil, desde as linhas de financiamento e investimentos, meio ambiente e desenvolvimento das Cidades, infra-estrutura básica (água, luz e calçamento), registros e cartórios, além da capacitação profissional. Segundo o secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano, Alceu Moreira, o Fórum teve por objetivo principal rediscutir o conceito da habitação. A moradia não é uma construção com quatro paredes, lembra. Ela pressupõe um lugar onde as famílias moram, num lugar que disponha de calçamento, energia elétrica, saneamento, escolas, redes de saúde, transporte e planejamento de meio ambiente. Por isso, o novo conceito da habitabilidade, que significa morar bem.