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Frio mais rigoroso favorece cultura do trigo

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O inverno mais rigoroso dos últimos anos tem sido favorável para a cultura do trigo. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, a reposição da umidade no solo e o frio, com formação de geadas, ajuda no perfilhamento e é importante nos
Frio mais rigoroso favorece cultura do trigo
O inverno mais rigoroso dos últimos anos tem sido favorável para a cultura do trigo. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, a reposição da umidade no solo e o frio, com formação de geadas, ajuda no perfilhamento e é importante nos estágios iniciais da planta, quando em crescimento e acumulando fitomassa. O frio também auxilia o controle de pragas e inços não adaptados ao inverno. A lavoura de trigo se encontra basicamente nos estágios de germinação e desenvolvimento vegetativo, mas, nos municípios próximos ao rio Uruguai, as lavouras estão em espigamento e floração, representando cerca de 0,5% da área. A tecnologia empregada na lavoura de trigo é muito variada. De uma maneira geral, neste ano, o nível tecnológico está um pouco melhor do que no ano passado, como decorrência do melhor resultado econômico da última safra de soja. Na soja, o período é de entressafra e a comercialização segue lenta, mas um pouco mais rápida do que na semana passada, em razão das necessidades de venda dos agricultores para quitarem seus compromissos bancários ou com os fornecedores de insumos. Estima-se que, dependendo da região, 53% a 65% da soja colhida tenham sido comercializadas. O estoque remanescente de soja aguarda melhor momento para ser ofertado ao mercado. Os sojicultores gaúchos colheram uma das melhores safras dos últimos anos, com produtividade acima da média, mas os resultados econômicos estão aquém do esperado. A maior parte da soja vendida até agora foi destinada ao pagamento de dívidas de anos anteriores, não se confirmando a repercussão econômica esperada. Seguem também em comercialização o feijão, com cotações estáveis, o arroz, que está em entressafra, com os produtores começando a planejar a nova safra, e o milho, que ainda mantém algumas áreas em colheita, em especial nas pequenas propriedades, onde a colheita é manual. O comportamento do clima também está afetando as condições de armazenagem do milho nas pequenas propriedades. A comercialização do milho segue lenta, escalonada e com a oferta de pequenos volumes, uma vez que os agricultores consideram baixos os preços que estão sendo praticados. Nessas circunstâncias, a tendência é restringir as vendas ao mínimo indispensável, e ficar aguardando um momento em que as cotações estejam mais favoráveis para colocar o produto no mercado. Por enquanto, a entrada no mercado do milho colhido na safrinha segue segurando os preços. Hortifrutigranjeiros e frutas O clima tem afetado a oferta e a qualidade dos hortigranjeiros, em especial da produção sem a proteção de estufas ou túneis. Além disso, a grande umidade está provocando o aumento da incidência de doenças. As chuvas e as geadas atingiram as folhosas, mais sensíveis a esses eventos climáticos. Estimam-se perdas superiores a 30%. Por outro lado, os preços continuam satisfatórios. Os produtores da região metropolitana estão recebendo mais de R$ 10,00 pela dúzia de alface, uma das mais atingidas pelas geadas. Em São Lourenço do Sul, o excesso de umidade está provocando o apodrecimento de batatas na lavoura. Cerca de 50% da área plantada já foi colhida e os preços de comercialização variam entre R$ 25,00 e R$ 28,00 o saco de 50 kg. Também nas áreas cultivadas com batata-doce e mandioca, a umidade dificulta a colheita e pode provocar perdas nas áreas mais baixas. Apesar da boa produtividade, estimativas da Emater/RS-Ascar indicam que 45% da safra de batata-doce tenham sido colhidas. Na mandioca, dado o excesso de oferta, os preços estão em baixa, variando entre R$ 2,00 e R$ 3,00 a caixa de 22 quilos. No comércio varejista a mandioca é vendida entre R$ 0,30 e R$ 0,40/kg. Quando descascada/congelada, o preço sobe para R$ 0,70 e R$ 0,80/kg. A maior parte das frutíferas está no período de entressafra, com os produtores realizando os tratamentos de inverno. A poda nos parreirais e nos pomares de figo já iniciou, mas a evolução é lenta por causa do clima. A exceção é nos citros, beneficiados pelo frio. A colheita das laranjas comuns, de umbigo e do céu, está no auge, com preços variando entre R$ 0,50 e R$ 0,75/kg. Já a cotação da bergamota Caí gira ao redor de R$ 1,00/kg. Na safra há pouco encerrada, a Serra colheu quase 3 milhões de quilos de uva orgânica, produzida por 165 propriedades rurais em 222 ha. Do total dessa colheita, 10% devem destinar ao consumo de mesa, 40% ao fabrico de suco e 50% a produção de vinhos. Pastagens e criações O excesso de frio e umidade e a “queima” dos campos nativos pelas fortes geadas têm limitada a utilização das pastagens para alimentação animal. Os produtores gaúchos têm tido o cuidado para evitar o pisoteio demasiado sobre o campo nativo, que, com o solo muito úmido, danifica as plantas. As deficientes condições alimentares e nutricionais oferecidas por pastos nativos, excessivamente fibrosos e com pouca massa verde, têm provocado a redução da produção de leite nas diversas regiões. Na Região da Campanha, estima-se uma queda de 30% a 50% no volume de leite produzido. Como tentativa de segurar a produção, os criadores têm buscado suplementar a alimentação com silagem e concentrados. No entanto, sabe-se que o uso de concentrados e rações onera os custos de produção, devendo os leiteiros estar atentos, verificando se o incremento na produção e o preço obtido junto às indústrias compensam os gastos. Em função da baixa oferta de matéria-prima, o preço do leite ao produtor, nesta semana, registrou um aumento de 7,55%, na média estadual, em relação à semana passada.
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